Capítulo 22

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Passei a língua pela cremosidade branca concentrada em não fazer sujeira.

Usei meu dedo indicador para limpar o canto dos lábios.

— Não tem um shopping pra você visitar?— Kreese me fez encarar seu rosto sério com um sorriso.

— Talvez, mas eu precisaria de carona, então preciso ficar aqui e esperar alguém.

— O cobra Kai não é pra garotas.

— Eu não sou uma garota, professor, sou a Lizzy.

— Sensei — Me corrigiu.

— Eu sei — Respondi voltando a minha atenção para a casquinha de baunilha que Dutch comprou pra mim a alguns minutos.

— Fique aqui — Kreese disse se virando para a porta, sorri triste ao ver Daniel.

Procurei o copinho que sempre pego na sorveteria para emergências e virei nele a casquinha, comi uma colherada antes de me levantar.

Não tive coragem de falar com ele depois da situação com os meninos, segui Kreese que interrompeu o treino para receber o LaRusso junto a um senhor.

Talvez aquele seja o senhor que quebrou o braço do meu irmão.

— Pedi pra que você ficasse lá — O sensei reclamou assim que me notou.

— Oi gente, bem vindos ao cobra Kai — Naquele momento assinei o documento que proíbe a minha entrada aqui, Kreese me mataria mais tarde.

Ele olhou por cima de meu ombro e em seguida senti uma mão forte agarrar minha cintura me puxando para trás.

O que?— Perguntei ao Johnny encarando seu rosto sério de raiva.

— Não pode dar boas vindas ao inimigo.

— Ah, não são meus inimigos bobinhoApertei sua bochecha levemente.

— Só fique um pouco quieta — Disse com um sorriso muito pequeno que se desfez quando voltou a encarar Daniel.

— Não imaginei que fosse tão fácil fazer você perder a postura — Provoquei cochichando bem baixinho.

— Shiu — Johnny colocou o dedo indicador em frente aos lábios.

Levantei minha mão para acenar para Daniel, mas o Lawrence puxou meu corpo para mais perto do seu, me fazendo mudar de postura.

A mão de Johnny permaneceu em minha cintura por todo o tempo que Daniel e seu avô estiveram ali, eu podia sentir minha pele levar pequenos choques com o aperto firme.

Quando Kreese chamou a atenção de Johnny para a conversa, o Lawrence tentou afastar sua mão para ter a postura correta frente ao seu sensei.

Mas apoiei minha mão sobre a sua pedindo com um gesto para que ele não se afastasse e ele não fez isso.

Quando Daniel estava de saída viu o senhor passar pela porta primeiro e em seguida fez um gesto me pedindo para ir até ele.

Ele é mesmo corajoso ou muito suicida.

Senti meu corpo ser puxado e então eu estava de frente a Johnny com seu corpo colado em mim, suas mãos em minha cintura e as minhas sobre seu peitoral definido.

Encarei seus olhos claros de Johnny e pisquei algumas vezes me sentindo desnorteada.

Minha pele queimava com seu toque e meus lábios se tornaram secos mesmo que eu sempre os mantive hidratados.

Meu coração bateu forte.

Tão forte quanto o grito de "Sim Sensei" que me fez dar um passo para trás em um susto.

Daniel já não estava mais lá.

Mas todos pareciam evitar olhar na minha direção enquanto eu passava por eles retornando ao mesmo banco que estava antes.

Terminei meu sorvete olhando única e exclusivamente apenas para ele.

Por mais que vez ou outra, meus olhos me traíssem me levanto direto a cabeleira loira que balançava com movimentos bem feitos.

Os gritos altos e a seriedade de Johnny em ser perfeito me hipnotizam de uma forma estranha, como se mesmo com todos aqueles garotos o destaque fosse totalmente dele.

O melhor lutador da cidade é Johnny Lawrence, ele se esforça pra isso a muito tempo e é imbatível.

Daniel vai precisar de um truque de muita sorte se quiser vencê-lo.

Segredos - Johnny LawrenceOnde histórias criam vida. Descubra agora