Capítulo 22

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Henry  estava tão confiante com o passo que deu que era impossível convencê-lo do contrário, não havia mesmo possibilidade em convencê-lo do contrário, ainda mais de ver aquele lindo sorriso em seus lábios, sorriso de que finalmente conseguiria o que tanto desejava. Pude notar o quanto aquela empresa era importante para os dois irmãos, já que eu conhecia os dois lados agora. Foi o mesmo com o Luke, quando conseguiu em fim tomar o seu direito das mãos do pior ser humano na face da terra, era assim que Luke sempre pintava o irmão mais velho.

  Mas olhando pelo ângulo que eu olhava agora, pude notar que para Luke a empresa significava tomar o poder do irmão ao qual o seu pai jamais permitiria que assumisse, e que por sua causa morreu de um ataque fulminante no coração. Fato que eu sabia que foi totalmente distorcido. Já para Henry era sua vida, ele foi criado para a assumir, criou uma paixão por aquele lugar que se tornou sua obsessão, seu caráter e suas ações e isso acabou levando a fazer tudo isso que fez até agora, utilizando meios extremos. Claro que também se tratava de orgulho, de mostrar a sua família, e principalmente, ao pai que merece muito mais que o irmão mais novo.

Eu sei que justificar Henry era um tiro no escuro, mas eu não podia ignorar o fato de que alguma forma eu conseguia enxergar suas razões e o profundo de sua alma. Eu não sabia ao certo o que aquilo tudo estava me levando, onde eu estava me metendo e nem quem eu sou mais. Mas eu acredito que ficar ao lado de Henry agora seria o lugar certo para mim.

(...)

Quando chegou a noite Henry havia me dito que iríamos a um restaurante caríssimo e que eu precisava me arrumar lindamente para me pousar de primeira dama ao seu lado, como uma forma de ensaio, para que quando assumisse a empresa eu saber exatamente como me comportar ao seu lado diante de todos. Esse senso de poder me despertou um fascínio que eu nunca havia sentido antes.

Quando entrei no quarto onde dormíamos encontrei uma peça luxuosíssima espalhada pela cama. Um vestido de tecido grosso vermelho sangue, com um decote delicadamente trabalhado, enquanto em sua calda dava um ar de escamas de peixe. Um cartão pardo estava entre a peça que logo capturei para lê-lo.

"Um vestido sempre cai bem em uma mulher, seja lá quem for. Ele sempre desperta o mais profundo e escondido do seus desejos, a torna livre, segura e intensa. Deve ser por isso que quando estão dentro de um ficam tão metidas. -Ri diante dessa ultima frase. -Acontece que a partir de agora preciso de você segura e intensa, que saiba lidar com tudo que iremos passar nos dias a seguir e que saiba escolher a decisão mais certa.

PS: Escolhi vermelho porque é minha cor favorita, e decotado porque irei passar a noite inteira admirando os seus belos seios"
Henry poderia ser qualquer coisa eu até admito, mas devemos concordar que ele sabia como deixar uma mulher aos seus pés e eu estava, a cada dia eu estava.

Passei as próximas uma hora para me arrumar. Henry não estava em casa e eu não sabia ao certo onde estava, quando saia nunca me avisava, mas eu até que achei bom, assim eu me sentia mais à vontade para me sentir a mulher que eu precisava enquanto me arrumava para ele. Passei de banhos de banheira com saís à óleos aromáticos ao corpo para perfumar a minha pele e deixa-la macia. Coloquei o meu vestido novo que Henry escolheu com carinho, eu tinha certeza disso. Usei algumas joias que eu já tinha, fiz um penteado no meu cabelo cuidadosamente de lado , usei uma maquiagem leve e natural e em fim usei um perfume suave para compor a minha produção.




Logo fui avisada de que Henry me esperava no saguão do prédio, peguei minha bolsa e fui mais que depressa ao seu encontro.

Ele estava lindo, com um sorriso no rosto, cabelos negros jogados para trás, um terno completo de couro de cor grafite, com uma gravata preta e sapatos platinados.

-Você está deslumbrante. -Sussurrou em meu ouvindo antes de salpicar um beijo rápido em meus lábios. Cheiro inebriante saia de seu corpo. -Parece que acertei na escolha.
-Você também está maravilhoso. -Disse convicta, mas querendo dizer mais, com o meu coração cheio de satisfação.

Querendo dizer o quão maravilhoso estava, o quão lindo e amável estava comigo durante esses dias e o quão envolvida eu estava cada vez mais. Mas eu não iria deixar o meus sentimentos femininos estragar aquele momento, por mais que eu soubesse que ele de alguma forma já sabia.

(...)

O restaurante era incrível, havia uma música tocando no fundo e uma sensação de melancolia no lugar que me agradava demais. O cheiro de rosas e comida gostosa entrava em minhas narinas me dando a impressão de que iria ser maravilhosa aquela noite.

Henry e eu seguimos o garçom que nos indicou a mesa reservada. Henry até puxou a cadeira para que eu me sentasse, se sentando em seguida. Ele era outro, não tinha como ignorar.

Fizemos o pedido ao garçom, pedindo um vinho branco de entrada e um salmão com aspargos para mim, enquanto ele pediu uma salada cozida no vapor com uma lagosta.

-Seu recado naquele cartão foi bem estratégico, o que quis dizer? -Perguntei assim que nos encontrávamos sozinhos degustando o nosso vinho. -"Escolher a decisão certa..."-Henry solveu o último gole de sua bebida antes de responder.
-As coisas a partir de agora não será nada fácil, baby. Iremos mexer na caixa de maribondos, e se tudo der errado pagaremos por isso. Você vai ter que saber lidar com isso, vai ter que saber sair dessa situação, tomar a decisão certa para que possa sair ilesa. -Fiquei pensativa, mas não com medo.
-E se tudo der certo?
-Se tudo der certo iremos a Suíça juntos. -Ele riu e eu acompanhei o seu riso.
-Não irá cuidar dos negócios de seu pai aqui? -Me lembrei que antes de Luke retomar a empresa Henry não vivia aqui, era na Suíça que passava os seus dias enquanto outra pessoa tomava de conta.
-Nã, nã, nã. -Negou com veemência. -Los Angeles não é lugar para mim. Irei abrir uma segunda sede na Suíça e recomeçar tudo do zero, tirar a velha forma de papai lidar com tudo aquilo, farei do meu próprio jeito. Era assim que estava prestes a fazer quando Luke resolveu se meter, mas até que foi bom, assim eu tiro o nome dele vinculado das minhas coisas. Mas não se preocupe, amor. -Segurou na minha mão com carinho. -Não deixarei você aqui.
-Não tem medo de tudo dá errado e você acabar preso pelo resto da vida? -Minha frase era uma evidente preocupação.
-Ir preso é a consequência que terei de enfrentar, mas na vida temos que correr riscos, não da pra ter o que queremos pensando nas consequências, temos que pensar na vitória.
-Sim, isso vale quando fazemos as coisas certas e dentro da lei, porque as consequências não implica em parar na cadeia ou morto. -Disse irônica e ele riu, colocando minha mão aberta dentro da sua subindo ao ar.
-Não se trata do que pode acontecer comigo baby, se trata de conseguir o que eu quero. E o que eu quero é tirar Luke do meu lugar e provar ao papai que estava errado, entende?

Percebi então que ele não se importava com sua vida, se for preso ou morto ele estava pouco pensando nisso. Henry queria vingança e isso estava tão claro agora para mim como o dia.

-Achei que amava aquele lugar. -Ele riu mais uma vez.
-Eu amo a vida, amo a minha mente e amo as mulheres. -Chegou sua cadeira próxima a minha e tomou meus lábios com paixão, me deixando sem ar quando sugou minha boca para solta-la.
-A vingança vai te destruir. -Alertei, mesmo sabendo que não estava nem ai.
-Ela já me destruiu há muito tempo. -Olhei no fundo de seus olhos procurando algo que poderia me esclarecer algumas coisas. E neles havia um brilho diferente, algo que não consegui decifrar com exatidão, mas neles havia um pouco de um menino assustado que precisava de proteção.

O garçom nos trouxe o nosso prato ao qual continuávamos mais a nossa conversa enquanto apreciávamos. Uma conversa mais descontraída, mas ainda assim, falando da sua forma de ver a vida que era algo tão complexo do que minha compressão poderia alcançar.

-Eu tenho uma coisa pra você. -Comentou tirando algo no paletó, algo que nem me dei conta que estava ali o tempo todo.

Era uma caixa mediana aveludada de cor azul marinho, parecia uma joia e me certifiquei quando abriu em minha frente.

-Uau! _Era um colar ouro branco, cravado de diamantes. -Henry é lindo! -Meus olhos se iluminaram eu tinha certeza disso.

Ele sorriu se ponto atrás de mim para coloca-lo em meu pescoço.

-Ficou maravilhoso caído nesses seios deslumbrante. -Sorri esfregando minha mão na joia em meu pescoço.
-Parece que acertou tudo nessa noite.
-Sim. -Suas dedos longos virados de costas acariciaram o meu rosto me fazendo fechar os olhos lentamente. -Acertei sim. -Voltei a encarar-lo, um sorrindo para o outro.

Então percebi que éramos cúmplices e eu jamais teria coragem de deixa-lo, eu estava envolvida demais para isso, estava apaixonada demais para isso. E eu poderia ousar a sonhar que ele também estava por mim.


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Uhuu \o estão apaixonados? Eu acho que sim, hein.

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Eu quero Você I - Ambiciosos (Sem revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora