monster | max verstappen

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MONTE CARLO, MÔNACO — 30 de outubro de 2021, véspera de Halloween

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MONTE CARLO, MÔNACO — 30 de outubro de 2021, véspera de Halloween.

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Havia uma caveira pendurada no teto bem na minha frente. Algumas abóboras sobre o balcão do bar e um Livro Monstruoso dos Monstros retalhando pedaços de papel colorido ao meu lado. As luzes estereoscópicas piscavam freneticamente e o som de uma hip-hop do início dos anos 2000 zunia pelo meu corpo. Tinha uma quantidade perturbadora de zumbis, vampiros e personagens da Marvel zanzando pelo salão lotado, como um enxame de abelhas.

Eu gostaria de dizer que estava adorando toda aquela confusão, afinal, a atmosfera era insanamente boa; começando pela decoração, passando pela trilha sonora e terminando na comida e bebida, tudo estava perfeito, como deveria ser, mas... seria uma mentira caso eu dissesse e, bem, não costumo ser uma mentirosa. Não sempre. Principalmente quando qualquer um poderia notar pela minha cara que eu estava achando aquela festa um tremendo erro.

A maior perda de tempo da minha vida. Eu não estava no clima para Tony Stark e Jonas, de Dark, ou Daenerys Targaryen e Jon Snow que haviam me chamado para a pista de dança, mas, o que eu poderia fazer além de me manter ali enquanto desejava desaparecer? Me martirizar em casa? Seria tão patético quanto ficar no bar durante toda a festa. Ali eu tinha álcool e em casa apenas episódios repetidos de Grey's Anatomy.

O meu dia estava sendo uma merda. Não! A semana, o mês, quem sabe o ano inteiro ou os últimos quatro anos! Uma verdadeira catástrofe. Sair de Monte Carlo havia me proporcionado aquilo. Voltar para Monte Carlo endossou. Quem sabe o Dia das Bruxas não estivesse se provando um verdadeiro pavor mesmo.

Sempre achei que sair da casa dos meus pais me daria algum tipo de alívio e de liberdade, que me levaria a, em determinado momento, sentir falta da companhia daquelas pessoas que haviam me rondado durante vinte anos de existência. E enquanto me mantinha longe deles, parecia que eu gostaria de voltar até eles. Tudo é mais fácil embaixo da asa de nossos pais. Bes-tei-ra. Foi só colocar os pés em casa que lembrei dos motivos de ir embora. Quero dizer, eu poderia fazer faculdade em qualquer lugar da Europa, poderia trabalhar duro para passar na Faculdade de Engenharia de Modena, ter a droga do nome de Enzo Ferrari em meu diploma ou qualquer idiotice que meu pai me dissera sobre como seguir seus passos me tornaria em uma das melhores no meio automotivo.

Dei uma risada sozinha. Até eu dizer a ele que queria ir para o outro lado do mundo, estudar música e nunca mais voltar para casa. Só nos feriados e no aniversário do meu irmão mais velho, não deixei de pontuar, que fique claro! Era óbvio que ele odiaria, mas fui embora antes de repensar minhas próprias ações. E antes dele repetir generosamente suas últimas palavras destrutivas.

Nunca volte se não for para mudar de ideia.

Bem, eu não mudei! Mas nunca disse que costumava cumprir promessas de outras pessoas.

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