who's taking the bed?

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     EU ME ENCONTRAVA DIVIDIDA entre meus próprios pensamentos; me odiava por estar mentindo mas ao mesmo tempo estava aliviada — e um tanto orgulhosa — de que meus pais acreditaram em algo tão mal elaborado. Feliz que os dois ficariam fora de toda essa confusão na qual me encontro, jamais me perdoaria se algo de mal acontecesse com eles, e paralelamente estava ansiosa com o meu amanhã. Não de uma forma boa.
Era incerto, era angustiante e me sufocava.

Todos esses sentimentos e medos colidindo dentro de mim... eu odiava não ter controle sobre eles.

Causavam-me calafrios na espinha que desciam de montanha russa até às pontas dos pés. As dores na cabeça me deixavam tonta e tive certeza que me apertei com mais força do que o necessário na base do corrimão ao subir o primeiro degrau que me levou até o segundo andar. A maquiagem que Alice fez com tanta cautela estava me ajudando a esconder as marcas roxas e hematomas vermelhos que seriam evidentes. Embaixo do pesado casaco que estava usando, eu escondi um pulso enfaixado por ataduras que pinicam ao roçar no tecido grosso... incomoda muito.

Sam ficou no andar de baixo conversando com meus pais e Phill enquanto eu fiz questão de vir sozinha buscar as malas.

Eu pude respirar pela primeira vez.

Me joguei na cama. Era tão familiar e confortável que conseguia sentir a mesma brisa que passava por entre as frestas da janela todas as manhãs e o forte cheiro de bacon sendo queimado pelas mãos de Charlie Swan, ele fazia isso todas as manhãs. Quando íamos ao mercado que fica há alguns quarteirões para cima, no nosso carrinho sempre havia o dobro de bacon pois metade estava programada para ser queimada e entregue ao gato de nossa vizinha, Sra. Hastes. Esse quarto cheirava nostalgia; todas aquelas manhãs de inverno onde a maior quantidade de pares de meias não pareciam ser o suficiente para me impedir de congelar o dedão e as noites longas de verão que passei com a cara enfiada em livros tentando buscar uma fuga do total tédio.

Eu me lembro de tudo.

— no que você se meteu? — coloquei o antebraço sobre os olhos e os fechei por um instante.

Só então percebi o quanto minha mente encontrava-se distante do meu corpo. Nem ao menos consegui organizar as coisas que descobri a pouco, eu deveria estar surtando. Estou cercada por vampiros!

Esses seres poderosos e místicos que só vimos em filmes ou lemos sobre em livros de fantasia. Como? Como poderiam estes serem reais? Os Cullens eram vampiros e o Jacob, o menino que eu vi crescer e vi como meu próprio irmão, é um lobisomem assim como...

Assim como o Sam...

Argh! Como eu odeio esse homem!

Só em me lembrar daquela sua cara que sempre parece estar furiosa e aquelas sobrancelhas prepotentes me olhando de cima como se eu fosse uma coisinha insignificante que ele precisa tomar de conta. Como se eu precisasse tanto assim de ajuda que não poderia negar a dele... talvez fosse minha única opção.
Eu não consegui me controlar e não socar o travesseiro com toda a força, fazendo meu pulso latejar em resposta, lembrando-me que ainda estava machucada e a dor insuportável que seguiu me trouxe certeza.

Ouch! Como eu o odeio.

O odeio por me deixar tão fora de mim, com tanta raiva e frustração. Entalhando lentamente em meus ossos a certeza de que talvez eu precise... dele.

Levantei rápido da cama e andei em círculos pelo quarto.

Eu devo ser uma tola que perdeu o último grão de juízo ou algo muito parecido com isso pois aceitei ir morar com ele sabendo o quanto está na cara que o mesmo não suporta ficar no mesmo cômodo comigo por mais de cinco minutos sem querer fugir. Como iríamos morar juntos? Não vou conseguir ao menos olhar para ele por mais de meio milésimo de segundo sem querer enfiar a cabeça dentro de um buraco.

Essa não... nós vamos dividir a mesma cama?

— querida? — olhei para a porta e vi minha mãe e seus cabelos cor de cobre e sorriso acolhedor adentradando. — lá de baixo ouvimos você andando em círculos, está tudo bem?

— claro, está tudo bem. — menti, tentando controlar minha respiração em descompasso. — eu estava pensando como trouxe poucas roupas para frio tenho muitas que ficaram em Jacksonville.
Fechei a mala ignorando a força que coloquei sobre meu pulso e mordi o lábio para segurar um grito que tentou escapar.

— Sam... é ótimo. Eu pude ver nos seus olhos, de ambos, o quanto estão apaixonados. — recusei-me a fitar a mais velha para que ela não notasse o raso vestígio em meus olhos de que ela estava completamente errada sobre isso.
Bastava olhar para ele e ver o quanto aquele homem me detesta.

Por que isso parece me despedaçar?

— nós só estamos apaixonados. — sua mão quente tocou minha bochecha e arrumou alguns fios de cabelo que caíam sobre meu rosto, a outra mão deslizou pelo meu ombro e me fez segurar um outro grito de dor quando a mesma apertou meus pulsos gentilmente. — sinto muito por não te contar sobre Sam.

— está tudo bem, eu sei que fez isso por um bom motivo e se você está feliz em ir morar com ele, eu estou feliz por você, mais do que qualquer um. — seus braços me cercaram. — só quero ter certeza de estar fazendo a escolha certa e se não estiver, saiba que eu vou estar do seu lado e pronta para recolher seus pedaços... vou colar eles com super cola e enrolar com fita para garantir que nunca mais irão desmontar.
Lágrimas desceram por ambas as bochechas, sem serem permitidas, elas tocaram o chão e me fizeram lembrar do real motivo de estar aqui.

Se algo acontecer comigo e não quero ir sem que ela saiba...

— eu te amo mãe, jamais poderei dizer ou demonstrar o quanto a amo. — ela me apertou com mais força antes de secar as gotas salgadas que insistiam em fluir como uma cachoeira. Renée sorriu.

— ora, mas por qual motivos estamos chorando? Esse aqui deveria ser um momento feliz e tenho certeza que seu namorado bonitão está nos esperando no andar debaixo torcendo para ser resgatado de seu pai. — ela disse abanando o rosto úmido com as mãos para tentar secar as lágrimas que restaram. — é melhor irmos, tenho certeza de ver seu pai pegar a arma quando subi as escadas.

. *     ✦ .  ⁺   .

Sam colocou minhas coisas — que não eram muitas — no porta-malas enquanto eu me despedia de meus pais e de Phill na porta de entrada.
Renée não me soltou de seus braços até ter certeza de que o carro estava ligado e pronto para partir. Quando o fez, agradeci por conseguir respirar.

— é bom ter você de volta, filha... — Charlie falou com as mãos no bolso. Sei que para um homem de poucas palavras como ele, isso havia sido louvável. Se tivesse um gravador eu teria feito uma música. — quando estiver instalada na casa nova, venha me visitar.

— eu prometo que não vou sair daqui por um bom tempo.

Após me despedir dos três, eu fui em direção ao carro onde Sam me esperava.

Isso não pode acabar bem.

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𝐃𝐀𝐍𝐆𝐄𝐑𝐎𝐔𝐒𝐋𝐘, sam uley [ twilight saga ]Onde histórias criam vida. Descubra agora