i feel nothing

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OS MEUS OLHOS MERGULHANDO profundamente nos teus e os deles descendo até meus lábios.

— cof cof... — Seth olhava curioso e um tanto constrangido. Argh! Minhas bochechas queimavam em brasas quando puxei-me alguns passos para o lado. — acho melhor pegar um bolinho desses e ir embo-

— SAM, ALGUÉM EM CASA?! — essa voz que interrompeu o jovem lobo... por que ela me causou um calafrio?
Virando tão lentamente na direção da porta quase para sentir meus ouvidos zumbirem, vi três silhuetas e uma delas me fez desejar desaparecer.

Não, isso pode ser verdade!

Paul?

Poucas vezes na vida eu havia ficado em um completo estado de perturbação mas ultimamente parece ser a única coisa que eu sou boa em fazer; meus pensamentos comprimiam minha cabeça e pressionavam meu sistema nervoso até quase desligar. Os ossos da minha mão pouco a pouco estalaram e a dor crescente já havia subido, encontrando-se no pulso ainda escoriado e foi aí que notei estar segurando na cesta de bolinhos com força, os glóbulos acumulados nas minhas falanges as deixavam vermelhas porém a ponta próxima a unha estava branca devido a pressão. Dentro de meu estômago tudo revirava quase expulsando meu café da manhã barriga a fora — mesmo que ainda não tivesse tomado café da manhã. Os lábios secos e pálpebras que perdiam lentamente a capacidade de fechar.

Eu não via nada.

Meus olhos estavam abertos.

Mas eu não via nada.

Notava sua silhueta contornada pela luz tão comum do pálido sol de Forks mas ali não tinha nada além de um vazio no rosto daquele que por anos foi o motivo dos meus piores sentimentos e lar de uma dor incondicional.

Só agora percebo como pude ser tão ingênua! Deveria estar preparada para este momento pois ele aconteceria mais cedo ou mais tarde... afinal, esta é uma cidade pequena. Ainda assim, não importa o quanto você se prepare, você nunca estará completamente preparada para ver a pessoa que você mais amou e mais te machucou — a sensação lembra estar olhando fixamente para o fogo que queima ardentemente e imaginar-se colocando sua mão sobre.
Imaginando o calor irradiando até derreter sua pele e ainda assim, você não conseguiria puxa-lá para longe da dor.

Sam não havia deixado meu lado, a essa altura ele já deve ter percebido.

— Maya? — a voz de Paul me chamou confusa, quase que por um fio, mas tenho a plena certeza de apenas ter ouvido um zumbido ou espécie de sussurro. Daqueles que você escutaria se um raio caísse ao seu lado, atordoando sua mente e estourando seus tímpanos.

— Maya, o que foi? Você está gelada! — intercalando os olhares entre mim e o Lahote, assim como os outros também fizeram, o homem que permanecia ao meu lado soou-me mais confuso. — vocês já se conhecem?

— e-eu... — gaguejei. Algo bastante insuportável e um incontrolável hábito que possuo quando estou nervosa.

— Maya... — Paul deu um passo para frente e eu recuei até quase me aninhar nos braços de Sam. — o que você faz aqui?

Certa vez quase me afoguei.
Aconteceu quando eu tinha cerca de doze anos; já faziam meses que não via Reneé e Bella então aguentei meu medo e forcei-me a permanecer no avião — foi uma das raras vezes que consegui. As férias já estavam para acabar quando no ano foi registrado um dos verões mais quentes do Arizona e para aliviar o calor, resolvemos viajar para a praia.
Lembro-me de caminhar de mãos dadas com Bella quando uma onda emergiu subitamente e iria nos engolir se não tivesse empurrado a mais nova para longe mas consequentemente sendo arrastada. As ondas me puxando para longe enquanto tentava subir para buscar ar.

Quando o oxigênio começou a faltar foi quando todo meu desespero simplesmente acabou.

Eu afundava sem lutar pela vida, como se tudo que sentia tivesse sido desligado e não me restasse nada além de aceitar a dor.

Como agora... todos aqueles sentimentos de dor e agonia que outrora estavam marcados a ferro em brasa no meu peito acabaram de evaporar, só então notei não sentir nada... ele não era mais nada para mim.

— eu não quero falar com você.

— espera... vocês se conhecem? — Seth perguntou antes que o silêncio se instalasse.
Sam parecia em dúvida. Curioso para ouvir minha resposta, era como se ele precisasse ouvir.

— n-nós namoramos antes que eu fosse embora para Jacksonville. — eu falei. Quase não acreditando que realmente tive forças para fazer isso, eu não conseguia acreditar mas não pude me calar. — então ele começou a namorar minha melhor amiga e não teve a coragem de olhar na minha cara antes de fazer isto.

— Maya, não é como você pensa... espera. — Paul parou por um segundo e pensou para si. — você é a garota? É você quem está sendo perseguida por aquele sangue-suga? Então você é a garota que o Sam teve o imprin...

— Sim, é ela. — Sam o cortou rapidamente sem que o Lahote pudesse terminar sua frase. Deixando a curiosidade em mim para saber o final.
O que Sam havia feito comigo?

— eu sinto muito, mas eu vou subir... — ficar ali estava me sufocando e sugando minhas energias. Os outros meninos olhavam sem pestanejar e me odeio por ser tão mal educada com eles, mas não consigo ficar aqui mais um segundo. Sendo mentalmente drenada. — me desculpem mas eu...
Soltei a cesta de bolinhos que ainda segurava firmemente sobre a mesa e subi para o segundo andar. Querendo ficar apenas comigo mesma, eu e meus sentimentos.

Eu preciso pensar pois algo havia mudado e eu sabia disso, pois sentir tão presente em cada arrepio que circulava pelo meu corpo. Mas não consigo encontrar palavras para descrever o que esse algo significa.
Paul havia sido um buraco em minha vida que jamais tive a capacidade de preencher, não importasse quanta terra eu jogasse dentro. Agora, agora já não existe tal buraco... novamente sinto que sou uma pessoa completa.

Tudo tão estranho e tudo sem sentido.

Eu preciso de resposta e sei com quem conseguir.

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𝐃𝐀𝐍𝐆𝐄𝐑𝐎𝐔𝐒𝐋𝐘, sam uley [ twilight saga ]Onde histórias criam vida. Descubra agora