Henry segurou uma de minhas mãos próximo ao seu peito, ele havia me dito que queria me pedir algo e que seria logo. Fiquei imaginando um milhão de coisas do que poderia ser esse pedido tão importante que me faria em breve. Pensei em tantas possibilidades. Eu já havia acreditado bem lá no fundo que Henry poderia sim gostar de mim, gostar como sua mulher, como alguém importante em sua vida, ainda mais depois de lhe mostrar por diversas vezes que poderia confiar em mim. Por isso que minhas expectativas aumentaram de 1% à 50%. E depois que nos arrumamos depois do sexo no banheiro ele já estava pronto para me dizer.
-Quero que me ajude e recuperar a minha empresa.
Eu não sei porque, mas eu senti o meu mundo desabar naquela exata hora. Ele ainda pensava na empresa, claro que sim, não sei como pude ser tão idiota a ponto de achar que eu faria mudar. Eu era mesmo ingênua. Não havia nenhuma possibilidade de Henry Johnson desistir de sua empresa só porque eu Victória estava em sua vida. Por que eu pensei isso?
-Eu não posso fazer isso. -Disse nervosa me levantando do sofá, bastante aturdida com aquela proposta. Mas antes que eu saísse de vez ele segurou minhas mãos me fazendo sentar de volta.
-Espera Vick, escuta. -Ele se ajeitou no sofá ficando ainda mais frente a frente comigo para tentar me convencer, ele estava decidido a isso. Ainda mais me chamando pelo nome mais uma vez, eu não podia negar que aquilo mexia comigo e era maravilhoso para os meus sentimentos esperançosos.
-Eu tenho um plano, um plano infalível.
Ai meu Deus! Henry ia mesmo me arrastar a fazer algo como isso, ia me persuadir, ia me dizer as vantagens, e o pior eu tinha medo de no final das contas acabar aceitando.
-Henry eu não posso, por favor. Deixa essa empresa com o Luke, deixa ele resolver essas questões, tenta seguir a sua vida. -Henry fechou os olhos tentando controlar o incômodo das minhas palavras e eu percebi muito bem isso. Teria que ser muito mais do que isso pra convencê-lo.
-Eu não vou deixar que Luke se apodera do que é meu por direito. -Bradou convicto e eu vi que minhas palavras não faria diferença a um coração decidido. -Eu vou conseguir com ou sem você. Se me ajudar irei assumir todas as responsabilidades possíveis, você nunca terá o seu nome vinculado a nada disso, se for pra ir pra cadeia eu irei sozinho e você continuará com a sua liberdade. Mas se não quiser, você pode ir pegando as suas coisas e dando o fora daqui, nunca mais apareça na minha vida. -Senti meu coração falhar uma batida por conta desse ultimato que eu havia recebido.
Eu poderia sim ir embora, pegar as minhas coisas e não ter que ficar no meio disso tudo, eu não era obrigada, ele mesmo deixou isso bem claro. Mas ai eu lembrei de tudo que passei por conta dele, não falava mais com os meus pais por medo de encara-los, Jane estava com raiva de mim e eu tinha o desprezo de Luke. E por outro lado, eu tinha sentimentos por Henry, eu gostava de sua companhia, gostava do seu sexo e gostava dos rompantes de afeto que dava a mim, por mais raros que fossem eram significativos. E se eu ficasse, se eu fizesse tudo que me pediu para fazer, eu tinha mais uma vez a sua confiança, o seu afeto, que poderia aumentar de pouco para muito. Minha lealdade estaria em suas mãos e os benefícios disso seria muito mais gratificante do que qualquer outra coisa.
-Eu preciso saber, Vick. -Cruzou os braços na frente do peito me encarando intensamente. -Qual é a sua decisão?
Pesei na balança mais uma vez tudo que havia pensado em meio a esses segundos e cheguei uma conclusão.
-Tudo bem. -Eu mal olhava em seus olhos. -Pode contar comigo.
O sorriso que Henry deu agora foi uma glória para mim, me fazendo ter certeza que fiz a escolha certa. Vê-lo feliz e satisfeito comigo só por ter aceito sua proposta foi sem dúvidas um trunfo, para uma mulher desesperada em fazer um homem tão duro e de personalidade forte amolecer.
-É assim que se fala baby. -Sua voz rouca e sensual apareceram para mim e minha boca foi tomada em um beijo intenso que fez minhas pernas ficarem bambas. -Irei te explicar o que estou pensando. -Confirmei com a cabeça.
Henry sentou-se ao meu lado agora procurando me explicar tudo que estava rondando em sua cabeça.
-Eu tenho papeis falsificados em minhas coisas que indicam que Roy Johnson sofria de problemas mentais. -Abri a boca chocada diante dessa afirmação. -São laudos médicos de mais ou menos três hospitais de prestígio, os mais importantes do país. Irei provar para a justiça que Roy estava insano quando assinou aquele maldito testamento, assim consigo cancela-lo, e como sou o filho mais velho cheio de experiência, diferente do inútil do Luke. Eu assumo a empresa com o meu nome, e aquele viado não irá toma-la de mim nunca mais.
Quando Henry terminou de relatar o seu plano eu estava tonta, tonta por conhecer a sua astúcia, o modo como planeja e calcula as coisas minuciosamente.
-Ai Meu Deus! -Pisquei meus olhos freneticamente. -Você pode ser preso por isso, se descobrirem você será preso. -Eu estava exasperada diante daquela situação. -Isso deve ser pecado Henry, um pecado cruel mentir desse jeito com uma pessoa que não está entre nós.
-Calma, calma baby. -Segurou meu braço com suavidade. -Roy deve está queimando no inferno e Deus sabe que só estou tentando consertar a merda que meu pai fez.
Eu não conseguia acreditar que ele achava toda aquela loucura certo, estava determinado e não havia nada o que eu pudesse fazer.
-E onde que eu entro nisso? -Quis saber logo a minha participação, já que eu não tive outra escolha.
Henry sorriu com malícia e eu percebi que seria uma coisa da qual eu nunca me orgulharia.
-Você vai provar, com os meus meios é claro, que conheceu Roy Johnson há muitos anos.
-O que? -Isso foi um grito.
-Sim baby. Que foi amante do papai e que conhecia muito bem seus rompantes de insanidade. -Me levantei do sofá caminhando de um lado e outro.
-Ninguém vai acreditar, ninguém Henry! Todos sabem que me envolvi com Luke muito tempo depois de Roy morrer. -Ele revirou os olhos com os meus questionamentos, me fazendo saber que ele também tinha um plano pra isso.
-Se tem uma coisa que você não sabe, mas todos na minha família sabiam era que papai Roy não era um santo. Ele dava suas puladas de cerca e mamãe sabia muito bem disso. -Ele falava tão tranquilo que eu realmente me questionava se não era ele quem era um completo insano. -Nós nunca descobrimos quem poderia ser. A vadia sumiu levando uma boa grana dele. -Riu. -Mas agora a conheceremos em fim. -Riu com gosto.
-Sua família me conhece, eles sabem.
-Caramba Vick será que você não consegue entender? -Me olhou como se eu fosse uma idiota, e realmente ele estava certo, eu era sim uma completa idiota ainda mais compactuando com tudo isso. -Será uma surprezinha para eles, baby.
Agora sim eu entendi o que Henry queria exatamente, queria que eu ficasse mal para a sua família, queria que todos questionassem o meu caráter perante Jane, Luke e meus pais. Eu seria a vadia que era a amante do pai do meu noivo e anos depois voltei de novo para família tentando roubar o que era deles. Comecei a examinar dentro de mim o motivo pelo qual eu estava fazendo tudo isso a esse homem, e cheguei a conclusão de que tentar muda-lo não era mais a razão e sim por já estar apaixonada há muito tempo, que simplesmente eu não poderia contraria-lo.
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Eu quero Você I - Ambiciosos (Sem revisão)
Literatura KobiecaSinopse: Nunca pensei que poderia entrar no meio de tudo isso. As coisas pareciam fáceis para mim. Eu tinha uma vida, um noivo. Estava feliz, realizada, tudo parecia bem e normal. Eu fui avisada, já tinha uma opinião formada sobre tudo, mas assim qu...