Capítulo 32

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Após comer metade do bolo e tirar algumas fotos com a câmera, olhamos o que ainda tínhamos que fazer. Terminamos de pintar alguns quartos às três da manhã; meu olhar de satisfação ficou claro quando nos sentamos e olhamos para as paredes.

— Só temos que organizar os móveis e a decoração. Aquilo foi mais cansativo do que ver Heitor tentando flertar com as meninas da escola. — Leninha riu e apoiou a cabeça na minha perna.

Arregalei os olhos e olhei para meu irmão, que estava com a mão na testa, tentando esconder um pouco da vergonha que estava em seu rosto.

Helena continuou dizendo o quão próximos ele e Samantha eram, dizendo também que o irmão sempre dava um jeito de levar uma rosa para a amiga da menina.

— Espero que tenham um bom relacionamento ou amizade, mas é bom esperar um pouco. — Aconselhei, vendo o garoto assentir em silêncio.

Resolvemos dormir para descansar pelo menos um pouco; meu corpo estava tenso de dores, me fazendo lembrar dos dias em que estive afastado do trabalho.

Duas semanas depois.

Estávamos todos no salão Tropicale; Benjamin estava com um papel nas mãos, respirando fundo enquanto olhava para todos.

A mudança em sua aparência era notável; barba por fazer, cabelos sem corte decente e olheiras. Mas não houve muita diferença, já que metade dos funcionários estava assim, todos querendo uma resposta sobre a crueldade que cometeram no restaurante.

— Primeiramente, boa tarde. — Ele começou, deixando o papel sobre a mesa. — Sei que prometi ter uma resposta em uma ou duas semanas, mas o resultado não foi o que queríamos. Infelizmente, o Tropicale estará fechado. Já resolvi alguns assuntos, enviarei os pagamentos mensais e enviarei os currículos para outras lojas.

Os cochichos começaram a aparecer entre os funcionários, alguns incrédulos com a decisão e rapidez dos acontecimentos junto à falta de provas, outros entendendo a situação com a compreensão de que podem recorrer a outras oportunidades.

— E o que vai acontecer com o restaurante? O que você fará, Benjamin? — Fred questionou, cruzando os braços na frente do peito.

— O restaurante permanecerá fechado até eu decidir o que fazer. Nesse tempo, cuidarei dos assuntos da pousada e organizarei minha mudança. — Ele nos informou, distribuindo as folhas com todos os dados de pagamento.

Um por um, todos os funcionários tiraram os uniformes e demais acessórios, deixando-os nas caixas sobre a mesa.

Olhei por um momento para o estabelecimento, recordando das memórias vívidas, das risadas, dos choros e de cada grito a cada conquista.

— Despedidas não são fáceis, Sophia. — Benjamin se aproximou, respirando fundo.

— Tivemos ótimas lembranças aqui. Agradeço por nos proporcionar esses momentos e desculpe por tudo acabar tão rápido. — Eu me virei para ele, pegando sua mão e apertando levemente.

Os últimos a deixarem os uniformes foram Caio e Daiane, para falar a verdade, nem passou pela minha cabeça que ele ainda trabalhava aqui. Assim que vimos Benício se aproximando, ajudamos Benjamin a arrumar seus pertences e as outras coisas que estavam em seu escritório.

— Cuide-se, irmão. Não faça nada estúpido. — Benício pediu ainda olhando para a caixa enquanto a fechava. — É preciso pensar positivo, essa situação pode ser revertida.

— Eu gostaria que as coisas fossem tão fáceis como você diz, Beni. — Benjamin olhou para seu irmão mais novo.

— Só não quero que você fique bravo ou tente se destruir por causa disso… Você tem muito pela frente, irmão, assim como todos nós do Tropicale. — Benício o confortou.

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