black heart

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⎯⎯⠀⎯⠀⎯⎯⎯⎯ ⎯⎯⠀⎯⠀⎯⎯⎯⎯[ SAM'S POV ]

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[ SAM'S POV ]

     responsabilidade
substantivo feminino
1. obrigação de responder pelas ações próprias ou dos outros.

Poucas palavras obtinham o poder de assombrar-me durante as noites e perseguir-me através dos dias. Mas esta, especificamente, havia se tornado meu inferno pessoal e meu mantra mais sagrado a ser seguido, sendo uma amiga desde quando eu era apenas um garoto.
Daqueles idiotas que acham a vida uma brincadeira imortal, onde o ar não consegue te tocar e as pedras no seu caminho podem ser usadas para saltitar sobre as águas dormentes de um lago.

Minha vida não havia sido difícil, não até meu pai partir — um homem imaturo achou que uma família era demais para ele e assim partiu deixando uma esposa devastada chorando aos pés da porta e um filho confuso acreditando que ele era o maior erro que duas pessoas que não conheciam o amor haviam gerado.
Acreditando nisto ele tentou compensar sua vida miserável todos os dias. Ele permanecia quieto, imóvel, sentando na varanda sentindo o ar empurrando-o sentido contrário e as pedras no seu caminho construíram muros em volta de seus ombros. Não existia imortalidade e ele era capaz de fazer qualquer coisa em troca de atenção da sua mãe que passava o dia no trabalho e a noite trancada em seu quarto.

Ele não aprendeu sobre o amor.
Apenas conheceu a solidão.
Ele cresceu por si.
Teve a responsabilidade que seus pais não.

Minha vida não havia sido difícil, não de fato.

Conheci a Leah e tudo ficou mais leve, a mantive ao meu lado mesmo ela não conseguindo suprir a ausência que havia em mim, isso era tão cruel da minha parte e mesmo tendo essa noção não tive a capacidade de liberta-lá de mim.

Foi no segundo ano do ensino médio quando os primeiros sintomas aparecem; a raiva incontrolável e emoções volúveis que me tornaram uma bomba atômica, um tsar, prestes a destruir qualquer coisa que ficasse no meu caminho. A febre efervescente como se toda minha derme estivesse sempre num estado de ebulição, fervendo em água vulcânica.
Não existia mais um eu, mas existia um monstro que não recuaria para nada e um algo que tornou-se a escuridão.

Pelo preto.
Coração preto.

E isso porquê uma família se mudou para uma mansão escondida na floresta.

Sim, eu os odiei pelo o que eu havia me tornado mas me ajoelharia aos pés de Carlisle para agradecê-lo por ter salvo o que mais aguardei toda minha vida.
A ausência havia sido preenchida e meus muros caíram ao chão quando a vi descer aquelas escadas. Confusa, posso afirmar, mas no momento que seus olhos castanhos encontraram os meus soube que ela estava aliviada por me ver.

O laço é mais forte do que acreditei.

Maya pareceu odiar a ideia de ir morar comigo e isto me atingiu como um meteoro.

— Jacob passou por cima de minhas ordens! — andava de um lado para o outro, inquieto. Black e Clearwater estavam comigo no andar de baixo. — tomou uma decisão sem ao menos me consultar, a cara que ela fez... não deveria ter feito isso.

— Sam, você sabe melhor que ninguém que esta é a única chance que temos para mantê-la segura. — disse Jacob. — você teve o imprinting com ela mas eu a conheço desde crianças e sei o quanto aquela garota perdeu o senso de direção eu estava lá quando...

— quando? — o instiguei mas antes fui interrompido.

— Jacob tem razão, vamos apenas fazer isso.

Iria protestar e insistir que Jacob continuasse a falar quando de onde estava puder ver uma sombra, como um furacão, aproximando-se. Meu corpo enrijeceu no segundo que nossos olhares formaram uma linha inquebrável, meu maxilar havia trincado e minha coluna enrijecido, ela estava perto e aqui em mim havia um idiota que não sabia como reagir.

— Maya, está tudo bem? — Jacob perguntou, bastante prestativo.

— na verdade, não... eu posso conversar com você a sós? — ela me olhou duramente, arqueando suas sobrancelhas para parecer assustadora, eu estava nervoso.
Os outros dois podiam sentir, a ligação da matilha era forte demais e logo entenderam que sua única escolha era sair o mais rápido dali.

Mas então, sozinhos, Maya pronunciou nenhuma palavra que não um tipo de grunhido de dor ou de desespero, mordendo o lábio inferior e pisando com mais força sobre as pontas dos pés enquanto tentava falar... talvez ela tenha esquecido como se faz.

— você disse que queria conversar, estou ouvindo. — ela piscou.

— e-eu... por que concordou c-com isso? — quase não consegui ouvir o que ela havia dito. — q-quer dizer, tem um vampiro psicopata me procurando, disposto a m-matar qualquer um que o te-tente impedi-lo e você aceitou me deixa ficar em sua casa correndo o risco de acabar morto e eu não p-posso permitir isso.

— talvez ele quem devesse estar preocupado em ser morto. — eu dei um passo a mais na sua direção, lembrando-me de que se tivesse chegado um segundo mais tarde poderia ter a perdido para sempre. Jamais me perdoaria por isso. — eu prefiro morrer do que deixar que ele toque em um fio do seu cabelo como aconteceu na noite em que ele te atacou. Se eu tivesse chegado um segundo depois...

Eu morreria para protegê-la.

— eu não posso deixar que você seja morto, que ninguém seja morto. — aqueles olhos brilhavam e reluziam a mim novamente mas não pude deixar de me sentir impotente.

— você não sabe nada sobre nós. — Maya não confiava em mim ou na matilha, me matava saber que aquela que estou destinado ao menos conseguia acreditar em mim. — não sabe o que somos capazes de fazer para proteger quem nós... — cortei minhas palavras antes que falasse algo que não devo. Maya já passou por muita coisa e não acho que esse seja o momento certo para que ela descubra sobre o imprinting. Me afastei com um longo suspiro para controlar a fera dentro de mim. — não se preocupe comigo, apenas... apenas venha para minha casa e eu te prometo que jamais deixarei que aquele sanguessuga te machuque novamente.

Me preparei para partir, por mais que cada molécula no meu corpo recusasse deixá-la, era preciso. Ela é meu veneno, meu acônito, minha fraqueza e ver seu rosto piedoso é demais para alguém que já está se martirizando.

Sua mão alcançou meu braço com força e eu senti que o que ela falaria em seguida... não podia ser nada bom.

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[ próximo capítulo hoje às 22:30 ]

𝐃𝐀𝐍𝐆𝐄𝐑𝐎𝐔𝐒𝐋𝐘, sam uley [ twilight saga ]Onde histórias criam vida. Descubra agora