18.03.2007
Elisa Rossi PavinnelPor que você é tão irritante? - Cali pergunta direcionando seu olhar a mim.
Eu irritante? Não sou eu que desorganizei todo o estúdio e trouxe putas para comer aqui dentro. - rebato.
Fala sério, vocês estão brigando por isso? - Georg pergunta, ele e os outros estavam no sofá assistindo.
Não sei o por que também. - Cali revira os olhos.
Claro que não sabe, eu sou a única garota aqui, o mínimo que vocês tinham que ter é respeito. Fala Cali, você gostaria que eu trouxesse garotos para me foder aqui dentro? - meus olhos ferviam de ódio.
Cala a boca olha a besteira que você ta falando, coloca na sua cabeça que a gente não é você. - Lírio se intromete.
Olha aqui Lírio, abaixa a porra do tom e nunca mais me manda calar a boca por que você não tem direito, sinceramente tô cansada dessas atitudes de vocês, cansei de verdade. - vou para perto do sofá dos meninos pegando minha bolsa e saindo da sala.
Onde já se viu, eles trazerem garotas para ficar no estúdio, poxa, um mínimo de respeito deveria ter, aqui não é lugar pra isso. E o que mais me irrita é o fato de Tom, Georg, Gustav e Bill estarem lá.
Respiro fundo sentando em umas cadeiras do estúdio e pedindo um táxi que estava a dez minutos daqui.
Me sentindo observada viro minha cabeça para o lado olhando Tom que se aproximava, ele se senta do meu lado.
Não deveria ter ficado tão brava com o que rolou. - comenta, ele olhava em meus olhos que novamente ferviam de raiva.
Se veio falar besteira, acho melhor ir embora por que eu sinceramente não estou afim de te escutar. - murmuro.
Eu só estou dizendo a verdade. - estala a língua no céu da boca.
Você mesmo sabe que não está. - reviro meus olhos.
Fala sério morena, por que você tá tão brava assim por uma coisa tão boba? Não é como se eles não comessem garotas o tempo todo. - se ajeita no sofá e sorri.
Tom você está se escutando? Isso é ridículo, olha o jeito que você fala como se fosse a coisa mais normal do mundo trazer putas para um ambiente de trabalho. E outra eu quero respeito, por que eu sou a porra da única garota nessa merda de empresa. - me levanto e o fuzilo com o olhar.
Me viro e saio do local entrando no táxi que já havia chegado.
Boa tarde, o endereço é esse aqui. - cumprimento o senhor que dirigia o carro.
Depois de longos minutos chego em casa, assim que entro subo pro meu quarto, separo uma roupa para eu usar depois do banho e vou em direção ao banheiro.
Eu estava cansada mentalmente.
Tiro toda minha roupa e ligo a banheira, deixando ela encher, me viro e me encaro no enorme espelho do banheiro. Eu não me reconhecia mais.
Cansada e usada, essas palavras definiam minha existência. Cansada por não ser respeitada e boa o suficiente. Usada por me deixar levar as sensações prazerosas que me proporcionam em um momento e no outro me descartam.
Entro na banheira e me deito encostando minha cabeça na borda, eu gostaria de afundar e não voltar mais, e então eu afundo minha cabeça, deixando o ar esvaziar meu pulmão.
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Eu escutava um zumbido agudo no meu ouvido, meus olhos se apertavam cada vez mais, minha garganta se fechou e então eu voltei para cima puxando todo ar que podia.
Eu realmente queria isso?
não não não.
Me levanto da banheira esvaziando ela e indo para o box, onde minhas lágrimas começaram a cair enquanto eu lavava meu cabelo.
Depois de terminar meu banho e chorar tudo que eu tinha, saio do box e me encaro novamente no espelho enrolada na toalha.
Boca vermelha, nariz vermelho, olhos inchados, mãos tremendo.
Me seco e vou para meu quarto, após colocar minha roupa penteio meu cabelo e ligo o ar.
Saio do quarto e vou em direção a o quarto da minha vó nas pontas do pé, chego na porta e abro uma frecha que seja o suficiente para ver se ela já está dormindo.
E ela estava.
Fecho a porta e desço as escadas tentando fazer nenhum barulho, vou pra cozinha e arrasto uma cadeira para perto dos armários.
Fico em pé na cadeira me apoiando no armário de cima, vendo uma caixinha lá, pego e abro, pegando um maço de cigarro apenas.
Fecho a caixa e coloco no mesmo lugar, desço da cadeira e arrasto para o mesmo lugar, vou em uma das gavetas da pia e pego um isqueiro e subo rapidamente pro meu quarto.
Entro no quarto trancando a porta, logo pego um rádio meu e coloco no canal 467 que tocava Hotel Room Service, abro o maço de cigarro acendendo um e começando a dançar.
Mexo meu quadril para um lado para outro, tragando o cigarro várias vezes e balanço minha cabeça com meus braços em uma dança qualquer que vinha na minha cabeça.
Quando fico cansada já tocava outra música, apago o cigarro que estava em minhas mãos e vou para o banheiro, escovo meus dentes e passo um sabonete no meu rosto, logo abro um pouco a janela e fecho as cortinas, deligo o ar e me deito.
O sono demora a vir e eu penso no maldito Tom Kaulitz. A forma na qual ele magoou hoje.
🌻.
oi gente!!um beijo e boa noite!
revisado.