Capítulo 5: Onde Está Lilith?
— Vamos! Eu vou ficar tocando isso até aprender a tocar uma rave? — perguntou Cassius, apertando a campainha diversas vezes sem parar por minutos.
— Que inferno! — asseverou Ramis, abrindo a porta sem aguentar mais o barulho. — Você tem esposa e dois filhos, Lilith não é a única pessoa que você tem no mundo! — Ramis o repreendeu, tentando fechar a porta, mas Cassius colocou o pé, impedindo a mesma de se fechar.
— Se você fechar, eu vou arrombar do jeito convencional. — anunciou, calmo, tirando a arma da cintura. Ramis então deu o braço a torcer e deixou o mesmo entrar.
— Como se já não viesse fazendo isso. — resmungou, sentando no sofá, cruzando os braços impaciente, voltando à mesma posição de estátua de antes, enquanto Cassius olhava ao redor.
— Onde está Lilith?
— Já não está vendo que ainda não chegou? — perguntou, encarando o relógio mais uma vez.
— Onde ela está?
— Não sei! Ela não dorme fora, eu já liguei e o telefone está desligado.
— E você está calmo assim? — perguntou cético.
— É Lilith, ela não faz nada de errado. O que acha, que ela me trairia?
— Você virou cabeça de vento? Ela pode estar em perigo.
— Não, ela não está em perigo. Ela está no hospital com Leydi, esqueceu? Não sou um marido desatento. — resmungou, então Cassius se sentou ao seu lado também, relaxando.
— Se é assim... — suspirou inquieto por várias vezes e por minutos, até Ramis se estressar e o encarar aborrecido.
— Por que você vive tirando a minha paz?
— E o que se ganha por tirar minha filha.
— Isso já faz meses, por que não me deixa viver minha vida de casado em paz? Eu só quero ser um bom marido.
— Do que está falando? Tem dias que até faço o café da manhã para vocês.
— Está de brincadeira. Você só cozinha para sua princesa.
— É óbvio, um homem desse tamanho não sabe cozinhar?
— Que palhaçada... — suspirou inquieto.
— Enfim... — anunciou Cassius inquieto. — Eu falei com Akin e Akan hoje, e eles descobriram onde estão os disquetes que eu troquei.
— Está falando dos que você trocou pela minha vida?
— Isso aí, eles sabem onde está.
— Acredito que bem longe. Claro que eles não vão deixar tão perto da gente. Para onde temos que ir?
— Aqui mesmo, tem uma base especial de Orfeu, é de segurança máxima, mas conhecemos algumas pessoas que conseguem invadir.
— Uhm... — suspirou pensativo. — Lugar de segurança máxima, e... levando em conta que Lilith consegue invadir tudo que ela tem vontade... e Brady e Brendo... Ayrlon só dá assistência, mas... — murmurou, encarando Cassius desconfiado.
— Tenho pensado sobre isso, mas não é certeza.
— Nem pensar, nenhum deles vai. Você disse que não ia envolver nenhum deles na máfia, o que é isso agora?
— O problema é que eles já conseguiram vinte por cento de informação, isso é muito. Akin e Akan conseguiram os dados que eles tiraram dos disquetes, e por sorte ainda não tem nada sobre a gente. Mas se descobrir, não poderemos sair ilesos. Eu tenho relutado para não fazer isso, não envolvê-los, mas não podemos confiar mais em ninguém. — comentou Cassius preocupado.
— Verdade, a essa altura, depois desses ataques às outras organizações, não querem saber muito de confiar. Está cada um por si para se proteger, sem falar que o galpão que eles explodiram suprimia metade das organizações. Estamos com um pouco de problemas.
— Não é para tanto. A academia dos mafiosos é uma das principais que mantêm o controle de tudo. Aquele lugar tem sido a fachada perfeita para um dos maiores armazéns e ninguém vai encontrar tão fácil.
— Falando nisso, não acha arriscado Kaleb e seus amigos estarem administrando aquilo? — perguntou Ramis.
— Kaleb é filho do Kaleu. Mesmo que não pareça, ele está preparado. O problema é se tiver um ataque direto bem ali.
— Se eles fizessem isso, destruiria parte da cidade. Eles não querem isso.
— Está falando de Orfeu, mas Ofélio é outra história. Vamos ter que começar a pensar no que vamos fazer com a informação que Akin e Akan nos deram. Infelizmente, eu sei que eu e meus irmãos somos de combate. Eu preferiria sair explodindo aquele lugar e assim... fim.
— Não é tão fácil. Pense bem, todos os disquetes estão ligados e têm as mesmas informações. Se conseguirmos ao menos um, com certeza conseguimos bloquear todos os outros disquetes. O sistema que Akin e Akan criaram é muito preciso. Assim que os disquetes forem conectados, os dados serão destruídos. Basta destruir os dados de apenas um deles.
— Eu não sabia sobre isso.
— Você não sabe muita coisa. Ainda assim... seria melhor contratar pessoas que pudessem fazer isso. Eu posso fazer isso também, mas precisa de ajuda.
— Não dá. Amanhã, Akin e Akan vão me passar as informações do sistema de segurança e o que eles podem fazer para ajudar seja quem for entrar.
Eles continuaram conversando. Se passaram quase uma hora até eles começarem a ligar para Lilith, mas não conseguiam se comunicar com ela. Ligaram para Leydi, mas ninguém atendeu novamente, até finalmente ligarem para Ayrlon.
— Ah, olha que legal, eles lembraram que têm esposa e filha. — resmungou Ayrlon de pé em frente à cama de Leydi, que amamentava o bebê.
— Onde ela está?
— perguntou Cassius, colocando o celular no viva-voz para Ramis ouvir.
Ayrlon suspirou pesadamente e encarou Lilith deitada do outro lado da cama, dormindo profundamente, enquanto Leydi estava acordada cuidando de sua bebê. Ayrlon sorriu falsamente para Leydi e saiu.
— Olha, ela come da minha comida, ela dorme na minha cama, ela toma conta da minha filha como se fosse dela e agora está dormindo na minha cama, com minha mulher! — asseverou irritado. — Venham buscá-la! — gritou em seguida, fazendo silêncio ao lembrar o bebê quase dormindo.
— Estamos indo buscá-la. — avisou Cassius, em seguida, encerrando a ligação.
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Cassius. vol.4 A queda das potências. Ato fina.
Romancehistória para os leitores que já estavam acompanhando, novos capítulos serão postados aqui.