Capítulo 19

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O clima no quarto estava silencioso, mais estranho que o comum na verdade.

Ninguém falava nada e o único som presente eram os movimentos feitos enquanto se concentravam em mastigar doces rosquinhas.

Eu ajudei Tommy a tirar o que restava de sua maquiagem enquanto os meninos decidiam no joquem pó quem o ajudaria a tomar banho, meu irmão estava revoltado por ser colocado naquela situação então gritou inúmeras vezes que podia fazer isso sozinho.

— Você ainda não comeu nada — Johnny sentou no sofá ao meu lado.

— Não precisa fingir que se importa.

— Pelo visto você ainda está bravo, tá legal, eu não tiro a sua razão, mas não dá pra ficar agindo desse jeito pra sempre.

— Não vai ser pra sempre, só pelo tempo que estivermos convivendo juntos já é o suficiente.

— Você é irmã do meu melhor amigo, ele é o nosso pra sempre.

— Na verdade, eu sou legalmente obrigada a aguentar ele até meus 21 anos, após isso posso simplesmente fingir que não o conheço e você se encaixa no pacote Tommy, então — Fiz uma pausa sabendo que não precisava terminar a frase.

Cruzei os braços deixando meu corpo se encostar no sofá, Johnny estendeu a mão me deixando confusa encarando o copo estampado em sua mão.

— Eu não tomo café.

— Amora, com gelo e sem açúcar.

— O meu predileto.

— É, eu sei.

Peguei o copo de sua mão e não me dei ao trabalho de agradecer.

— Não fez mais que a sua obrigação, já que trouxe café pra todo mundo.

Ouvi Johnny rir baixo.

— Imaginei que diria isso, por isso eu não comprei aquela bala de goma que você come todos os dias no café da manhã.

— Péssima escolha, eu fico de mau humor sem elas.

— É, eu também sei disso.

— Me impressiona você saber mais sobre alguém além do que sabe sobre sua ex-namorada.

— Ciúmes?

Dei um sorriso.

— Você não é digno do meu ciúmes.

— Claro, ele é — Os olhos de Johnny foram a Jimmy que estava papeando com Bobby próximo a janela.

Ele estava com os cabelos despenteados e um sorriso mínimo no rosto.

— Você tem Ali no seu passado, Johnny, no meu está o Jimmy — Lamentei tirando o plástico que protegia o canudo de papel — A gente só precisa descobrir como deixá-los lá.

— Acha que é possível?

Johnny disse com a voz calma, quase tão suave como uma música.

Me virei para ele e levantei meus ombros pensativa.

— Sempre tento acreditar que sim — Tomei um gole do meu suco.

— Talvez — Johnny encarou meus lábios e em seus meus olhos.

— O que?

— Talvez esteja na hora da gente mudar esse jogo.

— Como assim?

— Estamos mirando no alvo errado.

— Daniel?

Johnny assentiu.

Beberiquei o suco pensativa durante alguns segundos.

— Está dizendo que a gente "estar juntos" chamaria mais atenção do que eu correr atrás do Daniel enquanto você persegue a Ali?

— Mais um dos nossos segredos.

— Eu ainda odeio você, mas os segredos, eu gosto dos nossos.

Segredos - Johnny LawrenceOnde histórias criam vida. Descubra agora