You can rely on me

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Ponto de vista do Kim

Passei boa parte da minha manhã tentando ser um bom pai para o Baz, e isso incluía finalmente sair e comprar uma cama para ele, pois era como se constantemente eu tivesse medo que ele sufocasse com os cobertores enquanto dormia comigo. E dormir comigo ajudou muito, pois ele já nem chora durante a noite. Pelo menos ele parecia gostar de dormir enquanto eu fazia carinho nele.

Porchay tinha razão, afinal... Ter Baz tem me ajudado muito a distrair a mente e não pensar em coisas tristes. Baz é divertido, pois agora ele parece ter aprendido que pode latir ao invés de ficar apenas chorando, e sempre que ele latia eu sentia uma vontade estranha de rir, pois era muito fofo. E agora ele já conhecia boa parte da casa, porém não parecia estar disposto a fazer nada que não fosse me seguir por todos os lados ou urinar onde não deveria. Resumindo: eu estou enlouquecendo por ter um cachorro, mas também estou me divertindo.

— Certo, agora você tem sua própria cama. — Coloquei Baz em sua cama macia e estranhamente confortável. — Isso significa que não vai mais precisar dormir comigo.

Ele não ficou nem mesmo um minuto completo na cama antes de correr de volta para mim. Eu estava sentado no chão e Baz estava me olhando assim que o peguei no colo. Agora entendo que a idéia de dormir comigo durante todos esses dias foi péssima.

— Tudo bem, você ainda é um bebê. — Levei minha mão até sua cabeça e ele tinha tanto pelo que certas vezes era meio difícil enxergar seus olhos, mas era tão macio que eu não conseguia soltar com facilidade. — Acho que não tem problema dormir comigo até que você se sinta confiante o suficiente.

Espero que ele se torne confiante o quanto antes. Agora entendia porque Porchay vivia dizendo que sentiria falta de quando Hope era bebê. Baz era muito mais apegado que Hope, pois ele estava sempre me seguindo como se eu fosse sua mãe ou algo do tipo.

— Mais uma vez eu estou sendo uma fraude. — Revirei os olhos depois de um tempo fazendo carinho em Baz. — Primeiro eu deixo um adolescente de dezoito anos mandar em mim, e agora um cachorro.

Baz soltou um de seus latidos muito fofos que eu adorava ouvir e quando ele latiu pela primeira vez, eu tive que ligar para Porchay para mostrar isso. Porchay não gostou muito que eu ligasse quase as duas da manhã apenas para mostrar o que Baz estava fazendo. Porém, no fim ele estava rindo comigo feito um idiota. Acho que nós dois nos tornamos muito idiotas por Baz e Hope.

— Chay tem terapia hoje, e eu queria muito trazê-lo para casa depois, mas ele vai com o Porsche. — Continuei falando e o cãozinho em meu colo não fazia nada que não fosse atacar minha mão a mordendo. — Você sente falta dele? Pois é, acho que eu sou realmente muito dramático.

Estava feliz que Porchay iria finalmente para a terapia, pois isso iria ajudá-lo a melhorar mais rápido. A terapia iria o ajudar a superar o medo de sair de casa e todo o resto, e eu me sinto feliz por vê-lo tentando ao máximo melhorar. Só espero que logo ele volte a ver seus amigos, pois isso também é muito importante. Ele me prometeu que iria tentar em relação a isso e estou feliz.

Talvez fosse o momento de também tentar um pouco, tentar ser sincero não apenas comigo, mas também com as pessoas a minha volta que se importavam o suficiente para continuarem aqui mesmo sabendo o caos que eu sou. Se o Chay pode tentar, eu também posso. Não iria procurar terapia como ele, mas eu precisava falar com os meus amigos... Isso se tornou um peso muito grande para que eu pudesse lidar sozinho.

I'll Stay Here | Kim + Porchay |Onde histórias criam vida. Descubra agora