18 Muitas coisas não sabem sobre mim

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Karen.

Fecho a porta me sentando no chão, sinto uma onda de tristeza percorrendo pelo meu corpo todo, onde eu fui enfiar meu pé? eu mesmo destruir minha vida, acabei com meus sonhos, muitos jovens queria ter tudo oque eu tinha, mas por diversão, por homem, eu acabei com tudo, agora está eu aqui prisioneira na casa de um traficante, o homem que eu me apaixonei, porque não ouvi meus pais?.
Seco minha lágrima, levantando do chão, pego minhas coisas e começo a guarda tudo, vou arrumando tudo em ordem, o chão está meio sujo, tenho a total ciência que vai ser eu que vou ter que limpar, abro a porta devagar para ninguém ouvir, vou a procura da vassoura e a pá, mas acabo me assustando com quem eu não queria ver.
-Está com fome?-Ele pergunta olhando para seu celular.
-Está falando comigo?-Paro no meio do caminho.
-Não, com o fantasma, não está vendo que é com você.-Seu tom de voz é grosso.
-Na próxima vez que falar comigo , fale olhando pra mim, não sou obrigada a adivinhar se está falando comigo ou no telefone.
Antes que ele possa responde- lo, saio dali rapidamente, acho a vassoura, deixo a pá para uma outra ocasião, sigo direto para o meu quarto e tranco a porta, começo a varrer o quarto e o banheiro, sim pelo menos aqui é uma suíte, deixo a sujeira em um canto, amanhã eu arrumo um jeito de tirar isso daqui daqui, tomo um banho e deito na cama, amanhã é mais um dia de sofrimento.

dia seguinte.

  Acordo com leves  batidas na porta, tento não reagir ao me chamarem, mas acabo levantando para saber oque quer, abro a porta e me deparo com Kauany vestida com um vestido rosa balão,  caramba, a quanto tempo não vejo ninguém usando roupa assim, coitada da menina.
—Oi minha princesa,  bom dia.— E a única que  vai me alegrar nessa casa.
—Tia, pensei que já estava arrumada, quero levar você  em um lugar muito especial pra mim.—Ela diz com um sorriso bobo no canto do rosto.
—Vou me arrumar rapidinho tá, que entrar?— Pergunto mas a mesma diz que não.
   Vou ao banheiro rapidamente tomo um banho, lavo minha cabeça passando logo o creme da lily no meu corpo, dessa forma o cheiro impregna mas, coloco uma bermuda da Gucci e uma camiseta da mesma marca, não ligo para essas coisas, mas já que o outro comprou,  eu vou usar, pentio meu cabelo deixando ele solto, passo apenas uma base no meu rosto, e logo um lip tint, já estou pronta,  saio do quarto pegando minha bolsinha é encontro Dandara é Kauany na sala.
—Bom dia Dandara, vamos?— Falo e ela se levanta.
—Nossa, nossa, vai ter várias urubuzadas atrás de você,  meu irmão vai surta,  mas vamos, Kauany está toda ansiosa aqui.
   Dandara caminha até a rua, algumas meninas com seus shorts curto um pouco mas simples, até bonitos, me olha de cima abaixo com seus olhares de deboche, antes que eu possa fazer o mesmo Dandara já pergunta oque está acontecendo, as meninas logo saem em disparada, olho para ela e começo a rir, Kauany segura em minha mão,  Capiroto passa de moto me olhando,  sua expressão é de tristeza, queria muito parar e falar com ele, mas não quero arranjar mas problema,  eu polpei sua vida, e por isso estou aqui pagando o preço,  por um erro meu, por um erro meu, ele quase morreu, então eu acho justo esse castigo, mudo logo minha fisionomia  com Dandara me olhando desconfiada,  ela me pergunta se está tudo bem, apenas balanços cabeça dizendo que sim, e continuamos com a nossa caminhada.
—Estamos chegando, é  ali.—Kauany aponta para uma enorme casa repleta de homens com fuzil, pra que essa seguranca toda?
   Chegamos na tal casa grande, tem uma enorme placa, "Casa Betel, Doce Lar" oque significa isso? entramos e uma senhora  nos recebe, primeiro abraça a Kauany que já sai andando pelo local, fala com a Dandara, e depois me olha  já me recebendo muito bem.
—Você é nova aqui, nunca vi você, anseio que esteja curiosa para saber oque é aqui, vem vou te mostrar.
  A mulher segura em minhas mãos andando por uma recepção,  assim como eu posso dizer,  entramos em um local, cheio de camas, aqui é um quarto? a mulher chama por alguns nomes, e aparece uma criança se arrastando no chão,  assim que me vê,  abre os braços sorrindo pra mim, olho para ela com meus olhos marejados, com uma vontade enorme de chorar.
—Vai lá, ele que apenas te abraçar.—Assinto com a cabeça.
  Nunca vi uma criança assim, e só de olhar pra eles, já dá aquela reflexão, aquela vontade de chorar, ele é apenas uma criança,  não tem suas pernas,  e pelo sorriso extravagante , o menino é feliz ele é feliz como ele é,  e nos com tudo no lugar, reclamamos que não gostamos de algo sobre nós, que mudar sempre alguma coisa,  sempre reclama,  ele limpa minhas lágrimas e pega a sua bola que está dentro de sua camisa e me dá, eu não sei mas acho que quer brincar, me afasto um pouco dele,  sento-me no chão sem se importa com nada e jogo a bola pra ele, e cada sorriso dele, e uma vontade enorme que tenho de chorar,  arremesso mais uma vez, e a mulher me chama querendo mostrar outras crianças, levanto entrego a bola a ele e vou andando com ela, vejo algumas meninas, uma sentada na cama mexendo  com seu corpo freneticamente,  assim que ela me olha já vem andando me abraçar, todos me recebe bem, eles me chamam de tia, e isso é surreal pra mim.
—Oque eles têm? é cadê a família?—Pergunto a ela.
—Aqui são todos pacientes psiquiatras, alguns são autistas, o Lucas que você jogou bola, é autista, a Emanuella também é autista,também tem mais, e fora as crianças que tem sindrome de down,  estão na outra ala, alguns tem família,  mas não vem visitar, os outros o dono daqui os encontraram jogados, e por fim, eles gostam de visitas, venha mas vezes visita-los, eu não posso demorar aqui com você ,  fique a vontade, o dono está aqui hoje, tenho que da atenção a ele também.
—Quem é o dono daqui? quero conversa com ele.— Ela me olha por um instante, e concorda.
–Pensava que você sabia quem era o dono daqui, venha, vou lhe mostrar, ele está no outro quarto dando atenção às outras crianças.

  Passamos por alguns quartos, vou abraçando as crianças, tem algumas mulheres fazendo atividade físicas com eles em um pátio,  ela abre a porta pra mim é dou de cara com Matteo trocando a fralda de um menino rindo, eu não entendi é nada, oque ele faz aqui? porque Matteo está aqui? será que é um voluntário? se for  foi um gesto muito bonito da parte dele, vou pergunta depois se posso me voluntariar também,  já que não faço nada, aqui vai ocupar a minha mente,  mas porque um dono de morro estaria aqui? ele termina de arruma o menino e paira seus olhos sob mim.
—Oque faz aqui Karen? quem te trouxe?—Ele pergunta calmo.
—Suas irmãs, me desculpa, eu vim porque elas me convidaram, mas não posso negar, que achei lindo da sua parte se voluntária para ajudar aqui,  nossa, já chorei tanto com o Lucas, é um menino tão especial, todos no verdade, mas Lucas tocou algo em mim que eu não sei te explicar.

  A mulher não está mas ao nosso lado,  ele pega o menino no colo, põe em uma cadeira de roda e vem até a mim.
—Não precisa pedir desculpas Karen, não sou voluntário—Ele rir.—Sou dono disso aqui,  junto com Dandara,  aqui eu sou o Matteo, como qualquer um, não sou dono do morro aqui dentro, as vezes eu o ajudo, faltou alguns funcionários, então vim ajudar um pouco,  sei o quanto elas trabalham duro para cuidar deles, eu reconheço isso, tem muitas coisas que você não sabe de mim.
—Estou percebendo,  oque posso fazer para ajudar?

gente perdoe pela demora, eu nao estava bem para continuar com a história, mas comecei novamente.

Destinado ao MorroOnde histórias criam vida. Descubra agora