Capítulo 18

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“𝙰𝚝𝚎 𝚚𝚞𝚊𝚗𝚍𝚘 𝚟𝚘𝚌𝚎 𝚗𝚎𝚐𝚊𝚛𝚊 𝚚𝚞𝚎 𝚖𝚎 𝚊𝚖𝚊? 𝙳𝚒𝚐𝚊 𝚘𝚕𝚑𝚊𝚗𝚍𝚘 𝚗𝚘𝚜 𝚖𝚎𝚞𝚜 𝚘𝚕𝚑𝚘𝚜, 𝚖𝚎𝚞 𝚚𝚞𝚎𝚛𝚒𝚍𝚘, 𝚙𝚘𝚛𝚚𝚞𝚎 𝚊𝚜𝚜𝚒𝚖 𝚜𝚊𝚋𝚎𝚛𝚎𝚒 𝚊 𝚟𝚎𝚛𝚍𝚊𝚍𝚎, pois o𝚜 𝚘𝚕𝚑𝚘𝚜 𝚗𝚊𝚘 𝚖𝚎𝚗𝚝𝚎𝚖!”

Lá estava eu, encostada naquele balcão, observando a movimentação das pessoas, às 11h39 da manhã. Um grupo de estudantes entrou no local e pediu torta de frango e suco de uva.

Giulia anotou os pedidos, e fui ajudá-la a preparar. Em todo esse tempo que trabalhamos juntas, por incrível que pareça, ainda não trocamos uma palavra. Hoje era o dia de conhecer a minha colega.

Notei sua cabeça baixa e seu semblante pensativo…

— E aí, Giulia, está gostando das novas atividades no Tropicale? — perguntei enquanto preparava a bandeja.

— S-sim! Estou adorando, Dona Sophia. Você instrui bem as funções. O restaurante tem estado tão movimentado ultimamente que agradeço por me dar esta oportunidade.

Sorri ao ouvi-la. Giulia era sempre calma e carismática. Trocávamos algumas palavras diariamente, mas não conversávamos muito. Eu, ela e Nicolas estávamos mais focados em atividades que, às vezes, nos faziam esquecer do mundo ao nosso redor!

— Ei! Não me chame de senhora, temos a mesma idade. — falei, dando uma leve cotovelada. — Pode me chamar de Sophia normalmente, sem formalismos! — pisquei ao olhar para ela.

Ela balançou a cabeça e concordou, estendendo a mão para cumprimentar. — Pensei que ficaria brava se eu a tratasse com tanta intimidade e não do modo que tem de ser, digo, como minha chef, mas obrigada por tudo. Ah! E preciso conversar com você e o Benjamin mais tarde.

— Ok, me chame depois no horário de almoço para ficar mais tranquilo. Hoje resolvi ficar aqui no Tropicale para checar algumas coisas.

A moça agradeceu e saiu levando a bandeja com Nicolas. Fiquei na cozinha lendo algumas listas de compras que Benjamin havia esquecido quando o Tropicale esteve fechado. Suspendemos as compras e revistamos tudo na despensa, nunca deixando nada vencer e, muito menos, escondendo as notas. Cruzes! Tenho pavor de quem faz isso.

Guardarei os papéis para levar depois. Tive uma breve conversa com os cozinheiros sobre entender cada pedido dos clientes e alguns desejos, já que Caio realizou exatamente o oposto. O desastre dos pratos errados e ingredientes que não poderiam ser colocados ainda são burburinhos nas bocas de algumas pessoas.

Fred estava parado perto do balcão, e quando terminei, ele veio em minha direção.

— E então, master chef. — ele disse, puxando-me para um abraço. — Como vai você?

— Estou bem, Frederico, e você? Sumiu por esses dias, hein. — respondi, sorrindo e apertando seus ombros.

— É graças à sua engenhosidade que o trabalho está o mais rápido possível! E também estou mais ausente porque estou com saudades da minha família. Vim avisar que semana que vem entro de férias.

— Já? — questionei, e ele assentiu que sim. — Sentirei falta do meu amigo fofoqueiro. Espero que você tenha boas férias e boa viagem. Volte logo.

— Obrigado. Também sentirei falta de te ver todas as manhãs, e você se cuide nesse tempo… Só ficarei por 15 dias, preciso ver algumas coisas da minha mãe e do meu irmão. — ele disse, coçando a nuca.

Nunca É Tarde Para Recomeçar.Onde histórias criam vida. Descubra agora