23 Pai?

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karen narrando...

  Após ele não ter respondido minha pergunta sobre a sua outra irmã, ele me puxou até um trailer, onde vende cachorro quente, pedimos dois completos com duas latinhas de Coca-Cola,  olhando assim, nem parece que é bandido, ele rir do nada e pergunto oque foi.
—Porque está rindo sozinho?—Interpelo.
—Olha quanto tempo demorei para comer um cachorro quente aqui, da última vez que comi foi quando eu era aviãozinho do cabeça de pena, ele mandou eu fazer um corre pra ele, acabei fugindo pra cá, sentei na calçada,  comi três cachorro quente como se não houvesse o amanhã,  afinal gastei a maioria do dinheiro dele aqui.—Ele rir.
— Você fez isso? e qual foi sua desculpa? nossa ele deve ter ficado muito bravo.—Falo mordendo meu cachorro quente.
—Que nada, eles me econtraram aqui com o cachorro quente na mão,  a boca toda suja de mostarda, só me levaram pra casa, e apanhei a noite toda, só isso, o bom que apanhei com o estômago quase estufando.
   Não sabia se ria ou ficava tensa pelo acontecimento, Matteo diz naturalmente, terminamos de comer, ele paga o moço e fomos indo em direção a saída, tinha duas viaturas encostada perto da moto, senti que ele ficou tenso, eu poderia ajudá-lo, mas será que ele merece isso? posso muito bem pedir por socorro nesse exato momento e sair disso, porém ele pode voltar atrás e matar o Capiroto.
—Me entrega a chave, vai para a outra rua, te busco lá.—Ele me olha.
—Eu sou homem de fazer com oque eu falo tá!– Diz em um tom ameaçador.
—E sou mulher suficiente para eentender que estou sendo prisioneira! mas estou aceitando tudo isso pela vida do Capiroto,  só por isso, vai me entregar a chave ou não?— Digo irritada.
   Ele me entrega  a chave a contra-gosto, vou até a moto, um dos policias me dá um bom dia, retribuo ligando a moto,  dou partida em direção a rua onde o embuste está, paro ao seu lado, ele pensa que eu vou descer, jamais,  quero sentir esse gostinho de chegar no morro com o dono do morro sendo carregado.
—Não vai descer não?—Ele pergunta emburrado.
—Vai me tirar daqui a força também? vai monta logo aí, tempo que não piloto uma moto.—Abro um sorriso enquanto ele está de cara fechada.
 
  Acelero sentindo meu cabelo voar, nossa é outra vibe, aquele vento quente do Rio de Janeiro,  lembranças do meu passado vem, abro um sorriso enorme,  mas uma onda  de tristeza percorre pelo meu corpo, quando percebo já estou com os olhos marejados.
—Aqui não é uma pista de corrida, desacelera, não quero pagar multa não.—Ele diz encostando suas mãos na minha  cintura.
   Depois de um tempo chegamos no pé do morro, os homens nós olha surpreendido, os caras gastam o Matteo que dá logo o dedo do meio pra eles,  em poucos minutos chegamos na casa dele, entrego a ele a chave, falo com os rapazes da contenção que logo me comprimenta é entro na sala.
  Não tem ninguém na sala, caminho em direção ao meu quarto abrindo a porta, dou de cara com a Rita deitada junto com Dandara e sua amiga Vitória,  as três abre um sorriso malicioso pra mim ao me ver, entro como se não tivesse entendido esses sorrisos, pulo no colo da Rita o abraçando.
—Como você está? pensei que não iria mas ver você.—Falo com Rita.
—Estou bem, agora relaxa, vou vir aqui todos os dias, Matteo liberou—Ela diz.
  Conversamos por alguns minutos,  Vitória é uma boa pessoa, no começo eu não tinha gostado dela, achava um pouco metida, mas ela é super de boa, Dandara disse que iria no salão ver como está as coisas, Vitória como não desgruda dela, foi junto com ela,  então apenas sobrou eu e Rita, aproveito faço a pergunta que não quer sair da minha cabeça.
—Você ainda gosta do Beleza? eu pensei que você iria realmente aceitar o pedido dele.—Sussurro me sentando na cama.
—Sim, mas não podemos ficar juntos, olha a vida que ele leva amiga, bandido não é futuro, e para piorar tudo!—Ela põe a mão no rosto chorando.
—Ei, oque foi? calma, eu entendo você , porque está chorando?—Pergunto preocupada.
—Estou grávida... Beleza é o pai, eu não quero essa criança—Ela diz enxugando as lágrimas.— Por favor não me julgue,  mas amanhã cedo estou indo aborta,  consegui uma clínica que cobra bem baratinho.—Sussurra tampando o rosto.
—Eu jamais irei te julgar minha amiga,  mas como você me considera como uma irmã,  eu tenho o direito de  falar com você,  tu sabe, que se alguém do morro descobrir,  você é uma mulher morta! é mas facil você se expulsa de casa, do que morta, e outra, Beleza nunca abandonaria você e esse bebê, essa criança não tem culpa de nada, tem vários métodos contraceptivos minha amiga,  sempre falei pra você tomar, mas você sempre quis ir pela sorte, ou até pela tabelinha, cuidado, olha quantas mortes está tendo depois de um aborto forçado? eu mesmo aqui prisioneira, sempre vou está com você! e todo mundo!

Ela deita em meus braços, deixando as lágrimas rolarem, não posso julgar minha amiga, mesmo achando errado, quem sou eu para julga-la? só ela sabe oque está passando,  porém com uma boa amiga, falei oque penso, se for para repreender de algo, eu vou repreender, se for para da conselho, eu sempre estarei aqui,  mas nunca vou abondona-la em qualquer decisão que ela tomar.
Fomos na cozinha, preparamos um brigadeiro de colher,  com leite, nescau e manteiga, não tem leite condesado,  então improvisamos.
—Como será que ele vai reagir quando souber que vai ser pai?—Rita pergunta.
—Pai? qual das duas está grávida?— Matteo entra com uma cara seria ao lado do Beleza.

puta merda...

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