Cap.166

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Cap.166
Após Ramis ser liberado da enfermaria, Ayrlon foi quem lhe deu assistência.
— Não sei se você vai continuar fértil com mais uma porrada. — comentou Ayrlon.
— Eu nem sei se ainda tenho alguma fertilidade.
— Bom… você vai ter que cuidar disso, porque se aquela furação decidir querer ter filhos…
— Isso não é só decisão dela.
— mas se ela quiser, normalmente você vai parar na delegacia.
— como é?
— Não sei, mas ela pode querer cometer um estupro. — diz Ayrlon rindo de forma estridente fazendo eco ao sair do elevador no estacionamento subterrâneo.
— Só o que faltava. — resmunga Ramis. — filhos é o de menos, mas ela é nova para isso, o problema é se até lá eu vou conseguir.
— proteção, compra uma proteção, se bem que dessa vez você deu sorte, não foi nas bolas.
— Mas doeu e deu choque até na alma como se fosse nas minhas bolas.
Ramis anda com a ajuda de Ayrlon até o carro, e dirige até seu apartamento ajudando-o a ir para casa.
Assim que entra em sua sala, um cheiro delicioso invade suas narinas, parece que tem alguém na casa.
— quem está aí? — pergunta Lilith apressada vindo até a sala com uma espátula na mão, vestindo apenas a camisa de Ramis e uma peça íntima.
— feche o olho! — rosnou Ramis.
— ah… eu já vi isso bem antes de você. — Ayrlon interpôs, ainda assim manteve seu olhar sobre o teto para não a encarar.
— Pode ir… — resmungou de dor, então Lilith lhe abraça pela cintura.
— O que aconteceu? — pergunta preocupada.
— nada! — diz Ramis.
— Cassius quebrou as bolas de seu marido, estavam brigando no ringue e ele disse que vocês nunca teriam um filho, então… Ramis agora não pode mais ter filhos.
Lilith encarou Ayrlon sem demonstrar nenhuma reação enquanto Ramis o encara com os olhos esbugalhados e boquiabertos.
— O que? Não foi isso? Afinal… se certifique você mesmo, ele está aleijado, você está preso a um deficiente pelo resto de sua vida. Até mais, minha querida Leydi me espera. — diz saindo quase que correndo, Ramis naquele momento se estivesse em condições teria batido nele.
— Esta entendido porque aquele idiota é o cabeça vazia do grupo, só serve para usar a força assim como seu pai! — resmunga Ramis sendo levado até Lilith.
— Está falando sério? — pergunta ela finalmente. — o meu pai quebrou suas bolas? — pergunta preocupada o ajudando a se deitar no sofá.
— Estou bem… — comprime os lábios quando ela tenta abrir sua calça, mas quando ela percebe a sua dor tenta cuidadosamente.
— Não! Sério, me deixe, já passei vergonha demais por um dia… — rosna de dor tirando sua mão.
— Ramis! Como assim? Eu agora não posso te ver também? Quando eu chegar em casa… — resmunga aborrecido.
— Seu pai não fez nada, estávamos brincando e eu me machuquei
— Me deixa ver seu machucado!
— Não! Vá para casa! — diz agressivamente, ela o encara chateada como se quisesse chorar.
— Mas… eu vim aqui só para fazer o jantar para nos dois, porque depois do nosso encontro não ficamos mais juntos, nem nos vimos por causa do grande preparativo para o baile e agora… — suspira entristecida.
— Desculpa… a dor me fez esquecer… — diz a puxando contra seu peito, então ela se ajoelha no chão, enquanto ele puxa sua face e entrelaça seus lábios a beijando brevemente. — Senti sua falta também, pensei que te teria mais vezes aqui.
— Também pensei, mas estava tão ocupada e parece que você também, enfim quero ver! — diz ansiosa.
— Você tem certeza que só quer ver se eu me machuquei mesmo? — pergunta juntando as sobrancelhas. — eu não posso te tocar agora e talvez nem amanhã.
— Você quer dizer que não vamos ter relações, certo? Isso eu já sabia desde que Ayrlon falou que meu pai quebrou suas bolas.
— Ele não fez isso!
— Não sinta vergonha. — o repreende finalmente abrindo sua calça e a puxando de vez o deixando com a peça íntima viu inicialmente uma mancha roxa na junta de sua coxa. — uau… ele estava tentando te aleijar? — pergunta preocupada puxando sua cueca de uma só vez.
— Porra! Não! — resmunga colocando a mão para cobrir o membro. — não, a mancha é só aí, e eu já estou bem. — estica o braço pegando uma almofada no mesmo sofá que está.
— Não se preocupe, eu vou cuidar de você, deve estar doendo muito não é? — pergunta com manha e sobrancelhas baixas.
— Só o que me faltava… — geme Ramis ainda cobrindo o membro.
Ela pegou uma compressa fria e lhe entregou, já que ele não quis deixar a mesma fazer.
— penso que você deve está pensando que eu sou pervertida e quero sexo.
— O que? — ela disse tão normalmente que fez Ramis corar.
— Sim, eu não vim aqui porque queria sexo, eu queria jantar junto com meu marido, mas também estou chateada porque não podemos ter nada, porque meu pai quebrou sua…
— Não! Minhas bolas estão bem! — resmunga de mau humor com a compressa sobre a mancha e a calça cobrindo sua intimidade.
— Mentira, se não poderíamos fazer amor, mas não podemos, estou chateada, vamos jantar e eu vou para casa! — diz aborrecida.
— Você não vai ficar?
— Não! Você nem mesmo deixa eu ver como você está! — resmunga se esperneando.
— Tem certeza que você não veio aqui só para… — dança uma das sobrancelhas segurando o riso, ela lhe encara cética e fica mais vermelha que seu cabelo.
— eu só estava com saudades de você, mas agora eu não estou mais. — diz constrangida se levantando.
— Lili, onde vai! — pergunta preocupado ao ver ela saindo apenas com sua camisa com uma calcinha por baixo.
— Para casa! — grita aborrecida.
— se vista! Como você vai chegar em sua casa assim?
— relaxa, eu tenho roupas no meu carro! — esbraveja saindo e batendo a porta.
Assim que desce o elevador e entra no carro, pega uma sacola no banco dos fundos e veste uma saia e dirige direto para casa.
— Meu pai está em casa? — pergunta secamente quando entra em casa encontrando Laysa vindo da lavanderia.
— No escritório. — respondeu, analisando ela dos pés à cabeça.
— Como você chega assim?
— O que tem?
— Ramis rasgou suas roupas por acaso?
— Como assim?
— você sabe… vocês são… é… bom, são namorados.
— ah… o papai rasga suas roupas? — pergunta descendo a escada no meio do caminho.
— muitas vezes… — diz segurando o riso. — Não! Digo, isso não são assuntos! — diz constrangida enquanto segura a pilha de roupas.
— mas eu e Ramis só tivemos relações uma vez… — lamenta subindo a escada correndo, seguindo até o escritório batendo à porta.
— O que quer? — pergunta Cassius ao ver a filha entrar após bater.
— Pai! A mãe falou que você rasga as roupas dela quando vão ter relações! — diz de imediato se apoiando na mesa de Cassius o encarando fixamente como se ele fosse comentar sobre isso, mas ele a encara petrificado suando frio até ter uma reação.
— Laysa! — grita fazendo Lilith tapar os ouvidos. — Por que você está falando essas coisas a nossa filha?
— querido… — murmura insegura e arrependida. — olhe para a sua filha… — diz tentando escapar enquanto Cassius a analisa e franze o cenho.
— essa não são suas roupas.
— Não, eu e Ramis não tivemos nenhum contato íntimo, se vai pensar isso como a mamãe, e você já deveria saber, afinal você quebrou as bolas dele, porque você tem que ser tão agressivo?
— sinto muito, aquilo que ele deve chamar de… eca, ao vai mais subir por ele ter profanado o corpo da minha filha.
— vai sim… eu o vi quase subir mais ele escondeu de mim, mesmo quase aleijado. — sorri leviana.
— Saia do meu escritório! — rosna aborrecido, mas ela sorri leviana.
— Tudo bem… eu perdoo o que você fez com ele, mas… você tem que me ensinar algumas coisas… porque você rasga as roupas da mamãe?
— Saia daqui! — rosna a arrastando para fora.
— Eu não vou! Eu não vou não, eu preciso de orientação sexual e você é o responsável por mim, eu lembro.
— Que se foda, eu quero você longe de mim, Laysa, pelo amor de Deus! — suplica Cassius tentando levá-la para fora, mas ela escorregava escapava, puxava e rodeava a mesa.
— papai… quais os tipos de aventuras vocês têm? Como deve ser incrível, está feito, quero aprender com você! — diz com empolgação.
Cassius parou e lhe encarou desconfiado.
— Está fazendo isso de propósito? — pergunta cético, então ela conserta a postura ficando ereta, cruza os braços e o encara com rigidez.
— Sim, você não gosta nem um pouco que eu converse sobre esse assunto, certo?
— Você… — suspira ele descrente colocando as mãos sobre a cintura.
— Sim, se você bater em meu marido de novo, eu vou perguntar sobre esses assuntos, quando você estiver dormindo, tomando banho, almoçando, trabalhando. — Cassius leva as mãos à cabeça.
— Ela disse marido? — sorri cético.
— Você não vai me manipular! — rosna pegando em uma de suas orelhas a arrastando para fora de seu escritório.
— Mãe, socorro! Meu pai está me agredindo… — resmungou de dor enquanto ele continua a segurar com força.
— Disse certo, querida, seu pai. — diz Laysa abrindo a porta a encarando e entrando de volta.
— Ninguém mais me defende nessa casa!
— nisso que dá, achar que é mulher, assuma seus problemas! — rosna a levando até o quarto dela a soltando la e fechando a porta.
Voltou novamente ao escritório aliviado, ao mesmo tempo que sentia a cabeça doer.
— Essa menina ainda vai me fazer infartar. — diz tentando manter a calma.





Cassius. vol.4 A queda das potências. Ato fina.Onde histórias criam vida. Descubra agora