cap.172

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Cap.172
— Vão para casa, isso aqui está uma bagunça, deixem apenas os pais da Kity aqui, eles vão avisar qualquer mudança, sei que ela vai ficar bem, mesmo que pareça ao contrário. — diz Cassius sério, em seguida seu celular vibrou em seu bolso, era Ramis o ligando.
/Algum problema? — pergunta Cassius.
/Sim, temos um problema.
/com o celular de Kity?
/Sim, temos que visitar um endereço ainda hoje, tem alguém com arquivos de mídias dela, tem muitas fotos… o celular dela está sendo bombardeado de fotos e mensagens de ódio.
/Destrua o celular o número, anote o endereço e vamos até lá resolver esse problema.
/é em um bairro remoto em Rowland próximo a comunidade beltrão.
Cassius e Ramis seguiram até onde o local onde o localizador indica, uma casa simples de dois andares, pintura gasta, já eram seis horas da tarde e estava escurecendo, e o local nem mesmo tinha uma iluminação adequada.
— Tem certeza que é aqui? — pergunta Cassius encostado em seu carro analisando a construção de cima abaixo.
— Sim… tão fácil. — Diz Ramis cético.
Cassius segue até a entrada e com apenas um pontapé ele derrubou a porta de madeira velha, a casa parece está vazia, mas o número localizado ainda estava online.
Armas sacadas, olhos atentos, qualquer movimento diferente, estavam prontos para atirar e matar sem pena, mas nada apareceu, seguiram escada acima até o segundo andar, uma música alta saiu de um dos quartos.
— é nesse quarto que o localizador está indicando.
Cassius não exita quando derruba a porta e aponta a arma, ouve um grito e um menino encolhido no canto da cama os encarando com os olhos esbugalhados.
— Não entendi. — Ramis franze o cenho com a nova situação enquanto Cassius olha ao redor vendo um computador, celulares entre outros aparelhos como videogames.
— Não? Esse menininho aí é o criminoso. — diz pegando o celular sobre a mesa do computador.
Logo após vai até o computador desbloqueado, nem mesmo tem coragem de mexer com o que acabou vendo.
— Apague! — rosna para Ramis que se sentou em frente ao aparelho começando a vasculhar tudo.
— Que desgraçado… — resmunga Ramis.
— Ei, você! — vocifera Cassius puxando o menino pela camisa a trazendo para o chão. — quem é você? — pergunta enquanto ele treme até o último fio de cabelo.
— E-eu… — gagueja e não sai nada.
— Tenha calma, é só uma criança. — Ramis o alerta.
— quem estava enviando essas fotos? — pergunta aborrecido. — Não foi você? Quantos anos você tem? — pergunta colando o cano da arma sobre sua testa, o menino quase caí para trás em pânico, seus olhos marejaram e ela tenta implorar pela vida.
— quinze… — balbucia e chora com as mãos erguidas se rendendo.
— Não é uma criança, já é um rapaz. — refuta ferido. — Você enviou as fotos?
— Sim… desculpa…
— Só quinze anos? Que merda está acontecendo, como pode enviar mensagens tão horríveis? — pergunta Ramis enquanto apaga todas as mídias.
— Sendo irmão do vagabundo que abusou da kitty e tendo acesso a todos esses conteúdos, óbvio que seria um lixo também.
— Ele parece estranho para mim.
— Não me interessa, minha vontade agora é de apertar esse gatilho e matar, seus miolos vão se espalhar por esse quarto a vagabunda que te cria vai recolher seus restos com uma colher! — rosnou Cassius o menino parecia está tendo um ataque de pânico enquanto as pernas não paravam quietas tentando se manter de pé, mas não demorou muito para ele perder o equilíbrio e cai sentado no chão. — olha isso… treze anos e é um medroso, deveria ter pensado antes de fazer uma menina se matar, sua mãe também vai chorar hoje, não sabe?
— Eu não tenho mãe, senhor… — sua voz embargou enquanto mantêm a cabeça baixa e tenta usar as pernas para recuar e se afastar de Cassius.
Cassius encara Ramis que franze o cenho ainda mais desconfiado, ele se agacha e tenta encarar as criança nos olhos agora analisando a situação do indivíduo pequeno e magrelo.
— Onde está sua mãe? — pergunta analisando o menino de cima abaixo até perceber faixas em seus joelhos.
— Eu não tenho mãe, já disse… eu só tinha um irmão cuidando de mim, minha mãe abandonou nós dois por causa de minhas pernas.
— Que estranho, o que tem suas pernas? — pergunta subindo um pouco o tecido, percebendo na região da faixa sua pele um pouco escurecida.
— Parece que o desgraçado que abusou da Kity ganhava dinheiro vendendo material pornográfico, tem vários conteúdos, ele tem um site online, Kity não era a única. — comentou Ramis.
— Vocês mataram meu irmão? — pergunta o menino.
— Na verdade não, mas ele matou um dos nossos e estava ensinando você a mesma coisa, não é? — pergunta Cassius.
— Ele era a única pessoa que eu tinha, era só eu e ele.
— esse menino está doente e vivendo em uma situação precária… — suspira Cassius incomodado.
— Eu sei que o que ele fazia era errado, mas eu não tinha mais ninguém, eu não postei nada dela, eu juro, mas estava com raiva, meu irmão… — começa a chorar se encolhendo abraçando os joelhos.
— realmente, os últimos envios que tem, já tem mais de um mês, ele começou a ameaçar Kity tem três semanas.
— ela aguentou tudo isso sozinha? — lamenta Cassius. — Como se sente sabendo que essa menina está morrendo? Você acha justo depois de seu irmão ter feito tudo isso com ela, você ainda lhe atormentar?
— Cassius, olha esse lugar. — diz Ramis com a voz mansa. — Eu duvido muito que esse menino com essa perna tenha conseguido sair do quarto com frequência, não sei como está vivendo.
— é simples. Ele não está vivendo, ninguém vai ouvir ele desse quarto, da janela dele não dá para ver ninguém parece até um local abandonado. — comentou Cassius analisando.
— O que vai fazer? — pergunta Ramis.
— Ninguém vai me ver aqui, pode me matar de uma vez. — pede o menino parando de chorar, enquanto Cassius ainda está próximo a janela depois da cama, ele retorna e se agacha novamente para encarar o menino.
— você não quer morrer. — comentou indiferente. — com essas pernas se você se jogar da janela você morre, aqui! Tem alimentos podres, embalagens de guloseimas, além de uma faca, se você quisesse morrer, você poderia ter usado uma dessas coisas, você sabia que seu irmão não voltaria, ainda assim está vivo, por que não se matou?
Os lábios do menino tremeram, ele tentou segurar as lágrimas sem êxito.
— Você vai me matar. Não é para isso que veio?
— Sim, eu odeio quando vou a um lugar para uma missão e tenho que mudar de planos, mas você só tem treze anos, eu não mato crianças, mas eu tenho algo muito melhor para você. — sorri ladino. — Você é um pouco pequeno para ter treze anos. — vocifera puxando o menino pela camisa o colocando de pé agressivamente sem se importar com suas pernas. — fraco e inútil também, se não fosse tão novo a morte para você seria até um alívio.
— O que vai fazer com ele? Vai levar a um abrigo? — pergunta Ramis.
— Olha toda essa merda que esse menino estava exposto, se eu entregar ele a um abrigo, ele vai crescer e se torna que nem seu irmão, depois de tudo que ele teve coragem de escrever para Kity, eu não confio ele a sociedade.
— Então mate-o.
— Vou fazer pior. — Cassius abre um sorriso leviano para o menino. — Vou levá-lo comigo, ele será entregue na academia, Nate vai cuidar dele e ele, — aponta o dedo enquanto segura ele pela gola o mantendo de pé. — Você vai ter que se redimir a vida inteira por culpa de seu irmão.
— Está falando sério? — pergunta Ramis cético enquanto Cassius arrasta o menino que mal consegue dar um passo sem as pernas falharem.
— Ele já é bem grandinho, e ele não quer morrer, se ele mesmo teria feito. — comenta Cassius indiferente ao levantar o corpo magro em seus ombros como se fosse qualquer coisa inútil.
O coloca no carro enquanto Ramis o observa sem saber o que dizer.
— Você colocou ele em meu carro? — pergunta ele, cético.
— Leve ele até Nate e mande examinar e ver o que se pode fazer, tenho planos para ele.
— Por que você não leva?
— Quem vive a vida de um vadio é você, leve ele, tenho que ver minha filha, já basta ter deixado com Laysa, se ela tiver uma crise, Laysa é menor que ela então ela pode machucar a mãe e vai ser mais um problema, porque ela não vai parar de se acusar e pensar que é uma pessoa ruim.
— Tudo bem, mas depois eu vou vê-la.
— veremos isso, até mais. — diz Cassius em seguida entrando em seu carro indo embora.

Cassius. vol.4 A queda das potências. Ato fina.Onde histórias criam vida. Descubra agora