Capítulo 15

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— Ainda não está pronta? — Tommy disse entrando apressado em meu quarto — Vamos nos atrasar e você nem saiu da cama ainda.

— Hoje não — Falei puxando mais meu cobertor — Hoje não, Tommy.

— Hoje não o que Elizabeth?

— Hoje não vou a lugar nenhum além da cozinha, onde vou pegar sorvete mais tarde.

— Dia de depressão? TPM? Enforcar uma aula ou duas tudo bem, mas você vai perder todas as aulas pra dormir.

— Isso aí.

— Algum motivo?

Sim, eu também não sou estudiosa como ela.

— É o que eu quero e se eu quero é o que vai acontecer, fecha a porta quando sair.

— Você quem sabe — Ele desistiu — Deixa sorvete pra mim.

Ajeitei o travesseiro quando ouvi a porta ser fechada e tentei novamente voltar a dormir, foi o que eu fiz.

Já se passavam das 16h quando desci as escadas descalça com uma camisa do papaléguas que chega a metade da minha colcha.

Me sentei sobre o balcão com o pote de sorvete de baunilha e com preguiça resolvi comer diretamente do pote.

Estava aproveitando todas as colheradas com paciência enquanto meus pés balançavam no ar, meus olhos estavam fixos no movimento das pequenas ondinhas que a bóia de melancia fazia ao se mover sobre as águas da piscina com o vento.

Suspirei pesado quando ouvi vozes e risadas, os meninos parecem também estar morando nessa casa.

— Minha boneca Barbie — Bobby foi o primeiro a me ver, dei um sorriso quando ele segurou minha mão e levanto até seus lábios deixando um beijo delicado sobre minha pele.

— Você é muito forte pra ser meu Ken, ainda bem que sempre preferi o max steel.

— Pelo visto já melhorou — Tommy falou enquanto entrava na cozinha com algumas sacolas — A gente vai beber um pouco antes do baile.

Abri meus lábios confusa, eu me esqueci do baile.

— Ainda vai fazer a nossa maquiagem, não vai?— Dutch sorriu para mim, assenti.

Coloquei o pote de sorvete de lado.

— Mas primeiro eu também vou tomar uma cerveja — Andei até a mesa começando a mexer nas sacolas — Abri pra mim?— Desviei de Johnny para poder pedir ajuda ao meu irmão.

Dei um gole longo na bebida gelada atraindo a atenção dos meninos.

— Descabelada, descalça e alcoólatra — Ouvi Bobby dizer irônico — Já nos casamos pelo visto.

— Não seja bobo, Bobby — Falei voltando a mexer nas sacolas — Pelo menos vocês trouxeram salgadinho — Escolhi as batatinhas — Vou comer lá fora.

Os deixei na cozinha, no quintal precisei usar a ponta dos meus dedos dos pés para puxar a bóia para a beirada, sentada sobre ela a chutei para longe deixando a água se mexer comigo sobre ela.

Não terminei de fazer a minha fantasia, eu poderia ter comprado uma como aquela na loja é apenas um conjunto de calça de couro e blusa preta. Mas eu tinha que inventar e terminar com um pedaço de pano da Cindy Lauper ao invés da Sandy ollson.

Talvez eu devesse fazer o penteado da Sandy, usar o vestido da Lauper e colocar um salto bem alto.

Terminei a minha bebida após comer algumas batatinhas crocantes.

— Oi — Uma voz chamou minha atenção, encarei o rosto de Sussan me perguntando o que ela fazia ali, balancei a cabeça em um cumprimento de quem não se importa. Ali estava nervosa ao seu lado — Seu irmão está aqui?

Não, o meu irmão não pode estar saindo com essa vaca.

— Na cozinha— Ela agradeceu enquanto arrastava a garota ao seu lado pela casa que elas conhecem bem.

Soltei o pacote de salgadinhos e joguei meu corpo para o lado caindo em um baque sobre a água. Nadei até o fundo da piscina antes de subir novamente.

Subi as escadas sentindo o sol quente impedir o frio de me atacar de uma vez, próximos a churrasqueira Ali Mills e Johnny Lawrence pareciam discutir.

Levantei minha camisa até a cintura torcendo o tecido, olhei para a cozinha onde Susan parecia se divertir com os meninos.

Andei na direção de Johnny e Ali.

— A água está ótima — Comentei com um sorriso — Veio para a festinha pré baile?— Perguntei a ela.

— Não, só precisava esclarecer algumas coisas — Falou seria — Se você é tão amiga do Daniel como diz ser, também deveria deixar claro que não concorda com nada disso.

Passei a mão pelo meu rosto molhado.

— Do que estamos falando?

Ela negou com a cabeça como se não acreditasse.

— Talvez devesse começar a observar as pessoas que estão à sua volta, falo isso pelo seu bem — Ela encarou meus olhos pensativos — Se eles são capazes de atacar o Daniel de uma forma tão covarde e injusta, imagina o que seriam capazes de fazer com garotas como nós.

Ela gritou por Susan já andando em direção a saída.

— Do que ela está falando, o que aconteceu com o Daniel?

Johnny negou.

— Não aconteceu nada, é só um jeito dela tentar me atacar — Me garantiu — Acredita em mim, não é?

Assenti receosa.

Segredos - Johnny LawrenceOnde histórias criam vida. Descubra agora