Capítulo 12

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Fiquei pensando em tudo que havia ouvido naquela noite, e minha conclusão foi mais completa depois de ter ouvido o que Roy fazia a Henry, apenas por questionar a sua verdadeira origem. Percebi que aquele homem era vítima do acaso, foi injustiçado quando apenas era uma criança e é bem justificativo sua personalidade atual.


-E você teria coragem de matar seu próprio irmão? -Perguntei querendo ter mais uma confirmação sobre o seu caráter.

Henry virou-se de costas, perpassou uma de sua mão na nuca, depois mordeu o canto da boca. Estava um pouco nervoso, mas ao mesmo tempo tranquilo. Então deu uma sonora risada voltando a olhar pra mim.

-Não, eu não chegaria tão longe. -Eu não sei, mas foi um alivio muito grande ouvir isso, saber que não era um assassino. -Luke e eu não fomos sempre inimigos, nosso pai que impôs isso a nós depois de adulto. Mas antes, muito antes, quando o velho não estava em casa, fazíamos companhia um para o outro. Assistíamos filmes juntos, desenhos, brincávamos, competíamos. 

A cena de dois irmãos brincando felizes sem preocupação, invadia a minha mente, e eu me perguntava como seria hoje em dia se nada disse tivesse acontecido.

-Ensinei muitas coisas para ele, inclusive pegar mulher. -Ele riu.

Fiz um vinco em minha testa e logo senti as mãos grandes e delicadas de Henry segurar uma mexa do meu cabelo e colocar atrás da orelha, me arrepiei.

-Parece que aprendeu direitinho. -Balancei meu rosto na tentativa de tirar suas mãos de mim. Não por não gostar, ou por sentir asco dele. Mas sim por medo de sentir o que eu não deveria. -E olha que achei que Luke fosse maricas. -Henry caminhou pela sala.

-Ele não é, eu garanto. -Falei convicta tentando provoca-lo.

-Maricas ele pode não ser, mas... eu aposto que não te satisfaz como deveria. -Ele voltou a caminhar em minha direção ficando cada vez perto de mim, tão perto que fiquei nervosa. -Aposto que não faz do jeito certo. -Engoli a seco, pelo modo que aquela voz extremamente rouca e oscilante fazia comigo.

-Como você pode ter tanta certeza? -Ele riu, e olhei em direção aquela boca avermelhada e muito convidativa. Me lembrei daquele beijo de tirar o fôlego que me deu há um dia trás.

-Porque eu mexo com você. -Soltou as palavras de uma só vez e bastante seguro do que dizia, meu estômago sofreu um golpe. -Quando uma mulher é satisfeita com o seu parceiro ela não sente falta de nada. -Fiquei completamente sem fala. -O jeito que você correspondeu ao meu beijo, gracinha... Uau! -Arregalou os olhos em admiração. -Que delicia!

Henry era, definitivamente, a personificação da tentação, e mesmo que eu tentasse eu não conseguia ficar imune, parece que ele tinha o poder de desligar todos os sensores do bom senso de dentro de mim e ficar assim, completamente babando por ele. Eu definitivamente não conseguia contestar, pois era a pura verdade, ele mexia comigo e se eu tentasse protestar seria de uma forma terrivelmente débil.

-Já passou, Henry. Você me pegou desprevenida...eu... não consenti. -Minha voz era trêmula, assim como todas as partes do meu corpo. Eu sabia que se eu tentasse protestar sairia tão ridículo como aquela mentira que acabei de falar.

-Oh consentiu sim! -Os dois dedos de Henry seguraram o meu queixo com leveza, completamente gentil. E então seus lábios se aproximaram dos meus balançando de um lado e outro sem exatamente encostar. -Consentiu tanto que gemeu. -Seus olhos se fecharam enquanto ele continuou balançando de um lado e outro nos meus lábios até encostar sutilmente no processo. Aquilo estava me deixando louca. Senti me contrair, meu coração tão acelerado que parecia sair da boca. 

Fui empurrada delicadamente até um móvel que estava por ali, eu sinceramente não sabia ao certo o que era. Senti as mãos dele segurarem com firmeza a minha cintura, e gradualmente descendo para minha coxa esquerda. Levantou de leve percorrendo seus dedos superficialmente até os meus joelhos. Eu já estava sentindo um misto de sensações, algo indescritível por mim. 

Seus olhos agora, migraram para o meu decote, e sua testa encostou no meu colo. Achei que iria beijar os meus seios, mas ele apenas esfregou seus lábios como estava fazendo com os meus um pouco antes. Fechei os meus olhos só esperando a hora que ele tomasse minha boca de vez e eu voltasse a me entregar. Mas invés disso, ele se afastou e começou a rir debochando.

Me despertei desse frenesi, sem entender nada, e uma raiva me invadiu.

-Pode ver o quanto eu mexo com você? -O fuzilei com os olhos.

-Ora seu filho da mãe! -Comecei a estapeá-lo, mas ele continuava rindo.

-Isso, bate. Isso me da um tesão que você não faz ideia. -Olhei para o meio de suas pernas e havia uma ereção ali. Me tremi completamente.

Eu precisava ir embora o mais rápido possível. Dei o último tapa nele e sai porta a fora, ouvindo sua gargalhada.


Eu quero Você I - Ambiciosos (Sem revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora