Capítulo 11

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Eram 2 da manhã, Carmen dormia profundamente no banco de trás enquanto eu esperava um sinal de Sophia, de alguma forma ela me ajuda com conselhos ou puxões de orelha.

Eu estava comendo donuts e tomando chocolate quente quando recebi algumas mensagens, era a gerente do “Sunflower Paradise”. A pousada era administrada pelos meus pais, mas depois que eles partiram para Los Angeles passou a ser administrada por mim e pela Nathalia, ao longo da gestão da tropicale, ela assumiu os negócios de lá e conseguiu atrair um número maior de funcionários.

[2:12]

Lorena: Boa noite, Benjamin, vim avisar que um cliente pediu reembolso pelo cancelamento da estadia na pousada, e como a dona Nathalia está ausente, tive que te procurar, pois você é o primeiro responsável pela pousada na ausência dela.

Benjamin: Boa noite, Lorena, me manda o contato para eu resolver, obrigado por me avisar… Os tempos estão difíceis sem minha irmã, mas acho que dará tudo certo! Muito obrigado antecipadamente.

[2:13]

Após a mensagem guardei o celular e fiquei olhando a movimentação ali na frente do hospital, o céu praticamente coberto pela neblina, algumas ambulâncias chegando… O clima estava triste, talvez pelo ocorrido que deixava tudo estranho.

Peguei no sono numa esperando que aquilo tudo fosse um pesadelo e a que assim que eu acordasse, Nathalia estaria conosco.

5:00 da manhã.

Acordei e vi que Carmen ainda dormia, tive medo de acordá-la, mas até então, ela acordou na hora.

Pedi para ela ir comprar alguma coisa e comer, fui à recepção saber de Nathalia e logo depois a deixaria na escola, ainda tinha todo o relatório do tropicale e do sol nascente.

— Sonhei a noite toda com a mamãe, foi como um aviso do Tio Benji. — Carmen contou enquanto me entregava o cappuccino e uma fatia de bolo.

Fiquei pensativo se perguntava ou não…

— E como foi o sonho? — perguntei olhando para ela.

— Não sei explicar, mas estávamos em um jardim e ela estava com um vestido branco com os cabelos soltos, era tão real, até notei alguns raios de sol iluminando seu rosto e as mechas de seu cabelo. — falou com um sorriso bobo. — No entanto, notei a expressão dela um pouco triste, diferente do que costumamos vê-la. Ela me disse para ficar calma e pediu para você não ficar triste ou se recusar a entender o que estava acontecendo, disse ainda que estava em um lugar melhor onde não há sofrimento e que devemos ficar bem e seguir nossos caminhos…

Comecei a suar frio, não era a primeira vez que Carmen tinha esses sonhos, uma amiga da minha mãe até disse que ela previu coisas que com certeza iriam acontecer, e que não era nada para se assustar…

Ela sempre soube equilibrar tudo o que dizia, para cada momento.

— Nathália… — murmurei olhando a foto dela no colar de Carmen, as duas estavam tão apegadas que não consigo imaginar como vai ser se ela for embora mesmo. — A mensagem desse sonho foi forte Carmen, sua mãe sempre dizia isso desde que descobriu a doença, nunca lhe faltou esperança e coragem, e odiava quando alguém vivia reclamando sobre a possibilidade de morte.

— Sim, ela sempre foi forte, lutou muito para chegar onde chegou e teve vários acontecimentos em sua vida, mas nunca deixou a esperança de lado…

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