Nunca É Tarde Para Recomeçar.

Capítulo 20

Fiquei parada por alguns minutos, alheia ao mundo, até que Benício me chamou.

— Bom, você pode ir hoje.

— Claro, quanto antes melhor. Deixarei as brigas de lado, afinal… Ele pode me ajudar nisso. Vi que estão procurando um entregador no Tropicale.

Enquanto eu preparava um cappuccino, Beni foi retirando os presentes de sua bolsa. Entre eles, havia pacotes e algo que ele sempre disse que traria.

— Aqui estão os vestidos, as colônias e... hm, acho que tem mais coisa. Foi tanta sacola que até esqueci. — disse coçando a nuca e me olhando por cima dos óculos.

— Você sempre é esquecido… Vou guardar. Quando chegar, abriremos tudo com Helena e Heitor.

Ele apenas acenou, tomamos café e vimos algumas fotos que ele tirou com Nina e Adryan… Dandara e Kailan pareciam ser os novos integrantes do grupo.

Benício me mostrou o quadro que ele havia pintado de nós quatro no dia em que fomos à sua Fazenda. É um lindo retrato de nós dois.

— Acho que devíamos noivar e casar daqui a alguns meses. O que acha? — perguntou, pegando minha mão e mostrando as pequenas pedras cintilantes do rubi.

— Você está indo rápido demais.

☀️09h30☀️

Às 9h da manhã, me arrumei com uma calça de couro marrom e uma blusa preta de gola alta com uma jaqueta jeans. Procurei meu tênis Converse marsala, e, incrivelmente, ele estava no quarto de Helena.

— Ei, lá no quarto tem um cantinho. Se você quiser arrumar suas coisas lá, fique à vontade. — falei, arrumando minha bolsa e pegando as chaves de casa.

— Opa, já está me convidando para morar com você?

— Se você quiser…

Ele me abraçou novamente e rodopiou pelo quarto.

— Se continuar assim, vou ficar tonta! — falei, apertando seus ombros.

— Tonta de amor, sem remédio para essa loucura. — cantarolou, abraçando-me.

— Essa música está diferente. Bom, vamos logo antes que eu me atrase. É melhor nesse horário para falar com o Benjamin.

— Vamos passar na minha casa. Vou pegar o carro, assim eu te deixo no trabalho, converso com o velh… Quero dizer, com o Benjamin, e vou à casa dos meus pais.

Pegamos o ônibus no ponto. A rota passaria pelo condomínio Difflore. Paguei as passagens e nos sentamos nos primeiros bancos. Enquanto íamos, parei para pensar: quanto tempo fazia que não passava por esses lados.

Descemos na esquina da sorveteria e seguimos para o condomínio onde ficava o apartamento de Benício.

Ao entrarmos, ele acendeu as luzes e foi pegar a carteira e a coleira do Fergus, seu Golden Retriever que ele havia ganhado do pai.

— Agora estou pronto, podemos ir. — disse, pegando um moletom cinza.

— Vou descer e ficar te esperando lá na frente.

Logo, Benício saiu com o carro, e seguimos para o restaurante. Ele já estava contando os planos: trocar o carro, tentar a vaga de entregador no Tropicale, pegar o Fergus na fazenda e ver a mãe e os irmãos antes de viajarem.

Às 9h46, estávamos no Tropicale. Para minha surpresa, Daiane estava na porta com uma pasta, falando com Fred. Certamente, Benjamin ainda não havia chegado.

Assim como eles, Nicolas também estava ausente com os outros.

— Bom dia! — falei ao me aproximar. — Daiane, você está de volta, que bom.