As Maldições Imperdoáveis (29)

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Os dois dias seguintes transcorreram sem grandes incidentes, a não ser que se levasse em conta o sexto caldeirão derretido por Neville na aula de Poções. O professor Snape, que, durante as férias, parecia ter alcançado novos níveis em sua gana de vingar do garoto, deu-lhe uma detenção, da qual Neville voltou com um colapso nervoso, pois teve que destripar uma barrica de iguanas.

– Você sabe por que Snape está nessa mau humor tão grande, não sabe? – perguntou Ron a Harry, enquanto observamos Hermione ensinar a Neville um feitiço de limpeza para remover as tripas de iguanas presas sob suas unhas.

– Hum-hum – disse Harry.–  Moody. Acho que Snape tem medo dele.

– Imagine se Moody transformasse Snape em iguana – disse Ron, seus olhos se toldando – e fizesse ele ficar saltando pela masmorra...

Na hora da aula de Moody nós fomos correndo garantir nossas cadeiras diante da escrivaninha do professor, apanhamos nossos exemplares de As forças das Trevas: um guia para sua proteção e esperamos quietos. Não tardamos a ouvir os passos sincopados de Moody que vinha pelo corredor e que, ao entrar na sala, parecia mais estranho e amedrontado que nunca. Seu pé de madeira em garra aparecia ligeiramente por baixo das vestes.

– Podem guardar isso – rosnou ele, apoiando-se na escrivaninha para se sentar –, esses livros. Não vão precisar deles.

Nós tornamos a guardar os livros mas mochilas, Ron tinha um ar excitado.

Moody apanhou a folha de chamada, sacudiu sua longa juba de cabelos grisalhos para afastá-los do rosto contorcido e marcado, e começou a chamar os nomes, seu olho normal percorrendo a lista e o olho mágico girando, fixando-se em cada aluno quando ele respondia.

– Certo, então – concluiu ele, quando a última pessoa confirmou presença.– Tenho uma carta do professor Lupin sobre esta turma. Parece que vocês receberam um bom embasamento para enfrentar criaturas das trevas, estudaram bichos-papões, berrantes vermelhos, hinkypunks, grindylows, kappas e lobisomens, correto?

Houve um murmúrio geral de concordância.

– Mas estão atrasados, muito atrasados, em maldições – disse Moody.– Estão, estou aqui para pôr vocês em dia com o que os bruxos podem fazer uns aos outros. Tenho um ano para lhe ensinar a lidar com as forças das Trevas...

Um ano? Por qual motivo ele pretendia ficar apenas um ano letivo lecionando?

– Então... vamos direto ao assunto. Maldições. Eles têm variados graus de força e forma. Agora, segundo o Ministério da Magia, eu devo ensinar a vocês as contramaldições e parar por aí. Não devo lhes mostrar que cara têm as maldições ilegais até vocês chegarem ao sexto ano. Até lá, o Ministério acha que vocês não têm idade para lidar com elas. Mas o professor Dumbledore tem uma opinião mais favorável dos seus nervos e acha que vocês podem aprendê-las, e eu digo que, quanto mais cedo souberem o que vão precisar enfrentar, melhor. Como vão se defender de uma coisa que nunca viram? Um bruxo que pretenda lançar uma maldição ilegal sobre vocês não vai avisar o que pretende. Não vai lançá-la de forma suave e educada bem na sua cara. Vocês precisam estar preparados. Precisam estar estar alertas e vigilantes. A senhorita deve guardar isso, senhorita Brown, enquanto eu estiver falando.

Lilá levou um susto e corou. Estivera mostrando a Parvati o horóscopo que aprontara por baixo da carteira. Aparentemente o olho mágico de Moody podia ver através da madeira, tão bem quanto pela nuca.

– Então... algum de vocês sabe que maldição são mais severamente punidas pelas leis da magia?

Vários braços se ergueram, inclusive o meu, mas Moody apontou para Ron, embora seus olho mágico continuassem mirando Lilá.

Mary lupin Onde histórias criam vida. Descubra agora