Capítulo 7

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A fazenda era tão serena e aconchegante com minúcias chiques. O piso revestido em madeira e carpete bordô, a parede da sala teve uma decoração discreta e assumiu um tom cinza. Um sofá de couro e uma mesa de centro de madeira.

Além disso, um lustre de cordas foi centralizado, dando brilho ao ambiente, enquanto a lareira permaneceu acesa..

A cozinha tinha decoração portuguesa, com talheres em ouro rosa e vasos de flores nos cantos. A sala de jantar também tinha a mesma pintura e uma mesa de madeira preta.

Agora onde está Suzana? Eu pensei que ela...

— Sophia... Quanto tempo, não imaginava te ver aqui, depois daquela confusão pensei que você não viria. — disse ao se aproximar, suas mãos estavam posicionadas a frente do corpo dando um ar de elegância... Ou diria arrogância?

— Dona Suzana, deixa eu te contar... Essa confusão toda foi feita pelo seu filho que agia como um sem-vergonha, e você tinha atitudes racistas... Agora se você não lembra, posso citá-las.

— Às vezes custo a acreditar que meu Rafael está errado, após seduzi-lo agora está indo em direção ao Benício… Francamente, eu não tenho eupatia para prosear com uma… — antes que ela fizesse, Benício apareceu na sala com uma tosse dando a entender que ouviu toda conversa.

— Suzi? Está implicando com a Sophia outra vez? Você e eu sabemos que o Rafael é um galinha, e admita que foi desrespeitosa com Sophia. — disse parando ao meu lado e pegando em minha mão. — Você não pode fazer uma coisa dessas e achar que está certa, mamãe! Depois de tudo o que aconteceu, será que a senhora ainda caiu si?!

A mulher suspirou revirando os olhos e saindo da sala, seu vestido com estampa de onça e o salto vermelho carmesim era destaque, foras as curvas em seu corpo.

— Não esquenta Sophia, uma hora ela terá que parar, não fica assim minha flor. — disse tocando meus cabelos e logo depois beijando minha testa. — Ah, preciso te avisar, eu sei que você odeia estar no mesmo ambiente que ele, mas… O Martin está aqui, parece que ele e os meus irmãos se conheceram numa festa e ele foi chamado pro almoço hoje.

Respirei fundo e balancei a cabeça com um pequeno sorriso, sabia que não seria fácil...

Caminhamos mais um pouco e o Benício me chamou para dar uma volta na fazenda, meus irmãos foram cumprimentar o Orlando, que diferente da Suzana, os amou desde o primeiro momento.

Fomos até a mangueira e sentamos lá embaixo, os primeiros raios de sol começavam a aparecer, a imensidão do campo verde ficava cada vez mais bonita, fora o céu azul com poucas nuvens.

— Cara, rodei a casa toda e não vi a Thalita. — murmurou Benício depois de se acomodar perto da árvore com uma manga na mão. — Meu pai está aqui, mas confesso que tenho medo da reação de minha mãe.

— Calma, talvez ela venha mais tarde... E melhor ainda que ela não chegue e esbarre nos nervos estressados ​​de dona Suzi.

Ele sorriu, balançando a cabeça, ficamos muito tempo naquela mangueira imaginando a vida, com o sol no rosto... Foi o melhor momento do dia.

☀️9:30☀️

Entramos na casa, e felizmente a Thalita estava lá, não posso deixar de lembrar que ela era uma mulher linda.

— Benício, que saudade! — Disse sorrindo, seu rosto estava tão radiante e sereno. — Achei que não ia te ver hoje, acho que seu pai já te disse que você vai ter outro irmão, não foi?

— Sim, Thalita... Mas você não acha precipitado aparecer aqui com minha mãe.  — ele perguntou, segurando as mãos da mulher.

— Acho melhor esse diálogo ser comigo Benício, afinal eu pedi a separação 2 meses antes e passei todos os meses especulando se estava certo, mesmo percebendo que não daria certo com sua mãe. Todos falam que quando um não quer, dois não brigam. — seu Orlando disse ao surgir na sala com um charuto entre os dedos. — Jamais ouve traição, e sim um desgaste por desconfiança…

Nunca É Tarde Para Recomeçar.Onde histórias criam vida. Descubra agora