one body one soul

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EU PEDI PARA QUE ELE saísse e então ele saiu, sem questionar ou protestar. Eu queria que ele fosse mas jamais que me deixasse e agora estou aqui me perguntando por que é tão difícil falar o que realmente queremos quando estamos apaixonados.
Talvez o amor não seja apenas cego, ele também é mouco e silente; não escuta quando de dentro de seu peito as palavras machucam para serem ouvidas e perde a língua nos momentos que nosso coração grita para dizer o contrário.

Meu coração gritou para que ele ficasse aqui, permanecesse ajoelhado e miserável em frente a mim para que ele se sentisse tão pior quanto eu havia me sentido desde que seu silêncio começou a me matar. Meu coração berrou no instante em que seus olhos de íris noturnas atingiram os meus em cheio e os queimaram em lágrimas que lutei para não caírem.

Mas os ouvidos estão distantes do coração, e então a boca.

No momento que a porta se fechou, em um lento e torturante tom de ferrugem, eu pude sentir o quão eu tinha sido uma completa decepção para mim mesma. Prometi que não iria permitir-me ser machucada pelo amor novamente e aqui estou eu mais uma vez quebrando em milhões de pedaços minhas promessas — se é que algum dia já consegui mantê-las inteiras.

Se é que algum dia eu conseguirei.

Mas então, me dou conta, eu sou aquela quem mais está me fazendo sofrer... sou eu quem estou me machucando!
Acabei de ouvir do homem que amo que ele também me ama, por que continuo aqui lamentando promessas e juras de um coração partido quando, na verdade, finalmente é recíproco?

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Andei em círculos mais do que meus pés cansados conseguiriam aguentar, o fiz, andei em círculos na frente da maçaneta e recuei várias vezes de tocar no metal que tenho certeza estar frio o suficiente para arrancar minha pele mas eu faria mil vezes para chegar até ele mesmo eu não sendo tão corajosa quanto queria ser.
Sam está no andar de baixo, provavelmente dormindo se considerar que já passam das duas da manhã no relógio redondo sobre a porta.

Eu abri.

Desci silenciosamente os degraus que tantas vezes desci silenciosamente, como se a madeira tivesse aprendido a não fazer nenhum barulho embaixo de mim.
A visão da sala foi a mesma de sempre com paredes de madeira escura repletas de quadros que estão iluminados pela luz pálida da lua cinza. O mesma de sempre de fato, se não fosse por minha ruína, dormindo quietamente no maior sofá apesar de pequeno para ele.

Eu me aproximei sem que ele percebesse, ajoelhando-me aos pés do sofá e bem a sua frente.

Sua pele emanava calor antes mesmo que eu me aproximasse o suficiente para saber que era verdade, ele era o sol, mas não qualquer um; o primeiro sol de outono quando as folhas estão prestes a cair com o vento e são banhadas pelo luz do astro rei.
Iluminando o suicídio de milhões de folhas para que a vida de outras possa surgir.

Quente e frio enquanto cruel e amoroso, ele era esse sol.

Minha mão alcançou seu rosto.

Seus olhos estavam fechados quando os meus dedos tocaram sua pele. Desenhei suas sobrancelhas sem pressa e continuei deslizando lentamente pelas maçãs marcadas de seu rosto até as bochechas e por fim seus lábios. Cada centímetro de sua pele que eu tatuei com a minha ficariam marcados em minhas impressões digitais em uma assinatura que sempre será só sua.
Antes que eu tivesse tempo de me repreender meus lábios tocaram timidamente os seus em um beijo como deveria ter acontecido na primeira vez.

Com calma.

Com amor.

Sua mão então segurou minha nuca e puxou, suavemente, as mechas emaranhadas que desde quando me lembro estão ali.
Por alguma razão, que eu não sei explicar, eu senti uma vontade tão profunda de sorrir e eu sorri contra o beijo mas não quebrei o contato existente entre nós. Sam usou suas mãos para conseguir me inclinar mais e mais até a gravidade sumir de mim ao ser puxada para seu corpo.

Talvez devêssemos parar mas quem seria de nós o primeiro tolo a tentar quando necessitamos desse beijo tanto quanto do ar para viver?

Eu necessito.

— Maya... — Sam falou sem sequer me soltar, eu não queria que ele o fizesse pois temia sumir ao seu toque e acordar deste sonho. — o-o que...

— você é meu, e eu sou sua... agora percebo como estava errada, eu quem não sabia o que era amor até conhecer você. — minhas mãos acariciam seu rosto. — eu te amo, Sam e quero te ensinar a me amar, se você deixar.
Sam não responde mas sei que este é um daqueles momentos em que talvez o amor não seja apenas cego, ele também é mouco e silente; não escuta quando de dentro de seu peito as palavras machucam para serem ouvidas e perde a língua nos momentos que nosso coração grita para dizer o contrário.

Ele estava com medo de falar algo errado, então continuei o olhando nos olhos, eu entendia o que passava no seu coração acelerado.

Necessitava de mim.

Em um solavanco que balançou meus cabelos contra o ar, Sam me segurou com força e levantou comigo em seu colo, meus braços passam em volta dele enquanto subimos para o quarto. Eu não sabia o que isto significa para nós mas eu o desejo mais que tudo.

Chegamos até o quarto e tive certeza que não demoraria muito para que nós dois incendiássemos com esses sentimentos confusos colidindo dentro de nós. O amor lutando contra a tristeza e desejo contra o medo em nossas línguas, um momento que tudo o que temos se tornaria decisivo.
Mas se ele estiver comigo eu estarei pronta para colocar esses sentimentos em seus eixos, listados em ordem alfabética e cronológica se assim for necessário.

Estávamos deitados, Sam sobre mim com suas mãos por todo meu corpo como se ele tivesse quatorze braços apenas para mapear cada canto que nem mesmo eu havia chegado.
Devo estar parecendo alguém inexperiente sendo guiado pelo ritmo frenético de uma música que eu nunca tinha ouvido na minha vida. Disposta a dançar se ele segurar minha mão e me rodopiar pelo ar.

Era certo, era errado... éramos ele e eu.
Nós éramos um... um corpo, uma alma.

Neste momento o amor não só vê; ele escuta e fala por entre nossos corpos.

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[ livro entrando em suas emoções finais ]

𝐃𝐀𝐍𝐆𝐄𝐑𝐎𝐔𝐒𝐋𝐘, sam uley [ twilight saga ]Onde histórias criam vida. Descubra agora