Capítulo 27

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O único pensando que eu tive, em ver aquele carro ao longe, completamente capotado com o homem que eu amo dentro, foi de sair correndo ao seu encontro. Queria saber se estava bem, ou até mesmo mal, não importa queria saber notícias, vê-lo, chorar por ele, abraçar, o que fosse. Só não poderia ficar ali parada. O lugar que eu estava, Luke me mantendo distância não estava fazendo bem para mim. Então foi o que eu fiz, tomei um impulso para correr por aquela estrada e chegar o mais rápido possível daquele acidente, ligar para uma ambulância para que pudesse socorre-lo, chamar o seu nome, passar as mãos em suas feridas, dizer que eu amo. Deus eu nem mesmo tive a chance de dizer que o amava, assim que eu ouvir tais palavras de seus lábios. Fiquei chocada demais para isso, confusa demais, e Luke me segurando me puxando para deixa-lo não ajudou muito realmente. E se o pior tivesse acontecido, ele nunca saberia. Nunca saberia que dentre todos os que o julgavam, de todos os que não o entendia eu o amei, e de todas as formas que ele pudesse imaginar. Eu estive ao seu lado quando ninguém mais esteve, mesmo que o lado em que eu estava fosse me levar direto para a cadeia ou para a morte. Naquelas alturas realmente não me importava mais como, mas sim o porquê. E o porquê era que dentre todas as piores formas que eu pude enxerga-lo eu escolhi enxergar a melhor parte, porque eu sabia que naquela capa repleta de astucia e audácia, havia um homem machucado, que precisava desesperadamente de amor, e eu estava ali para dar que precisava a qualquer hora. Foi por isso que tentei sair correndo ao seu encontro, tentei...Porque senti mãos fortes me segurando pela cintura que eu não pude mais me mover.

-Me solta Luke, me solta! -O desespero me contagiava, e eu não parei de me debater, assim como Luke não me soltou de forma alguma. -Eu preciso vê-lo pelo amor de Deus. -Ele me girou para olha-lo com uma força tão grande que parecia que não tive controle nenhum sobre mim mesma.

-Não Vick, não! - Minha cabeça foi balançada para que eu pudesse entender de uma vez por todas que não era para eu ir. -Será que não ver que não pode se meter nisso?

-Eu o amo Luke. -Vencida escorreguei por seu corpo ficando agachada naquele canteiro da estrada chorando em desespero.

-Ele vai ter ajuda, se acalma, não aconteceu nada. -Luke me abraçou contra seu peito se agachando comigo, tentando me confortar, mas nem se tentasse a vida inteira, não conseguiria. 

Luke foi me puxando pelo braço me tirando dali, minhas pernas estavam pesadas, e eu não conseguia parar de olhar na direção daquele acidente. Barulhos de sirene me ensurdeceram e Luke me tirou de lá finalmente.

(...)

-Eu quero vê-lo! -Bati o meu pé firme cruzando os braços exigindo que Luke me desse qualquer notícia.

Eu havia ficado naquele apartamento que um dia foi meu, o dia inteiro sem qualquer notícia, enquanto Luke foi resolver algumas pendências. Havia ido limpar o meu nome como ele mesmo afirmou, para que eu não fosse presa por ser cúmplice de Henry, como se isso importasse naquele momento. E assim que a porta foi aberta me mostrando que tinha chegado eu fui enfática.


-Consegui fazer com que você não tivesse nada a ver com a fraude de Henry... Como não tem participação efetiva no caso não há denuncia. A única coisa que fez foi mentir para um advogado e isso não faz de você uma criminosa. E como consegui tira-la da perseguição não teve um flagrante. -Dei de ombros, mostrando que aquele assunto não era o importante para mim.

-Cadê ele? Como ele está Luke?


Luke respirou fundo, havia um incômodo em sua expressão que me causou medo. Seus ombros tencionados, seus lábios juntos dançado de um lado e outro.

-Fala logo Luke! -Exigi entre dentes.
-Henry  está sob custodia da polícia em uma clínica federal. -Fechei os meus olhos sabendo que depois dali poderia ser levado imediatamente para cadeia.
-Está bem?
-Está bastante machucado, mas ainda respira. -Riu sem humor e eu agradeci a Deus mentalmente por ter livrado Henry dessa.
-Eu quero vê-lo. -Meu tom baixo denunciava a minha aflição e ao mesmo tempo o meu alívio.
-Pois então vamos. -Luke se deu por vencido e eu o segui deixando o apartamento indo de encontro a Henry.

(...)

Caminhei por aquele corredor gélido, ansiosa em vê-lo, Luke me deixou ir sozinha e eu dei graças a Deus por isso. Não aguentava mais na minha cola, tendo que conviver com a ideia de que a qualquer momento poderia me tirar mais uma vez de Henry.

Entrei por aquele quarto já o encontrando com alguns aparelhos em seu corpo, mas não havia nenhum em suas vias respiratórias o que me indicava que estava respirando sozinho, uma preocupação a menos. Mas havia curativos na testa devido o acidente, estava bastante machucado. Aquilo doeu o meu coração inevitavelmente.

-Henry... -Murmurei chamando sua atenção.

Ele abriu os olhos lentamente me olhando com atenção.

-Que bom que está vivo. -Dei dois passos mais próximo, ficando exatamente ao seu lado. Lágrimas emocionadas escorriam dos meus olhos.
-Nunca ouviu falar daquele ditado? "Vazo ruim não quebra". -Riu um pouco com sua própria piada.
-Não fala assim. -Toquei em seu braço achando aquela piada ridícula. -Não sabe o quanto fiquei preocupada, quase morri junto quando vi seu carro capotando. -Dei uma leve bronca.
-Perdi a direção. -Deu de ombros.
-Por que colocou Luke no meio de tudo isso? Por que tive que ir com ele ao invés de ter ficado com você? -Aquela resposta eu já sabia, Luke havia me dito por diversas vezes, mas eu queria ouvir de sua boca, queria saber porquê Henry teve que recorrer logo ao seu irmão que aparentemente não se davam bem.
-Porque Luke era o único que faria tudo pra protege-la, além de mim. -Disse convicto e obstinado.
-Mas nunca confiou em mim. -Contestei.
-Isso é outra coisa, gracinha. -Defendeu me deixando ainda mais confusa me fazendo questionar essa relação que os dois irmãos estavam naquele momento específico.

Mas eu não quis saber a fundo, além do mais eu queria muito falar sobre aquele "Eu te amo" vindo de sua boca antes de me deixar. Queria saber o que isso tinha de verdade ou não. Se era verdadeiro, ou apenas para que eu fosse com o Luke, sendo que a segunda opção martelava na minha cabeça o tempo todo agora.

-E sobre aquela última frase que disse a mim, segundos antes de Luke me levar? O que quis dizer? - Henry olhou no fundo dos meus olhos, aos quais estavam se formando uma camada de água visível, senti o meu coração acelerar por notar aquilo, uma insegurança me atingiu de repente por medo de confirmar o que eu havia pensado o dia todo, que só foi para ir embora dali.

Henry subiu seus olhos para cima rapidamente, tentando disfarçar a emoção e eu vi que era duro demais para um homem como ele fazer esse tipo de coisa.

-Não vamos falar sobre isso agora está bem? -Assenti decepcionada, eu queria saber o mais rápido possível, queria acalmar o meu coração com o negativo ou o positivo, só queria tirar aquela ansiedade que me matava. Mas se é assim que ele prefere, eu não poderia fazer muita coisa. - Preciso te mostrar algo antes de tudo. -Maneei minha cabeça em confirmação, sabendo que havia ainda mais coisas dentre as milhões de coisas que rondava a sua vida e que ele queria partilhar comigo. E pelo que pude perceber por sua expressão era algo doído e difícil.
-Quero que vá até a minha maleta que estar nas minhas coisas e pegue um diário que há lá dentro. -Franzi o cenho.
-Mas que diário é esse?
-Do meu pai.

Fiquei surpresa com essa frase com pensamentos rondando a minha mente. Desconfiei que havia descoberto a verdade de seu pai, e que finalmente teríamos as respostas daquele caso. Ele estava com o seu diário, estava com as informações que há muito buscava, e que era a única forma de se sentir finalmente em paz. Então seria agora que eu descobriria o porque de Roy Johnson ser tão arredio com o próprio filho?

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Será que agora eles vão saber a verdade por trás de tudo? 





Eu quero Você I - Ambiciosos (Sem revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora