I'll Stay Here | Kim + Porchay |

Beautiful boy

Ponto de vista do Porsche

Estava cansado de ver Porchay da mesma forma e nada nunca mudava. Eu sei que deveria ser paciente, mas eu estava cansado de não ouvir sua voz ou ter cem por cento da sua atenção quando falava com ele. Fora que passar a noite em um hospital era ruim e desconfortável. Em resumo, eu só queria levar logo meu filhotinho pra casa, pois tenho certeza que ele vai se sentir melhor se estiver comigo lá e com Hope também.

Macau também reclamou que eu deveria deixar os outros amigos de Porchay virem visitá-lo, mas eu não poderia fazer isso, afinal sei que Porchay não está em condições de ver ninguém. E talvez ver seus amigos bem e felizes não seja bom para a cabecinha dele que está muito machucada agora. E bom, pelo menos os ferimentos no corpo já estavam cicatrizando e isso já era melhor do que estavam há dias atrás.

O médico me contou mais cedo que ainda essa semana ele terá alta, e certo isso me deixou feliz em muitos níveis. Claro que Porchay ainda precisaria da terapia e todo o resto, mas isso era o menos importante quando eu pensava que eu vou finalmente poder levá-lo para casa. Seria muito mais fácil de cuidar dele a partir de agora.

Quando entrei no quarto após falar com o médico, Porchay estava sentado na cama encarando aquela foto de Hope que Kim trouxe para ele outro dia. Agora já estava perto das sete da noite, e da janela do quarto já dava para ver o céu ficando escuro.

— Talvez você fique feliz em saber que você vai poder ver a Lily logo. — Falei sorrindo e fui até ele. Já estava meio que acostumado a apenas ser o único falando. Ele apenas ouvia, e torcia para que mesmo mentalmente ele pudesse me responder. — Você vai poder voltar logo pra casa, isso não é ótimo?

Ele assentiu com a cabeça e se aproximou mais de mim. Talvez agora ele gostasse mais dos meus abraços do que antes, mas ele também sempre dormia mal durante a noite e eu estava por perto o tempo inteiro, pois Porchay talvez estivesse precisando mais de mim agora do que antes. Certas vezes era como quando ele era pequeno e tinha pesadelos, e eu sempre estava lá para ele. Agora eu também estava aqui, e acho que não iria sair de perto enquanto não tivesse certeza que tudo estaria normal novamente.

— Você sente saudade da faculdade? — Perguntei. Ele negou com a cabeça assim que se afastou de mim, e voltou a se encostar no travesseiro. Eu estava ansioso para tirá-lo daqui, pois quando estivesse em casa, talvez ele conseguisse melhorar mais. — Macau disse que seus amigos estão perguntando muito por você, e sabe se você quiser vê-los, eu vou deixar, ok? Mas eu não queria que você tivesse que lidar com isso agora.

Minha mão foi até sua testa e eu ajeitei os fios escuros ali. Eu e Porchay tínhamos tantas semelhanças que era engraçado. E quando ele estava bem, eu gostava de pensar que ele era algo meu que deu certo. Eu falhei em tantas coisas em minha vida, mas eu consegui colocar Porchay exatamente onde queria que ele estivesse. E agora depois de tudo isso, eu sentia como se tivesse perdido até isso. Não sei se teria meu irmão de volta, e não sei como iria viver se ele continuasse tão apático assim para sempre.

Porchay estava em uma situação horrível quando eu o vi pela primeira vez no hospital, e quando ele acordou, eu senti um fio de esperança que ele estaria bem, mas os últimos dias só me serviram para provar exatamente o contrário.

— Você quer ver seus amigos? — Ele me olhou negando. Certo, e era melhor assim talvez. Quando ele estivesse bem, ele poderia voltar para a faculdade e todo o resto. Por enquanto seríamos apenas eu e ele em casa, e claro Kim e Macau, pois uma coisa que aprendi, é que nunca vou poder afastar nenhum dos dois. E teria que lidar com isso, mesmo que minha vontade fosse ficar apenas com Porchay para mim sem ninguém por perto até que ele estivesse bem novamente para lidar com o mundo lá fora.