feels like home

2.6K 257 29
                                    

⎯⎯⠀⎯⠀⎯⎯⎯⎯ ⎯⎯⠀⎯⠀⎯⎯⎯⎯

⎯⎯⠀⎯⠀⎯⎯⎯⎯ ⎯⎯⠀⎯⠀⎯⎯⎯⎯

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

⎯⎯⠀⎯⠀⎯⎯⎯⎯ ⎯⎯⠀⎯⠀⎯⎯⎯⎯

     NÃO CONHECIA ESSA SENSAÇÃO que agora me inundava, este lugar que nunca estive parecia ser meu lar, o lugar onde pertenço.
Sei que nunca havia estado aqui antes, mas ao sair do carro afundando meus pés no chão recoberto de um musgo que pareceu puxar a sola para baixo, pareceu-me um paraíso já visto em meus sonhos.

Sonhos que não sabia já ter sonhado alguma vez.

A visão que tive da varanda era nostálgica com todos os móveis de madeira vermelha revestidos de um confortável acolchoado marrom queimado tornavam o ar num tom amadeirado e rústico de floresta. Pego-me delirando entre devaneios sobre como seria estar sentada neste banco de balanço, tomando chocolate quente e lendo algum dos livros que se encontra ao pó na minha estante, cercada pelo cheiro frutificado de eucalipto e tangerinas fora da estação.

Perto da porta de entrada haviam muitas plantas espalhadas por todos os lados em vasos dos mais diversos tipos, formatos e tamanhos. Feitos com as mais diversas cerâmicas e pintados de uma forma que não combinavam entre si, mas juntos formam uma linda unidade.
Caminhei a frente mais um pouco e quando dei por mim já havia entrado na casa, como se meu instinto me guiasse para dentro.

Era linda demais para ser vista apenas por fora.

Quebrando todos os padrões que conhecia — fugindo de todo o ar gélido da típica cidade de Forks — o lado interior era quente, como se a lareira nunca fosse apagada. Tentei não tropeçar nos meus próprios dedos e dar um passo depois do outro, analisando com calma todos os detalhes sem deixar que nada me escapasse. Os móveis, também de um vermelho escuro, estavam alinhados como se não fossem trocados de lugar a muito tempo. Na cozinha, a ilha se destacava com um lindo acabamento de verniz refletindo as árvores através da janela.
Imagino que a noite, talvez quando a lua estiver em seu brilho máximo, possa refletir a luz no balcão e iluminar toda a casa como um globo de espelhos.

Tudo neste lugar traz lembranças. Conhecia esses móveis, eu os havia visto na minha imaginação antes mesmo de entrar... e eram idênticos.

Tateei meus dedos por uma prateleira de fotos e vi as mais diversas, incluindo algumas de Sam quando criança. Não contive um sorriso ao passar por uma onde o mesmo estava sobre uma bicicleta, sorrindo demais para a câmera.

Foi quando notei que meus passos curiosos não estavam sozinhos e aquela presença tão forte me atingiu como uma bomba atômica.
Poderia encontrá-lo numa multidão com meus olhos vendados apenas se inspirasse fundo o suficiente... ele irradiava este magnetismo, não consigo evitar.

— e-eu não queria parecer intrometida... — afastei-me da prateleira com alguns passos para o lado, notando sua mandíbula trincar. — não vou causar problemas enquanto estiver aqui, prometo que vai ser como se nem ao menos existisse para você.

Seus ouvidos pareceram dilatar e os ombros mudarem sua postura, Sam abriu os lábios para dizer algo mas os fechou novamente, ficando em silêncio. Parecia estar pensando.

— você pode ficar com a cama, eu vou dormir no andar de baixo.

— não, eu não posso te tirar do seu quarto! — ele seria um tolo em pensar que aceitaria isto sem alguma relutância. — sou eu quem está pedindo por um favor, não aceito que você durma nesse sofá... acho que você nem cabe nele. — a última parte, que deveria ser um pensamento, saiu mais alto do que esperado.

— não se preocupe comigo. — Sam soltou minhas poucas malas no chão e andou alguns passos na direção da cozinha. A parte de trás de seu corpo o fazia parecer ainda maior como um muro, ainda mais intimidante. — você fica com o quarto.

— mas...

Seus olhos, eles me encararam profundamente como se alcançassem as barreiras de minha alma. Pernas fracas e mente letárgica foi tudo consegui raciocinar, aquele par de esferas castanhas tão escuras e brilhantes desligaram meus sentidos.

Eu estava sob o olhar do alfa e ele possuía total controle sobre mim.

Dei-me por vencida.

. *     ✦ .  ⁺   .

Depois de Sam me mostrar onde cada cômodo da casa ficava, ele me deixou completamente sozinha comigo mesma. O que não era a melhor das escolhas no momentos.

Não tenho capacidade alguma de fechar meus olhos nesse momento sem lembrar de como seus lábios sobre os meus eram quentes, deixando o sangue que corria desenfreado em mim entrar em estado de ebulição.
Eu sou mesmo uma idiota e jamais me perdoarei por ter dito aquelas palavras que agora me trazem o tormento da humilhação.

Mas eu faria de novo para sentir essas sensações outra vez.

Cada osso do meu corpo clamando pelo seu e arrepiando quando seus dedos adentraram nos cabelos de minha nuca que nunca ficavam presos no rabo de cavalo. O receio que Sam pareceu ter de me machucar e que só agora percebo ter sido sem vão, meus lábios doem mas são eles a única certeza de que o beijo foi real.

Eu me odiava por ele mas não me permitiria esquecer.

Haviam duas gavetas do armário vazias e arrumei minhas coisas de uma forma agradável aos olhos. Após finalizar a tarefa que não foi tão difícil, joguei meu corpo sobre a cama e respirei fundo vagando minhas íris pelo cômodo onde estava. Não era pequeno mas nada tão descomunal quanto os quartos na casa dos Cullens.

As paredes e piso eram feitas do mesmo material. A cama além de ser muito confortável ainda tinha um edredom tão macio que parecia sentar sobre uma nuvem de algodão doce. No canto, quase de frente para a cama, uma poltrona que seria um refúgio de leitura perfeito para uma daquelas tardes que idealizei mais cedo — quem sabe eu não o possa fazer.
Os tapetes, almofadas e poucos detalhes permaneciam como um grande quebra cabeça de cores, texturas e formatos que brincavam sobre qual seria visto primeiro.

Na janela, com uma visão privilegiada para a entrada da casa, já começou a ficar embaçada pela ameaça de chuva. O vento assoviando e quebrando os galhos ao longe deixava evidente, meu corpo cansado e olhos pesados podiam sentir; as pálpebras a cada piscada ficando mais lentas, sucumbindo ao sono me lembro de deitar e aceitar o sono como um amigo.

Depois de tudo que aconteceu, eu preciso descansar minha mente.

⎯⎯⠀⎯⠀⎯⎯⎯⎯ ⎯⎯⠀⎯⠀⎯⎯⎯⎯

𝐃𝐀𝐍𝐆𝐄𝐑𝐎𝐔𝐒𝐋𝐘, sam uley [ twilight saga ]Onde histórias criam vida. Descubra agora