Mary lupin

A Pesagem das Varinhas (33)

No domingo de manhã, eu estava sentada na sala comunal lendo um livro de poções, já que Snape estava pegando muito no meu pé. Eu já havia tomado café da manhã e estava apenas por conta dos estudos.

Vi Harry descendo a escada circular para a sala comunal. No instante em que apareceu, os colegas que estavam ali, mais uma vez, prorromperam em aplausos.

– Olá Harry – exclamei, apontando uma pilha de torradas que estavam em um guardanapo na mesinha ao meu lado.– Eu peguei para você... quer dar uma volta?

– Boa ideia – respondeu Harry, agradecido.

Ele pegou a pilha de torradas enquanto eu guardava meu livro.

Nós dois descemos, atravessamos depressa o saguão, sem olhar para o Salão Principal, e pouco depois fomos em direção ao lago, onde o navio de Durmstrang, ancorado, se refletia escuramente na água. Encontramos Hermione e ela se juntou a nós em nossa pequena caminhada.

Fazia uma manhã fria e nós três não paravamos de andar, comendo as torradas, enquanto Harry e eu contávamos a Hermione exatamente o que aconteceu depois que deixamos a mesa da Grifinória, na noite anterior. Para o nosso imenso alívio, Hermione aceitou nossa história sem duvidar.

– Bem, é claro que eu sabia que vocês não tinham se inscrito – disse a garota quando terminamos de contar a cena na câmara vizinha ao Salão Principal.– A cara que vocês fizeram quando Dumbledore chamou vocês! Mas a pergunta é, quem inscreveu vocês? Porque, Moody tem razão... acho que nenhum estudante teria sido capaz de fazer isso... nunca teria sido capaz de enganar o Cálice de Fogo nem de anular o feitiço de Dumbledore...

– Você viu o Ron? – interrompeu-a Harry.

Hermione hesitou.

– Hum... vi... estava tomando café.

– Ele ainda acha que eu me inscrevi?

– Bem... não, acho que não... não para valer – disse ela, sem jeito.

– Que é que você está querendo dizer com esse não para valer?

– Ah, Harry, não está na cara? – respondeu Hermione, desesperada.– Ele está com ciúmes!

– Com ciúmes? – repetiu o garoto sem acreditar.– Com ciúmes de quê? Será que ele quer fazer papel de babaca na frente da escola inteira?

– Olha – disse Hermione pacientemente –, é sempre você que recebe todas as atenções, você sabe que é. Sei que não é sua culpa – acrescentou ela depressa, vendo Harry abrir a boca, indignado.– Sei que você não quer isso... mas, bem... sabe, Ron tem todos aqueles irmãos competindo com ele em casa, e você é o melhor amigo dele e é realmente famoso, Ron é sempre deixado de lado quando as pessoas veem você, e ele aguenta isso sem reclamar, mas acho que mais essa vez foi demais...

– Ótimo – disse Harry com amargura.– Realmente ótimo. Diga a ele, já que vocês dois são tão amigas dele, que troco de lugar quando ele quiser. Diga a ele que o meu lugar está às ordens... gente olhando de boca aberta para a minha cicatriz para todo lado que vou...

– Não vamos dizer nada a ele – falei com rispidez.– Diga você mesmo, é o único jeito de resolver isso.

– Não vou correr atrás dele para fazer ele crescer! – disse Harry bem alto.– Talvez ele acredite que não estou me divertindo se você dizer Mary, já que ele acredita em você e não em mim, ou então quando cortarem minha cabeça nesse torneio.

– Isso não tem graça – disse Hermione, baixinho.– Estive pensando... vocês sabem o que precisamos fazer, não sabem? Depressa, assim que voltarmos ao castelo?