A Marca negra (25)

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– Não conte à sua mãe que andou apostando – implorou o senhor Weasley a Fred e George, quando eu juntos deciamos, lentamente, as escadas forradas com carpete púrpura.

– Não se preocupe, papai – disse Fred, feliz –, temos grandes planos para esse dinheiro, não queremos que ele seja confiscado.

Logo fomos engolfados pela multidão que saía do estádio e regressava aos acampamentos. O ar da noite trazia aos meus ouvidos cantorias desafinadas quando retomamos o caminho iluminado por lanternas. Quando nós finalmente chegamos às barracas, ninguém estava com vontade de dormir e, dado o nível da barulheira, a toda volta, o senhor Weasley concordou que podíamos tomar, juntos, uma última xícara de chocolate, antes de se deitar. Logo estavam discutindo prazerosamente a partida; o senhor Weasley se deixou envolver por Charles em uma polêmica sobre o jogo bruto, e somente quando Ginny caiu no sono em cima da mesinha e derramou chocolate quente pelo chão que o pai deu um basta nas retrospectivas verbais e insistiu que todos fossem se deitar. Eu Hermione e Ginny nos transferimos para a barraca vizinha.

Porém quando eu ia entrar vi um semblante forte parado ao lado de fora.

– Ah, Oi Cedric.– digo me virando, abandonando a entrada da barraca.– Foi uma partida emocionante, não acha?

– Ah se foi, nunca havia visto nada assim – ele disse com brilho nos olhos.– Sabe, tenho que admitir que seus conhecimentos em Quadribol são impressionantes, quem iria imaginar que a Irlanda ganharia mesmo com o Krum apanhando o pomo? Isso foi incrível!

Eu dou uma risada e observo sua feição, ele estava animado, sorridente e seus olhos brilhavam a aquela menção feita. Porém logo ele para de sorrir e me encara.

– Bom, já está tarde, eu vou indo – ele diz mas seus olhos não pararam de me fixar.– Te vejo em Hogwarts.

Finalmente ele parou de me encarar e se virou de costas, algo me intrigava em Cedric Diggory, desde que eu cheguei na escola sempre o achei muito bonito, mas conversando com ele, o vendo de perto, eu estava adimirada como que ele conseguia ser extremamente bonito e bondoso ao mesmo tempo.

Vesti uma finíssima camisola e me deitei porém não durou muito tempo, logo fui chacoalhada em movimentos desesperados.

– Se levante! O senhor Weasley está nos chamando e disse ser de extrema urgência! – Hermione diz tentando contratar seu cabelo que nesse instante estava para o ar.

Vagamente eu percebi que alguma coisa não estava bem. O barulho no acampamento tinha mudado. A cantoria parara. Eu ouvia gritos e um tropel de gente correndo.

Eu, Hermione e Ginny saímos correndo da barraca.

Um grupo compacto de bruxos, que se moviam ao mesmo tempo e apontavam as varinhas para o alto, vinham marchando pelo acampamento. Eles não pareciam ter rostos, então eu percebi que tinham as cabeças encapuzadas e os rostos mascarados. No alto, pairando no ar, quarto figuras se debatiam, forçadas a assumir formas grotescas. Era como se os bruxos mascarados no chão fossem titereiros, e as pressas no alto, marionetes movidas por cordões invisível que subiam das varinhas erguidas. Duas das figuras eram muito pequenas.

Mais bruxos foram se reunindo ao grupo que marchava, riam e apontavam para os corpos no ar. Barracas de fecharam e desabavam à medida que a multidão engrossava.

As pessoas no ar foram repentinamente iluminadas ao passarem sobre uma barraca em chamas. Um dos arruaceiros virou a mulher de cabeça para baixo com a varinha; a camisola dela caiu; ela tentando se cobrir enquanto a multidão embaixo dava guinchos e vaias de alegria.

Aviste os meninos e nos aproximamos.

– Que coisa doentia – murmurou Ron, observando a menor das crianças, que começara a rodopiar feito um pião, quase vinte metros acima do chão, a cabeça sacudindo molemente de um lado para o outro. – Que coisa realmente doentia...

Mary lupin Onde histórias criam vida. Descubra agora