Capítulo 25

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Sophia Ross.

Um tempo depois.

Bom, todos os relacionamentos têm fases e obstáculos, não digo que isso não existe, porque por pior que seja… Existe!

— Vocês vão voltar? — Leninha perguntou com a voz triste. Em pensamento, sim, na prática, não sei.

— Não terminamos, Helena. Estamos separados apenas por algumas coisas. — Respondi enquanto preparava o estrogonofe.

Ouvi a porta bater e quando me virei, Heitor estava entrando com safira, depois de uma semana intensa de exames estávamos todos em casa, apenas curtindo nossa companhia.

— Eu sei que vocês ainda não terminaram, mas vocês trabalham juntos, o clima não fica estranho? — Ela perguntou pela segunda vez.

Me virei analisando sua fala e acenei em positivo. — Sim, fica estranho… Mas sabe, temos uma amizade além do relacionamento e sabemos nossos limites… Acho que isso é o bastante.

Madeleine estaria aqui em uma semana, e confesso que estou preocupada pelo tom da voz dela na última ligação.

Mesmo que aquela mulher seja o próprio suco de ruindade, às vezes penso no porquê de ela ter feito o que fez.

Mas não é sobre isso que quero dizer; muita coisa mudou nesses últimos dias. A mãe do Benício mudou-se para Nova York, Isaac e Elisabeth continuam cuidando dos negócios da família. Orlando estava passando alguns dias no Rio de Janeiro junto de Thalita e o bebê.

— Sophia está pensativa. — Heitor murmurou enquanto me cutucava.

— Estou pensando em quanta coisa mudou…

Estou melancólica? Talvez eu saiba que quando essas recaídas acontecem não há nada que possa levantar meu ânimo… Mas a vida continua, certo?

— Talvez você esteja exigindo-se demais para agradar aos outros, mesmo sabendo que algumas dessas exigências o incomodam. — O garoto afirmou e saiu indo para o quarto. Heitor me olhou uma última vez e deu de ombros, fechando a porta.

Parei ao encostar na pia e fiquei minutos pensando no que meu irmão falou…

“Cobrando demais”?!

Deixei escapar um suspiro de frustração e continuei fazendo comida, sem me distrair.

Helena arrumou a toalha, e juntas terminamos de colocar o que faltava.

— Nosso irmão está com a língua solta nesses últimos dias. — Leninha murmurou e encarou o corredor.

— Maus momentos, ou deve ser devido ao seu ascendente. — eu disse segurando uma risada.

Efeito borboleta: e se eu não tivesse me aproximado do Benício? E se não houvesse caminho para nós?

Benício Moreira.

— Qual é o problema, irmão? — ouvi a voz de Benjamin e virei o rosto para vê-lo.

Fiquei em silêncio por um momento, apenas curtindo o rosto da manhã e sentindo o cheiro das flores do jardim.

— Tempos ruins. — respondi em tom áspero.

Ele ergueu as sobrancelhas e sentou-se ao meu lado, juntando as palmas das mãos e olhando para o chão.

O céu azul estava completamente silencioso, devido à calma das primeiras semanas do mês. Eu ainda estava entorpecido pela discussão que tive com Sophia e pelo tom de voz que usei.

Nunca É Tarde Para Recomeçar.Onde histórias criam vida. Descubra agora