Me assustei quando a porta do banheiro foi aberta de uma vez, eu deveria me lembrar de trancar já que tem mais que eu e Tommy nessa casa hoje.
— Que susto Johnny — Reclamei voltando a ajeitar meus cabelos em frente ao espelho — Você não sabe bater?
— Eu tô super apertado e imaginei que você estava demorando enquanto se arrumava.
— Já estou pronta a um bom tempo, não preciso me arrumar, ei, o que você está fazendo?— Me virei de costas encarando a porta quando notei — Que nojo Johnny não podia me esperar sair?
— Está me dizendo que nunca viu um, Liz?
Mordi o lábio pensando no que seria mais conveniente dizer.
— Nada justifica, não quero ver o seu Johnny.
Ouvi o som da descarga e em seguida da água corrente caindo pela torneira.
— Sabe, você parece muito menos inocente quando está em um grupo de amigos do que quando está sozinha com um homem.
— Claro, eu sou uma mulher e eu temo estar sozinha com homens — Fiz uma pausa — Principalmente os que invadem cômodos e começam a tirar suas coisas para fora da roupa.
Eu ainda encarava a porta de madeira pintada no tom mais claro dos brancos quando senti os dedos de Johnny Lawrence afastarem alguns de meus fios loiros deixando meu pescoço e ombro expostos.
— Sabe que eu nunca faria algo que você não quisesse, não é? Liz.
Senti todo o meu corpo arrepiar e pelo riso anasalado que ouvi soube que ele percebeu o efeito que conseguiu causar em mim com uma simples proximidade.
— Sei sim, deixou bem claro que não sente nenhuma atração por mim, então não devo me preocupar.
Johnny apoiou uma das mãos na minha cintura e me puxou com força me fazendo encarar seus olhos, apoiou sua mão "livre" na parede impedindo que eu batesse a cabeça quando dei um passo para trás ao ser pega de surpresa.
— O que você pensa que está fazendo? Ficou louco?
— Eu fui um idiota em dizer isso.
— Por que acha isso? Por que me ver beijando uma garota te deixou excitado, Lawrence?— Sorri provocando — Isso não faz de você um idiota — Aproximei meu corpo do dele — Faz de você um fetichista, nojento.
— De onde você tira essas coisas? Nada que inclua a Susan pode me excitar, mas em compensação tenho notado que até a coisa mais simples que você pode fazer me deixa muito, muito louco.
— E por que está me dizendo isso?
Meu coração batia tão forte que eu podia sentir uma escola de samba desfilar de ponta a ponta nele.
— Por que não vou me segurar se ver alguém tocar em você, amora, não vou aguentar ver alguém fazer o que eu quero fazer o tempo todo.
— Você está bêbado — Acompanhei seus sussurros deixando o ar do banheiro pesado.
— A bebida me dá coragem, me faz parecer mais corajoso do que eu sou, mas não me faz mentir.
Toquei seus lábios com a ponta do meu polegar.
— Você ama ela, se declara pra ela, beijaria os pés dela a qualquer momento do seu dia e para ter coragem de dizer qualquer coisa pra mim precisa beber pra ter coragem — Afastei sua mão da minha cintura — Primeiro você, depois ela e se você for dispensado então eu.
— Não — Não deixei que ele terminasse.
— Eu vou sair agora, não quero ver meu irmão socar outro amigo nesse corredor por minha causa.
Deixei o banheiro e Johnny para trás, parei por um segundo no corredor e respirei fundo tentando retomar minha postura. Em seguida desci as escadas animada antes de me juntar a turma puxando Dutch para dançar comigo.
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Segredos - Johnny Lawrence
FanfictionSe Johnny é o fogo Lizzy é gelo. Segredos unem duas pessoas em um único objetivo, reconquistar Ali Mills. História ambientada em 1984.