Caminho dois por: Madeleine Ross.
Meus pensamentos exploraram diversas possibilidades para fazer Sophia me ver com outros olhos. No entanto, como convencerei aquela pirralha ingrata?
Ouvi passos em direção ao banheiro e coloquei a taça de champanhe ao lado da garrafa.
— Alexandre? — chamei, inclinando a cabeça para trás.
— Sim, minha deusa… Vejo que você está confortável nesta banheira. — Ele disse com um leve tom de sarcasmo.
Revirei os olhos, olhei para o teto por um momento e, em seguida, voltei minha atenção para o homem de olhos azuis escorado na pia.
— Estou mesmo, mas… ficarei ainda mais quando Sophia estiver aqui. — Afirmei e abri a palma da mão em direção a ele.
— Sophia já sabe o que você fez e está fazendo, Madeleine. Não pense que, por estar criando um plano ótimo em sua cabeça, ela irá cair aos seus pés. — Ele afirmou com convicção.
Levantei-me da banheira ainda com um pouco de espuma no corpo e caminhei lentamente em sua direção. Deixei minha mão passar por seu abdômen e, em seguida, movi-a até sua nuca.
— Não seja negativo, você também faz parte disso, queira ou não. — Eu disse com um pequeno sorriso. — Confie em mim.
Ele franziu a testa, demonstrando curiosidade, e inverteu rapidamente as posições. Alexandre se aproximou, mantendo minhas mãos presas.
— Eu deveria? Não tente me subornar com sexo, Madeleine. Você sabe que não poderá usar seu método estúpido comigo.
Aproximei nossos rostos e sorri provocativamente, vendo seus olhos fixos em meus lábios.
— É uma via de mão dupla. Você me ajuda e, em troca, serei sua uma noite inteira. — Propus e tentei beijá-lo, mas fiquei surpreendida com a recusa dele.
Ele se afastou e ficou na porta, respirando pesadamente.
— Não estou aqui para ser seu brinquedo miserável, para falar a verdade… Não sei se continuarei ao seu lado.
Meu rosto se transformou em total descrença ao ouvir as palavras de Alexandre. Antes que eu pudesse responder, ele saiu da sala sem sequer me dizer para onde estava indo.
— Idiota! — resmunguei irritada.
Voltei para a banheira e usei meu tempo para pensar no que devia fazer e na possibilidade de que Alexandre poderia deixar de ser meu aliado a qualquer momento. Essa história estava me deixando mais irritada do que qualquer outra coisa que fiz na vida.
Terminei o banho um pouco depois e, ao sair, coloquei um longo vestido preto, com detalhes de renda no busto. Além disso, possui uma fenda na perna, proporcionando um toque de elegância e ousadia.
Calcei um salto alto vermelho e sentei em uma poltrona saboreando um bom vinho amargo, do jeito que gosto.
Olhei para a tela do meu celular e, por milagre, vi que não precisava ir até Sophia, pois ela teve a gentileza de me enviar uma mensagem.
— Parece que essas três semanas vão ser agitadas para mim. — Pensei enquanto dava um largo sorriso.
— Claro que é, não seja idiota. Só farei isso para não ser notado e também porque Sophia ficará surpresa ao ver você comigo. — Eu disse, tomando um gole do vinho.
Ele revirou os olhos, penteou os cabelos castanhos, e ficou em silêncio por apenas alguns minutos.
— E tem certeza de que ela vai acreditar? — Ele perguntou novamente com um tom desconfiado.
— Sim, tenho certeza. Então, você está dentro ou não? — Perguntei a ele, erguendo as sobrancelhas.
Ele concordou com a cabeça e desligou a ligação. Tenho certeza de que Sophia não recusará um centavo quando souber da minha 'condição'.
— Pobre garota! — Eu disse, rindo. — Sophia, você está ficando igual à Maria Cecília, uma caipira ingênua.
Me arrumei rapidamente e peguei alguns pertences; entreguei a chave do quarto para Alexandre e me despedi rapidamente.
Pedi um Uber e dei o endereço da espelunca, que se chama Tropicale. Não sei como a Sophia pôde escolher um lugar assim para trabalhar!
Então fiz o pagamento e saí do carro, fui direto para o restaurante, olhando a decoração e logo vi um homem de cabelos escuros conversando com minha sobrinha.
— Boa tarde! — Me aproximei com um sorriso terno nos lábios e olhei para eles.
— Boa tarde, Madeleine. — Sophia logo me cumprimentou com um abraço.
Continuei olhando para o homem, que por um momento acenou e nos deu permissão. Inclinei minha cabeça com uma expressão confusa, mas não disse nada sobre isso.
— Senti sua falta, minha sobrinha. — Eu a abracei, mesmo sentindo suas mãos me empurrando para soltá-la.
— Se você vai ficar na minha casa, tenho algumas regras… Afinal, moraremos juntas de novo, tia. — A garota afirmou em tom sério.
Esperei a garota terminar o trabalho e sentei em uma mesa mais reservada, pedindo os pratos mais famosos do restaurante.
— Estou sentindo que esses dias que passarei ao lado de Sophia vão me render bons lucros! — pensei ao sorrir, mantendo meus olhos em Benjamin.
☆
Capítulo curto por enquanto, estou muito ocupada e acabei deixando a insônia e a ansiedade tomarem conta do meu corpo/mente... Estou me recuperando aos poucos, para poder continuar bem... Até a próxima.
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Nunca É Tarde Para Recomeçar.
De TodoSophia Ross Colleman enfrenta uma enorme responsabilidade imposta por seus pais após uma tragédia e a traição de sua tia. Ela assume a guarda e o cuidado dos irmãos Heitor e Helena como sua maior prioridade. Onze anos depois, Sophia e seus irmãos de...