Por dias eu não conseguia pensar em outra coisa a não ser aquele beijo. Mal eu conseguia encarar Luke, mal eu conseguia ter paz para conversar, sorrir, andar e até mesmo resolver questões do meu casamento. Mas o que mais me incomodava definitivamente não era o beijo em si, e sim o fato de eu não ter sentindo o mínimo de arrependimento. Isso era o pior, porque se eu tivesse tido a capacidade de me arrepender, era só confessar a Luke, dizer que o irmão dele entrou em casa revirando tudo à procura do atestado de óbito do pai, me ameaçado e, por fim, me agarrado sem o meu consentimento.
Mas invés disso, disse que a casa estava uma bagunça porque eu estava tentando arruma-la, uma faxina para colocar tudo em ordem e acabei bagunçando mais. E nem ao menos toquei no nome de seu irmão para não ter que explicar nada e eu acho que isso foi o pior para mim. Pera ai eu estava encobrindo mesmo o Henry? Sim eu acho que estava.
Peguei o atestado de óbito de dentro da maleta de Luke, ao qual eu sabia que estava dentro. Levei até uma impressora no escritório e tirei uma cópia, colocando a original de volta ao seu lugar. Eu precisava de uma desculpa para ouvir da boca de Henry todo aquele mistério, tudo que envolvia aquela família e principalmente os dois irmãos.
Toquei a campainha parada em frente aquela porta bonita amadeirada com um designer arrojado. Esperei por alguns instantes até que ouvi a porta sendo destrancando e a pessoa surgir em minha frente.
Henry estava sem camisa, uma calça de moletom, descalço e seus cabelos jogados para trás e úmidos. Dando a entender que havia tomado banho poucos minutos. Aquele mesmo sorriso sacana dançando em seus lábios. Ele era lindo eu tinha que confessar. Seu peitoral definido me mostrava o quanto era saudável. As calças folgadas, caia bem em seus quadris, me dava uma visão de quanto era glorioso entre as pernas.
-Posso entrar? -Foi apenas o que eu disse.
Henry levantou as sobrancelhas estendendo o braço para sua frente, me indicando para entrar. Meu campo de visão me deu uma vista panorâmica daquele apartamento luxuoso. A mobilha, a decoração, o assoalho tudo tinha um ar metódico e de muito bom gosto. Nunca achei que seu apartamento fosse assim, achei que fosse tão fora de ordem quanto sua vida, pelo visto me enganei.
-Sente-se. -Pediu me indicando o sofá. Foi o que eu fiz. -Quer beber alguma coisa? Uísque, vodca, suco, refrigerante, água? -Acho que Vodca seria uma boa, a final, só bebendo algo para ter coragem de ter a conversa que eu queria com aquele homem uma hora daquela.
-Vodca.
Henry foi até o bar que ficava no canto da sala preparando um Smirnoff para nós. Me estendeu o copo com o líquido na medida adequada e se sentou no sofá a minha frente, cruzando uma perna na outra e um de seus braços esticados no encosto do sofá.
-O que devo a honra, gracinha? -Perguntou relaxado.
Peguei a cópia do papel da minha bolsa e lhe estendi.
-Você queria isso, não era? -Ele pegou o papel analisando as linhas com cuidado.
-Parada cardíaca... -Leu soltando um riso sem humor.
-Luke deu a entender que você...-Dei uma pausa, reformulando a forma de falar. - Que você estava com seu pai quando tudo aconteceu.
-Que eu matei o meu pai? É isso que veio saber? -Seu tom agora estava um pouco agressivo.
-Não eu só...
-Acha mesmo que eu vou cair nessa de você ter vindo aqui somente pra entregar esse papel?... Ou você adorou o beijo que demos e veio tê-lo de novo? -Me indagou desafiador e eu engoli a seco.
-Só quero saber, Henry. O que há de errado? Há muitas coisas nessa família muito mal contadas, estou confusa demais. Luke me diz uma coisa, você me diz outra, sua mãe entra com outra versão, eu estou ficando louca! -Bradei sem paciência.
-Se está confusa, não case com o Luke, simples. Até porque, creio que não é homem o suficiente pra você. -Bebericou um gole de sua bebida me olhando de soslaio. -Estou certo? -Lançou um olhar para o meu decote e eu fiquei sem jeito. Foi intimidador.
-Não vim discuti o meu relacionamento com Luke com você. Só sei que se depender do que me falar essa noite, eu posso ter uma visão mais detalhada de ambos os lados. -Henry lentamente se mexeu no sofá inclinando seu corpo por cima dos seus joelhos apoiando ambos os cotovelos nos mesmos. Esticando bem os braços olhando diretamente para os meus olhos. Olhos negros, profundos e bastante interessados naquele assunto.
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Um suspense para vocês kkkkkk
Será que Vick vai descobrir agora, ou só terá mais perguntas? Se gostarem, comentem e votem. Obrigada.
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