Capítulo 9

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Quando a palavra baile foi dita a sala se encheu sussurros, todo mundo se animou com a ideia.

Agora eu me encontro "na luta" entre um milhão de revistas de moda que poderiam me ajudar a pensar no que vestir.

— Que bagunça — Ouvi minha mãe reclamando, as vezes eu me esqueço que ela também mora aqui.

— Vou arrumar tudo daqui a pouco — Falei passando de uma página para a outra sem muita atenção.

— Procurando roupas? Podemos ir ao shopping se você quiser.

Mamãe é modelo, meu pai por ironia do destino é seu agente o que automaticamente deixam os dois próximos a tão tão distante.

— Eu mesma vou costurar o que vou vestir, mas obrigada pelo convite.

— Você não vai arriscar machucar esses dedinhos delicados com agulhas — Ela sorriu se sentando na ponta do sofá e olhando para mim que sentada no chão evitei olhar em seus olhos — Pode ser legal, sabe, um momento mãe e filha.

— Não — Não vai ser legal — Não precisa, eu realmente quero fazer isso por conta própria.

— Posso ao menos te dar algumas ideias? Soube que seu irmão e os amigos vão de caveiras — A ouvi rir — É uma fantasia engraçada, porque não tenta algo do tipo?

— Eu não sou o Tommy, não vou usar a mesma fantasia que ele — Respondi de imediato.

— Na verdade eu quis dizer algo engraçado, pode ir de cloreto de sódio ou algo desse tipo já que é um baile escolar.

— A senhora ao menos sabe do que está falando?— Porque eu não fazia ideia.

— Não — De relance pude vê-la colocar uma mecha de seus cabelos atrás da orelha, eu faço isso quando estou totalmente perdida.

— Ótimo, vou de Sandy.

— Sandy?

— Grease.

— Você assistiu Grease?

— Quem não assistiu Grease?

— Você é muito novinha para ver esse tipo de filme.

— Ninguém é muito nova para apressar o John Travolta mamãe.

— Elizabeth, você é.

— Summer sun, something's begun
But, oh, oh, the summer nights — Cantei para provocar.

Antes que ela pudesse reclamar alguém tocou a campanhinha a fazendo se levantar e bater seus saltos contra o chão antes de abrir a porta.

— Johnny Lawrence, quanto tempo — Ela sorriu o cumprimentando — Acho que meu Tommy não está.

— Eu sei disso senhora, vim ver a Liz.

Joguei o corpo para trás para poder ver seu rosto curiosa pra saber o que ele quer.

— A Lizzy? Interessante — Mamãe disse voltando para dentro — Filha, o Johnny veio ver você.

Fechei a revista de uma vez me levantando.

— Já sentiu saudades Lawrence?— Perguntei quase gritando de longe.

— Coloca logo um sapato, temos muito o que fazer — Disse sem muito humor.

Voltei para dentro me sentando no sofá enquanto calçava meus tênis sem meia com pressa.

— Não vai convidá-lo para entrar?— Mamãe perguntou

— A gente vai sair — Avisei.

— Sair como em um encontro?

Não, tá mais para como aulas de motorista escondida da minha família.

— Pode guardar esse segredo? Não quero que o Tommy saiba ainda.

Ela ficou pensativa por um segundo.

— Tá, tudo bem — Concordou — Mas não demore pra vir arrumar essa bagunça.

— Sim senhora — Falei animada já de saída.

Segredos - Johnny LawrenceOnde histórias criam vida. Descubra agora