I'll Stay Here | Kim + Porchay |

Alguns desentendimentos

Ponto de vista do Porchay

Foi bom passar o final de semana com Kim, mas estava feliz por estar em casa novamente e em meu quarto. A insistência em estar aqui não era apenas por gostar de estar em meu quarto e também dentro do meu mundo, mas também porque estar em casa superava qualquer coisa. Foi aqui onde passei toda a minha vida, e eu sinto que não iria me acostumar a estar em qualquer outro lugar que não fosse aqui.

Gostava da casa do Kim, mas não era a mesma coisa que estar em minha própria casa. Então, quando a segunda chegou, mesmo com os dramas quase infinitos do meu namorado, eu consegui sair de seu apartamento, e também estava com saudades de Hope e do meu hia também. Porsche ultimamente tem passado muito tempo na casa do Kinn, e sei que ele sente vontade de morar com ele, mas não faz isso porque ele não me deixaria e isso mesmo que eu não fosse mais uma criança que precisa dele o tempo inteiro.

Estava sentado na cama com meu violão em mãos enquanto Hope dormia enrolada em um cobertor que eu usei para cobrir seu corpo. Ela não era mais aquele bebê, mas ainda era muito fofa como quando a vi pela primeira vez... E aconteceram tantas coisas desde então.

Ouvi batidas na porta que não estava fechada, mas sim entreaberta. Era estranho Porsche batendo antes de entrar, porque ele nunca batia. Porsche sentou na ponta da cama olhando pra mim como se esperasse que eu começasse uma conversa. Ok, talvez ele esteja com saudades de me infernizar com suas conversas que sempre terão o poder de me irritar.

— Você batendo antes de entrar? Oh, o mundo vai acabar hoje? — Porsche revirou os olhos.

— Você passou o final de semana fora, então eu cheguei em casa agora pensando se eu deveria ver se você está inteiro. — Desisti de tocar qualquer coisa para dar atenção ao meu irmão, pois ele parecia do nada muito solitário.

— Eu e Kim tivemos nossa primeira vez. — Falei como se não fosse nada, e não era nada... Era muito, mas para uma conversa era nada.

Porsche ficou um tempo em silêncio como se estivesse processando essa informação em sua cabeça ainda. E eu continuei fingindo que isso não era nada, apesar que meu irmão adorava bancar o pai sempre que tinha a oportunidade de fazer isso. Provavelmente eu já deveria me preparar para mais uma daquelas conversas ridículas e que poderiam me causar ainda mais traumas.

— Eu quebrei você? — Perguntei quando Porsche ainda parecia estar muito preso em todos aqueles pensamentos que devem estar invadindo sua mente agora. — Pelo menos foi com o Kim, o que significa que você não vai ter um bebê para criar daqui a alguns meses. — Brinquei.

— Ok... Eu não esperava por essa. — Porsche sacudiu um pouco a cabeça como você faz para expulsar pensamentos ou quando tem a intenção de focar em algo em específico. — Certas vezes ainda é estranho pensar que você cresceu, mas espero que você tenha lembrado da conversa que eu tive com você sobre isso.

Era impossível esquecer essa conversa, e isso porque ela quase me traumatizou como faria com qualquer adolescente. Eu não tinha um pai ou uma mãe para falar comigo sobre preservativos e a importância deles, mas tinha o Porsche que poderia ser muito pior que um pai ou uma mãe, mas isso eu jamais saberia, pois sempre tive apenas o Porsche.

— Ah, claro! — Afirmei com uma certa convicção, pois isso foi com certeza uma das coisas que eu pensei antes de Kim simplesmente enfiar seu pau dentro de mim. — Mas não vamos falar sobre isso, pois eu me sinto um pouco traumatizado desde a última conversa.