Segredos - Johnny Lawrence

Capítulo 28

Ajeitei meu coque enquanto lamentava olhando para minha cama perfeitamente arrumada, deixei meu quarto decidida a ir dormir no meu quarto assim que todos pegassem no sono na sala. Não seria a primeira vez em que abandono uma festa do pijama pelo meu conforto, com toda a certeza não a última.

Prioridades.

Desci as escadas com cuidado para não enfiar minhas pantufas em uma poça de bebida ou vômito, haviam pessoas apagadas ali mesmo e a bagunça se espalhava por todos os lados.

Fechei a porta deixando a chave pendurada caso alguém resolvesse fugir.

A música agora estava mais baixa e o relógio de coruja já marcava mais de duas da manhã.

Conforme atravessei o cômodo para chegar a sala ao lado, notei que além do volume baixo a música tinha muita baixaria.

Quando é que o Bobby vai tomar jeito com essas patifarias?

Passei pela porta vendo que a maioria já havia trocado suas peças de festa por pijamas que se dividem entre sexy e confortável.

Susan havia retornado e estava em um colchão sorrindo enquanto recebia carinho de Jimmy, me chateia ela chegar a esse ponto depois de tudo o que me disse quando eu estava nessa situação.

Pelo visto os caras melhoram quando deixam de estar conosco, já que quem tanto criticava agora baba por ele.

— Finalmente a diversão vai começar — Falei me aproximando de onde meu irmão estava, me sentei ao lado dele cruzando minhas pernas.

A calça de tecido fino do Pernalonga é uma das minhas favoritas e combinam bem com a minha pantufa de coelhinho da mesma cor, para completar, vesti uma camisa do cobra Kai cumprida que uso de pijama a alguns meses.

Sei que Tommy ainda tem a dele, então não sei de qual dos meninos essa já foi um dia e nunca perguntei para não ter que devolver.

Peguei o copo de Johnny e dei um gole na cerveja gelada, perdi o meu no caminho ou alguém o tirou de onde deixei, o que me fez esquecer de pegar alguma coisa.

O Lawrence ainda não havia falado comigo depois dos minutos que dividimos o banheiro, mas não parecia incomodado com a minha proximidade.

— E então, sete minutos no paraíso?— Tommy foi quem perguntou animado.

Todos concordaram.

Procurei por Ali e Daniel com os olhos, mas conhecendo a Mills imagino que ela já tenha ido.

— Dessa vez, temos nosso amigo de volta — Jimmy foi quem anunciou — Quem será a primeira sortuda a curtir com o recém solteiro Johnny Lawrence?

Eu já havia me esquecido disso, nas últimas festas que tivemos Johnny mal ficou porque Ali tem horário para ficar em casa.

Acho que foi a primeira experiência dele com pais preocupados e regras.

Todos comemoravam enquanto Dutch abria a porta do armário, Johnny negou algumas vezes querer participar disso antes de ser empurrado para dentro.

Quando a porta se fechou todos já sabiam o que fazer, Tommy girou a garrafa assim que todas as garotas se sentaram em uma roda.

Não pude ficar de fora, é uma regra.

A não ser que haja um laço sanguíneo tem que participar.

Tommy girou duas vezes antes que a garrafa apontasse para mim pela terceira vez.

— Já chega disso — Bobby segurou a garrafa antes que ela fosse tirada mais uma vez — Não pode mudar o destino.

— São só sete minutos, Johnny não vai se casar com a sua irmã — Revirei meus olhos com força só de ouvir a voz da Susan.

A algumas horas eu estaria toda safada querendo beijar ela novamente, mas vê-la abraçada com meu ex quase namorado me faz querer vomitar.

Susan foi uma das primeiras a me abraçar e dizer que eu não deveria confiar no Jimmy, que ele era daquele jeito e ia continuar me machucando e agora está nisso.

Ela não pode ser tão cega, consegui afasta-la mais cedo e agora acredito que ela realmente quer o que é pior.

— É, são só sete minutos — Falei terminando a bebida antes de me levantar.

— Não se esquece — Dutch disse enquanto ainda usava as mãos para bater contra o armário para que Johnny não ouvisse do lado de fora — Você pode usar a boca pra tudo, menos pra falar.

— Eu inventei as regras, Dutch, não tente me ensinar a jogar.