Capítulo 8

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Parei olhando para Elisabeth, como se estivéssemos em uma guerra de verdade!

— Espera aí, vocês escondem as coisas, deixa a Sophia insegura e eu tenho que receber chuva de xingamentos pelas suas atitudes? — perguntei olhando para ela

Ela sorriu enquanto contornava a mesa que estava perto da churrasqueira. — Não tenho culpa de você ter se apaixonado por aquela mulherzinha. — ela disse ao me encarar. — Você poderia encontrar alguém melhor, Benício. Mamãe tem tantas amigas, você indo para esses países não daria? Porque como decidiu não continuar no exército, e nem na empresa com o Rafael, deveria pelo menos ficar com alguém com classe.

— Para Elisabeth, para! Você não vê o quanto é idiota? Pelo amor de Deus, nem Thalita, nem Sophia merecem esses ataques que vocês estão fazendo! Mesmo separados, meu pai organizou o chá de bebê, queria ligar amigavelmente para a Suzana e esclarecer as coisas… Em saber que estavam preparando problemas para ela. — falei olhando para ela.

Como uma pessoa pode planejar tamanha maldade com um ser que não tem culpa de desentendimentos familiares?

— E o que você entende? Mamãe sempre quis que você fosse da alta sociedade, assim como papai, Rafael e eu! Mas não, tu preferiu explorar o mundo, seguir uma profissão que não estava em seus planos.

— Talvez se você soubesse de tudo, Elisabeth, não estaria com essa venda nos olhos. Você está tão brava agora por ver tudo indo por água a baixo, mas por que não me disse que sabia que eu não era seu irmão de sangue? Por que não disse que mamãe planejava manter Sophia longe de mim simplesmente por ter a mania de controlar nossas vidas? — perguntei ao sentir uma lágrima descer por meu rosto. — Talvez porque isso o beneficiaria, não é? Seria bom de alguma forma.

Ela revirou os olhos e saiu, mas era só a verdade, Elisa sempre foi bem próxima com atitudes que passavam do limite. Nunca entendi todas as atitudes hipócritas e idiotas que ela tinha até que a vi usando Martin para afastar Sophia de mim. Foi o cúmulo! E o melhor que fiz, foi me afastar.

30 Abril de 2017

Hoje seria aniversário da Manu, amiga da minha irmã, só vou porque tenho que acompanhar a Elisa em todos os lugares, às vezes fica chato receber perguntas constrangedoras.

— Benício, pode se arrumar rapidinho? Elisabeth está na sala esperando por você!

— Espera, mamãe, estou tentando achar uma camisa que combine com esse short branco. — eu disse enquanto olhava no armário…

— Ô filho, coloque uma boa camisa, tenho certeza que essas pessoas não conhecem tanto as roupas de grife, ou pelo que sua irmã disse nunca tiveram.

— Mamãe, você sabe que eu nunca me importei ou quis ter essas roupas caras, sempre comprei aquelas roupas básicas e chamativas, falando nisso preciso falar com você depois. — falei pegando uma camiseta preta básica, fui até a cômoda e peguei meu celular, minha carteira e a chave da minha moto.

— Oh, sempre com seus assuntos! — Suzi disse sorrindo e colocando a mão no meu ombro. — Odeio quando você pega aquela moto, deveria aproveitar os serviços aqui em casa… Sabe muito bem que odeio quando age assim, como se não fossemos ricos. — falou levantando a sobrancelha. — Seu irmão tem uma empresa e vai casar, sua irmã está fazendo um curso no exterior, tudo porque fui atrás deles e fiz ver que isso era o melhor, mas e você? Quer viver a solta? Não quer ser um homem como seu pai?

Suspirei diante sua fala e lhe dei um leve abraço seguido de um beijo em sua testa, mesmo ela sendo assim tentei de tudo para melhorar nosso relacionamento.

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