Ponte de Espadas

Uma nova aliança

*Pov: Cathenys*

Nora me segurou pelos braços o trajeto inteiro, não sossegando até que eu estivesse inteiramente posicionada deitada sobre a cama. Ela chamou pelo menos três criadas, solicitando panos quentes de diferentes texturas e água, muita água. Lembro dela inspecionando metodicamente cada mínimo detalhe da alcova enquanto roía o dedo indicador. Apertei os olhos, com a pontada de dor vindo mais forte, como se aqueles cavalos estivessem dando centenas de coices dentro da minha barriga, pisando naquelas posas de água da chuva do dia anterior. A parteira entrou com certa calmaria, apressada por Nora a começar seus trabalhos, não reparei em sua aparência, mas sei que era velha e atrapalhada pelo jeito que Nora a tratou com impaciência, apressando-a com as palmas da mão se batendo pressionando cada vez mais rápido. Não culparia seu nervosismo, mas acho que se a velha demorasse um pouco mais, ela mesma já estaria retirando a criança de dentro de minha barriga. Nora se posicionou ao meu lado, ajoelhada, apoiando os braços no colchão da cama, segurou minha mão novamente, dessa vez recebendo um aperto tão forte que ouvi um gemido quase inaudível de dor saindo dela. A parteira logo se ajoelhou na minha frente, suas mãos geladas da água recém entrada em contato com sua pele, suas mãos agarraram minhas coxas deixando-as completamente abertas para dar espaço a saída do bebê. Nora se separou do aperto forte em de minhas mãos para pressionar levemente a barriga conforme as ordens da parteira, segui algumas poucas que eram apenas fazer o que pensava ser a força para que a criança saísse. Apesar de meus gritos, não lembro de ficar tão desesperada quanto quando observei a mancha de sangue se expandir cada vez mais pelo tecido branco utilizado pela parteira.

 -NORA...NORA! O que está acontecendo? - Meus gritos se transformaram em respirações profundas e desesperadas, a coluna já estava dolorida da mesma posição após dez minutos. - Cadê... cadê o meu filho? - Ver todo aquele sangue saindo de meu ventre e nada da criança, me deixava cada vez mais nervosa, a cama estava começando a ficar completamente ensanguentada por todo lado, a parteira pegava cada vez mais lenços, aparentemente desesperada. Posso presumir que meus gritos foram escutados até a outra ala do castelo. Meadox estava na porta de meus aposentos em estado de alerta, presumia que ele estaria igualmente assustado, se não até mais. Impulsionei meu corpo para frente desgrudando dos travesseiros começando a forçar mais do que já estava, esmagava o globo ocular na tentativa de possuir algum tipo de apoio mediante aquela dor.