why do you care?

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     EU NUNCA HAVIA SIDO ATROPELADA, muito menos jogada de um prédio... mas se tenho a capacidade de imaginar, posso garantir que a dor que sinto agora é a mesmo do impacto.
Parece que ultimamente a única coisa que faço é me machucar, de todas as maneiras possíveis.

Abro os olhos, sentido-os pesar cerca de uma tonelada. Noto cabelos loiros e uma pele pálida que é iluminada pela fraca luz do abajur, aqueles olhos refletindo o amarelo e olhando nos meus com cautela conforme vou despertando. Estou no quarto de Sam, o mesmo que se tornou meu refúgio, o mesmo que não aguento mais ficar, sozinha ao lado do Dr. Cullen e quem reconheço como Alice.

— Dr. Cullen, eu... — tentei levantar mas as mãos de Alice seguram meus ombros, mantendo-me deitada na cama fria e com o marcante cheiro de pinheiro. Talvez a rapidez que levantei ou o movimento brusco que fez com que eu apertasse meus olhos para tentar controlar a tontura que me arrebatou com força.

— não faça nenhum esforço, você ainda está recuperando sua consciência. — olho para o meu braço, sentindo um certo incômodo quando vejo a agulha presa rente a veia azul presente no meu antebraço. — você não tem comido esses dias? Parece que perdeu peso e está mais pálida do que antes... é estranho ter ficado assim tão rapidamente. Você não se importa em ir até minha casa depois para fazer alguns exames?

— tudo bem, posso ir assim que me sentir melhor. — não sei se seria capaz de me sentir melhor por muito tempo, mas tentei mentir e esconder minha cara deprimida atrás de um sorriso forçado.
Dr. Cullen e Alice, que não havia dito nada até o momento, se prepararam para sair e me deixar sozinha.

Novamente, sozinha.

Como posso estar sempre sendo consumida por esse sentimento tão horrível de solidão desde que me mudei para esta casa? Esta casa que pensei na primeira vez que botei meus pés em ser meu lar, e agora a eu só penso em fugir... mas para onde eu poderia ir?

De um lado fugindo daquele que deveria me amar mais do que tudo e do outro perseguida por um vampiro maluco que quer me matar e me tornar uma vampira. Só talvez a morte ao lado de Isaac seja menos dolorosa do que tudo isso que estou passando ao lado de Sam. Não, como posso dizer isso? Como eu tenho a coragem de pensar nisso, devo ter finalmente ficado louca.

Por mais doloroso que seja, mesmo que eu morra por dentro e não reste nada de mim que não uma casca preenchida com as cinzas de um incêndio que um dia foi eu... por mais que meus pés e mãos estejam atados quando eu for jogada no mar sem a chance de nadar e meu pulmões lentamente começaram a afogar-se com a água salgada, assim, tão dolorosamente, eu continuarei sendo dele.

O soro já havia acabado, resolvi arrancar fora a agulha que tanto me incomodava e usar um das ataduras de algodão para parar o sangramento que escorreu brevemente por meu braço. Sentei na cama e abracei meus joelhos enquanto olhava a noite cair janela a fora, como um pássaro na gaiola, esperando ser liberta para voar em busca da brisa.

— Maya! — a porta abriu com brutalidade, me fazendo saltar de onde estava. Era Sam, ofegante, como se tivesse atravessado o estado correndo para chegar até aqui.
Ele também parece miserável, isso me deixa feliz, parece que eu não sou a única.
— o que aconteceu com você? — se ajoelhou na minha frente, segurando com tanta força no lençol que eu fui puxada para mais perto.

Não, não me olhe com esses olhos.

Por favor, não me olhe como se você me amasse.

— por que você se importaria com isso? — o nó na minha garganta e o emaranhado no meu peito são a prova viva de que não consigo sequer olhar para ele sem me quebrar mais do que já estou, se isso é possível.

— o que está dizendo? É claro que me importo com você... Maya! — sua mão tenta alcançar a minha mas eu a puxo para longe. Não suportaria ser tocada por ele. O sangue, que estava tentando impedir de sair com a ajuda da gaze, voltou a deslizar de encontro ao meu pulso. — você está sangrando.
Peguei uma atadura limpa e pressionei novamente o lugar.

Eu irei sufocar se não falar.

— por que você faz isso comigo? Não sente pena de mim ou eu sou um objeto que você gosta de magoar? — as lágrimas quentes molham meu rosto. — como ousa fazer isso comigo?

— o que está dizendo?

— eu sei do imprinting, Sam... — eu pude ver como seus olhos perderam o brilho no momento que fechei meus lábios. — sei que ele aconteceu no casamento de Bella, naquela noite que nos vimos pela primeira vez. Achei que apenas eu tinha sido inundada por aqueles sentimentos tão estranhos e desconhecidos que roubavam meus pensamentos e causavam dúvidas em alguém que jurou jamais amar novamente!
A mão que segurava firmemente a cama, soltava lentamente a coberta estampada.
— então, mesmo depois do que aconteceu comigo e com o Paul... mesmo depois do que aconteceu com Isaac... em meio a todo o caos que se instalou na minha vida, eu te amei!

Seus olhos, castanhos, tão distantes de mim, me olharam bem abertos. Diferente de sua boca que não emitia nenhum som ou nenhum ruído.

— Maya...

— eu não acabei! — cortei. Já não sei quanto tempo ainda teria a capacidade de controlar meu tom de voz. — mas você me odiou desde o primeiro dia e fugiu de mim como se eu fosse algum tipo de veneno mortal para você e rejeitou o imprinting... por que você me odeia tanto? POR QUE?!
Era isso, eu havia perdido o controle.
— POR QUE VOCÊ ESTÁ AQUI FINGINDO QUE SE IMPORTA COMIGO?! — eu o olhei diretamente nos olhos e deixe que as lágrimas queimassem minhas bochechas. — como você tem coragem de vir até mim e continuar me olhando como se me amasse? Eu sei que você me odeia mas não mereço a sua crueldade... vá embora.

Segundos em silêncio que duraram anos, minutos que duraram décadas e o silêncio que gritava mais alto do que as batidas do meu coração. Ele não dizia nada, me olhava estático como alguém que via diante de si seu próprio medo.

— eu não vou embora. — ele falou. — fingindo que me importo com você? — ele riu. — você é realmente... algo, Maya Swan. Como pode ser tão cega para não perceber que desde o dia em que te conheci que meu todo meu ser queima pelo seu? Eu sou o alfa, chefe de uma alcateia onde preciso ser um pilar de força para todos, inquebrável como uma rocha... mas você ainda assim não consegue ver o quanto eu estou miseravelmente em cacos só por te ver assim? — e com isso eu vejo um homem feito, se transformar em uma cachoeira. — por favor não me peça para ir pois eu jamais irei embora do seu lado, eu te amo, Maya!

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𝐃𝐀𝐍𝐆𝐄𝐑𝐎𝐔𝐒𝐋𝐘, sam uley [ twilight saga ]Onde histórias criam vida. Descubra agora