O Cálice de Fogo (31)

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– Eu não acredito! – exclamou Ron, em tom de espanto.– Krum, Victor Krum!

– Pelo amor de Deus, Ron, ele é apenas um jogador de quadribol – disse Hermione.

Apenas um jogador de quadribol? – exclamou Ron, olhando para a amiga como se não pudesse acreditar no que ouvia.– Mione, ele é um dos melhores apanhadores do mundo! Eu não fazia ideia de que ele ainda estava na escola!

Quando nós atravessamos o saguão com os demais alunos de Hogwarts, a caminho do Salão Principal. Várias garotas do sexto ano apalpavam freneticamente os bolsos enquanto andavam.

– Ah, não acredito, não trouxe uma única pena comigo... Você acha que ele assinaria o meu chapéu com batom?– disse uma delas.

Francamente! – exclamou Hermione com ar de superioridade, ao passarmos pelas garotas, agora disputando o batom.

Vou pedir um autógrafo a ele se puder – disse Ron –, vocês tem alguma pena?

– Não

Nós nos dirigimos à mesa da Grifinória e nos sentamos. Ron tomou o cuidado de se sentar de frente para a porta, porque Krum e seus colegas de Durmstrang ainda estavam parados ali, aparentemente sem saber onde se sentar. Os alunos de Beauxbatons tinham escolhido lugares à mesa da Corvinal. Corriam os olhos pelo Salão Principal com uma expressão triste no rosto. Três deles ainda seguravam as echarpes e xales que cobriam a cabeça.

Victor Krum e os colegas de Durmstrang tinham se acomodado à mesa da Sonserina. Eu vi que Malfoy, Crabbe e Goyle pareciam muito cheios de si com isso. Enquanto eu observava, Malfoy se curvou para falar com Krum.

– É, vai fundo, puxa o saco dele, Malfoy – disse Ron com desdém – Mas aposto como o Krum está percebendo o jogo dele... aposto como tem gente adulando ele o tempo todo... onde é que você acha que eles vão dormir? Poderíamos oferecer um lugar no nosso dormitório, Harry... eu não me importaria de ceder a minha cama, e poderia dormir em uma cama de armar.

Hermione deu uma risadinha desdenhosa.

Na mesa dos funcionários, Filch, o zelador, acrescentava cadeiras. Estava usando a velha casaca mofada em homenagem à ocasião.

– Mas só tem duas pessoas – disse Harry.– Por que Filch está colando mais cinco cadeiras? Quem mais vem?

– Eh? – respondeu Ron vagamente. Ainda olhava com avidez para Krum.

Depois que todos os estudantes tinham entrado no salão e sentado às mesas das Casas, vieram os professores, que se dirigiram à mesas principal e se sentaram. Exceto por Dumbledore, que continuou em pé e o Salão Principal ficou silencioso.

– Boa-noite, senhoras e senhores, fantasmas e, muito especialmente hóspedes – disse Dumbledore sorrindo – O Torneio será oficialmente aberto no fim do banquete.

Ele se sentou.

As travessas diante de nós se encheram de comida como de costume; havia uma variedade de pratos à mesa, inclusive alguns decididamente estrangeiros.

– Que é isso? – disse Ron, apontando uma grande travessa com uma espécie de ensopado de frutos do mar ao lado de um grande pudim de carne e rins.

Bouillabaisse – disse Hermione.

– Para você também! – respondeu Ron.

– É francesa – explicou a garota.– Comi nas férias, no penúltimo verão, é muito gostosa.

Naquele instante, ouvimos uma voz:

– Com licença, vocês von querrer a bouillabaisse?

Era uma garota de Beauxbatons. Tinha uma longa cascata de cabelos louro-prateados caía quase até sua cintura, tinha grandes olhos azul-profundos e dentes muito branco e iguais.

Mary lupin Onde histórias criam vida. Descubra agora