𝗔𝗣𝗘𝗫
→ substantivo masculino; ápice.
→ na fórmula 1, apex é o ponto ideal de uma curva pela qual o carro deve passar.
→ Na Grécia Antiga, Aristóteles, postulava que, para uma obra ser considerada perfeita, a catarse precisaria agir no abrir de o...
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
MAX
Tudo começou por causa de um beijo. Um beijo que eu deveria ter negado, porque quem estava me pedindo era uma linha que eu não deveria ultrapassar. Um beijo que não significava nada além de um tremendo furacão de problemas. Um beijo que eu apostaria meus dois campeonatos mundiais para conseguir, mas sabia que deveria guardar aquele desejo comigo até o túmulo. Melodramático, pois é, mas quando se tratava de Ophelia Halliwell, as coisas tinham um toque meio shakespeariano, seja lá o que essa porra significava.
Tecnicamente, Phia me odiava. Eu também deveria odiá-la. Era pressuposto, levando em conta que, desde os meus dezessete anos, aquela garota irritante tinha como passatempo preferido transformar minha vida em um pesadelo. Tudo piorou quando ela descobriu a internet e que as pessoas com opiniões como a dela geravam likes. Redes sociais eram o mal do século, eu sempre disse isso para Horner. Queria poder não tê-las, mas sendo quem era, tinha uma obrigação profissional de mantê-las. Phia não enxergava desse jeito. E ela adorava deixar claro para quem estivesse pronto para assistir aos vídeos semanais que postava em um canal no Youtube, na época, de que, com tudo o que tinha, me detestava.
Então, como eu ia dizendo, beijar aquela garota não era bem o que as pessoas esperavam. Ninguém esperava. Eu não esperava. Meu subconsciente, quem sabe. Tinha certeza de que havia me ouvido pensar em todas as artimanhas que eu poderia usar para levar aquela garota para a cama quando descobri que minha raiva fulminante tinha gosto de tesão reprimido. Mas não queria dizer que deveria.
É, uma grande merda. Foi aos meus vinte anos, quando descobri que talvez eu não a detestasse tanto assim. Eu ainda era imprudente e destemido, tinha uma grande probabilidade de irritar meus colegas e dizer a coisa errada nas entrevistas. Ophelia estava soltando farpas pela garagem porque, bem, a princesinha de Horner e Geri vivia por ali, desprezando a prole e soltando veneno em mim como se fosse parte da realeza de Hamlet também. Sempre gostei de Geri, nunca imaginei que ela pudesse ter uma sobrinha tão detestável e estava começando a me sentir sufocado com tantas críticas.
Talvez eu tenha batido boca com ela longe dos olhos de todo mundo e talvez eu tenha pregado minhas costas na parede enquanto ela apontava um dedo em riste em minha direção e a única coisa que consegui fazer foi encarar os lábios cheios que tremiam de raiva e o peito que subia e descia chamando minha atenção como a luz chamava por mariposas. Talvez tenha sido um daqueles momentos um em um bilhão, quando tudo para e você simplesmente toma conhecimento de uma verdade irrevogável.
Gostosa era pouco para definir aquela garota. Ela era quente pra cacete, tão quente que poderia derreter um iceberg inteiro e, foda-se, minhas metáforas eram melhores quando eu pensava pela cabeça de cima, mas ela me fez sufocar e explodir de dentro para fora. Pensei que ia conseguir tirá-la do meu pé se simplesmente dissesse que estava farto de tudo aquilo, mas a única coisa que ganhei foi a imagem perfeita de Ophelia na minha cama sussurrando meu nome rondando minha cabeça por semanas, meses e anos.
