Filho do diabo

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- Ei garoto

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- Ei garoto. - Falei alto enquanto Daeron girava ao meu redor com Vermithor. - Tome cuidado esse dragão não é pequeno.
- Será maior que o seu. - Ele gargalhou e eu ri junto com ele.
Meu filho era lindo, parecido com a mãe ao meu ver, cabelos platinados aos ombros e nariz arrebitado.

- Só em seus sonhos. - Brinquei.
Caraxes se agitou e mexeu o pescoço esguio, eu estranhei, era um dos dragões mais calmos, olhei ao redor procurando algo que a irritasse.
- Daeron, perto de mim. - Ordenei gritando e o garoto se aproximou o máximo possível com o dragão, o céu estava escuro provável de uma chuva que vinha aí.

Então vi algo que fez meu coração bater rápido, a sombra de um dragão diante as nuvens, minhas pernas tremeram.
- DAERON CUIDADO. - O garoto olhou o dragão que vinha em nossa direção, sem nenhuma cautela rasgando os céus, me movi com Caraxes e Daeron também.

O dragão passou em meio a nós, eu ofeguei e procurei com o olhar para ver se Daeron estava bem, então logo virei para trás afim de ver quem era o dragão e o dono, convenhamos que não era comum dragões e montadores em meio aos céus.

- Pai, estou com medo. - Daeron falou alto o suficiente para eu ouvir.
- Calma Daeron. - Falei de volta para ele ouvir. - controle o seu dragão e se afaste do dragão selvagem. - pelo voo desengonçado já sabia que se tratava de um, provavelmente um montador não muito experiente, será que um não targaryen finalmente havia dominado um dragão?

Então o dragão voltou em nossa direção, então pude ver, um homem de cabelos escuros, meu coração chacoalhou, então o dragão que ele montava soprou fogo em Daeron e Vermithor.
- NÃOOOOOOOOOO. - Gritei com raiva e me aproximei fazendo o dragão selvagem se afastar.

A pessoa que dirigia o dragão gargalhou e meu corpo ferveu de raiva.
- Daemon Targaryen. - A pessoa gritou e eu me concentrava em ver se Daeron estava bem, olhei o dragão e logo vi Daeron chorando em cima de Vermithor que se mexia de um lado para o outro.

Então o dragão selvagem passou raspando por Vermithor, seja lá quem fosse, queria matar Daeron, e não a mim, nem sequer se aproximava, ou era um covarde e queria pegar um montador inexperiente, uma criança.
- SEU COVARDE DEIXE O EM PAZ. - Gritei mexendo Caraxes afim de caçar o dragão e o dono.

Vermithor estava nervoso e se mexeu demais, Daeron não conseguia o controlar, então não demorou ao menino escorregar, ele se agarrou na sela e eu gritei.
- NÃO SOLTE DAERON.
Tentei me aproximar quando vi o dragão vindo em direção ao meu filho novamente, surtei e fui de encontro.

- DRACARYS. - Gritei e o homem desviou rindo fazendo Caraxes soltar o fogo no ar.
Olhei para o lado e parti em direção ao dragão desconhecido, eu iria matar aquele imbecil que sequer sabia montar um dragão, Caraxes voava o mais rápido que podia e eu já havia perdido Daeron de vista.

Eu seguia o dragão comprido e olhei para frente vendo Vermithor e Daeron pendurado gritando, o ar escapou de meus pulmãos, eu tinha que pega-lo antes que ele caísse, desviei do dragão à frente e acelerei em direção a Daeron, mas o dragão ao meu lado ia mais rápido, provavelmente um dragão mais jovem.

Consequentemente mais rápido, ele decolava e eu podia sentir meu coração bater na goela, minhas mãos tremiam de medo, então quando tive um pingo de esperança de conseguir ir para baixo de Vermithor e pegar Daeron, o dragão selvagem desceu em direção a Daeron.

Ele passou em direção ao Daeron enquanto eu acelerava tentando alcançar, meu dragão não estava perto o suficiente para cuspir fogo, então o dragão a minha frente abocanhou as pernas de Daeron, então eu vi a pior cena que poderia ver em toda a minha vida, o dragão partiu meu filho ao meio.

Como eu estava logo atrás passei bem debaixo dos restos mortais do meu filho que jorravam sangue que deixaram meus cabelos brancos vermelhos, então eu gritei, gritei o mais alto que pude, olhei para trás e vi Vermithor me seguindo enquanto o resto do corpo do meu filho caiu céu abaixo.

Meu corpo ferveu de raiva e eu vi o dragão selvagem logo a minha frente.
- DRACARYS. - Gritei e o dragão voou para baixo, eu suspirei de raiva, mais uma vez esse truque barato, então continuei seguindo enquanto o dragão sumia nas nuvens, eu não o perderia, eu o mataria e levaria a cabeça para Daenaera.

Então ele acelerou ainda mais com o dragão, antes de eu o perder de vista, então a ficha caiu, minha boca tremeu e as lágrimas correram meu rosto.
- NÃO, NÃO, NÃO, DAERON. - Gritei com a voz trêmula, haviam matado meu filho em minha frente.

E eu não tinha feito nada, mudei a direção de Caraxes indo rumo a Kingslanding novamente, então lembrei de Daenaera, ela me odiaria, eu matei Aemond, eu deixei que matassem Daeron, eu deixei que isso acontecesse com Daeron quando ela confiava em mim, quando ela julgou como um passeio bobo.

Eu chorava de tristeza e dor, chorava de decepção, estava decepcionado comigo, chorava só de imaginar minha esposa recebendo a notícia, chorei ao lembrar a cena que repassava em minha cabeça.

[...]

- Jacaerys Velaryon. - Ela falou.
- Como assim? Jacaerys está morto, você mesma o matou.
- Jacaerys e Joffrey estão vivos.

Ela disse e eu pensei, aquele poderia ser um dos dois? Então pensei, pensei na fisionomia, se fosse um deles seria Jace porque era um homem que teria sua idade hoje em dia, seria possível?
- Porque? Como? - Questionei.
- Eu não mataria crianças, mandei uma pessoa de confiança levá-los a um lugar de segurança.

- Você sabe onde? - Peeguntei.
- Não, se eu soubesse não seria tão seguro, queria afastá-los de tudo isso, dessa loucura e guerra, não queria carregar o sangue de inocente em minhas mãos. - Ela tremia os lábios. - Essa minha decisão me faz carregar agora o sangue de meu filho em minhas mãos.

Rainha Do Caos || Daemon TargaryenOnde histórias criam vida. Descubra agora