Rainha Do Caos || Daemon Targaryen

Mensageira da paz

Chegou o dia, eu estava vestindo calças e uma blusa para poder montar Vhagar e ir até Dragonstone, eu iria com ela para testá-la, gosto de voar com ela sempre que posso, pois ainda não peguei confiança, agora Silverwing não tenho doque duvidar, ela sempre cumpre seu trabalho.

- Olá garota. - Falei me aproximando do dragão enorme, maior que Silverwing, passei minha mão em sua lateral, áspera, sorri quando ela se mexeu levemente ainda não confiando em meu toque.
- Vamos, nós vamos vingar seu pai, isso é por ele.
Subi nela segurando as rédeas e me acostumei antes de partir.

Sobrevoando o mar com Vhagar percebi que a vida era muito sensível, tudo acontecia tão rápido, eu estava disposta a me proteger, porque eu era a única capaz de vingar Aemond, então eu precisava viver, até matar todos eles, qualquer possível herdeiro, então o resto ficaria para Aegon.

Pouco me importava quão ruim ele seria como rei, mas eu estaria disposta a continuar como mão dele, aliás não era ruim ter um pouco de poder para variar, já podia ver a ponte e as escadas do castelo, me aproximei e comecei a descer com Vhagar, eu nem pensei no fato de que Vhagar tinha matado Lucerys.

Eu realmente não queria irrita-los, porém eu precisava pegar confiança em Vhagar e nada melhor do que uma viagem em alto mar, pousei com Vhagar na grama e pulei do dragão, dei dois tapinhas na costela e fui em direção aos portões do castelo.

Não demorou até abrirem, eu entrei com o pergaminho na mão.
- Olá irmã. - Ouvi a voz de Rhaenyra reverberar.
- Majestade. - Disse me curvando.
- Olá sobrinha.
- Príncipe. - Cumprimentei Daemon.
Era difícil para mim, aquele homem tinha matado meu irmão e futuro marido, a vontade de chorar se expandia em meu peito.

Mas eu estava ali para demonstrar força e que não restou ressentimentos.
- Enfim, creio que saibam que não vim à toa, o rei tem uma mensagem e eu como mão, vim em pessoa para dar o recado, tenho a carta com o selo real, porém também venho dar minha palavra.

Rhaenyra com um vestido preto, muito bonito, Daemon com suas roupas como se sempre estivesse preparado para uma guerra, ao lado de Rhaenyra Jacaerys e Joffrey, depois de reparar neles continuei.
- Temos um acordo de paz, um casamento, para fortalecer nossos laços entre nossa família.

- Você e quem? - Rhaenyra questionou.
- Não, eu não. - Ri fraco. - Aegon se casará com uma das filhas de Daemon, a mais velha creio eu.
Daemon não pareceu se incomodar.
- E oque vamos ganhar com isso? - Daemon falou alto.
- Nossa rendição, entregaremos a coroa de livre e espontânea vontade, iremos coroá-la, prometer apoio.

- Nós temos dragões e o dobro de homens que vocês, não será uma guerra fácil e seja quem sair ganhando irá perder muito, pessoas amadas, homens, talvez dragões, não estou disposta a lidar com mais perdas, creio que vocês também não, eu entendo, realmente entendo. - Falei fazendo gestos com a mão.

- Aemond matou Lucerys e vocês mataram Aemond, ainda saíram na vantagem levando minha mãe junto, porém estou disposta a perdoar a dívida e vivermos em paz, a única coisa que exigimos é cargos de importância para mim e Aegon, além de mantermos as terras da família Hightower e Dragonstone.

Rhaenyra trocou um olhar com Daemon, eles pareciam conversar sem trocar nenhuma palavra, então Rhaenyra balançou a cabeça em positivo.
- Você sempre foi muito esperta, creio que puxou isso de mim irmã, as mulheres Targaryen são as mais espertas e sabem quando devem pedir uma trégua, aceitamos sua propos...

Antes dela terminar de falar Daemon interrompeu dando um passo à frente.
- Apenas uma mudança.
- Qual meu tio? - Perguntei.
- Quero me casar com você.
Eu quase ri, só não ri porque ele falou sério e ninguém riu, não era brincadeira era uma proposta séria, ele estava pedindo minha mão na frente de todos.

- Me desculpe, mas você não é casado meu príncipe?
- Bem, não é nenhuma novidade príncipes e Targaryens com 2 esposas, até mais. - Ele sorriu malicioso, eu não expressava nada, meu rosto não se mexia, eu estava chocada e pensativa, não poderia arriscar o combinado ser jogado no lixo.

Mas afinal não teria problema nenhum, eu jamais me casaria porque mataria ele antes.
- Certo, eu aceito, porém na minha ordem, primeiro o casamento de Aegon e sua filha, depois o nosso e então a coroação de Rhaenyra.
Ele olhou para Rhaenyra que assentiu e eu quase soltei um suspiro aliviado.

- Princesa fique a vontade para ter sua estadia aqui em Dragonstone e ficar enquanto quiser e precisar.
- Muito obrigada Rainha, porém voltarei para casa antes de anoitecer, meu irmão me espera e vou dar a ele as boas notícias, agradeço pela atenção dos senhores e nos vemos no casamento.

- Creio que em breve. - Rhaenyra afirmou.
- Claro, eu mandarei corvos, acho que um casamento em Dragonstone seria espetacular, os dois talvez? Adoraria me casar aqui.
Eu não iria mesmo dormir aqui, correr o risco de ser morta enquanto durmo ou então comida envenenada, eu não pagaria para ver.

- Até breve então princesa.
- Até breve. - virei para ela me curvando. - Rainha. - Virei para Daemon e lancei um olhar terno e um sorriso sem mostrar os dentes. - Príncipe.
Então me virei e sai do castelo, antes de jogar o pergaminho no chão, subi em Vhagar e parti de lá, antes mesmo de sair do chão as lágrimas começaram a cair.

Doía, doía demais, ver o assassino do meu irmão achar que tem algum poder e fingir que estava tudo bem, Vhagar parecia agitada como se ela sentisse, porém eu passei minha mão em suas costas acalmando, encostei meu rosto em sua nuca e chorei.

Chorei o caminho todo, quando pousei Aegon me esperava, fez uma cara assustada ao me ver, provavelmente minha maquiagem preta escorria por meu rosto.
- Tudo bem? - Perguntou e eu desci de Vhagar.
- Tudo feito, em breve mandarei os detalhes por corvos, é agora ou nunca Aegon, não temos abertura para erro.