cap.161

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cap.161

Lilith ficou com Ramis no hotel Al-stone até o início da tarde, trancados no quarto, enquanto conversavam e aproveitavam todos os tipos de iguarias e lazer que aquele lugar poderia proporcionar até finalmente ela se cansar e ele decidir a levar embora.
— Como eu vou para casa? — pergunta ela enquanto ele já está vestido apenas ajeitando a gravata, despreocupado.
— Como assim? Eu vou te levar. — responde logo após a encarando e percebe ela com o tecido em trapos na mão.
— você rasgou a minha calcinha, eu amava essa peça… — choraminga chateada.
— Pode comprar uma loja inteira se quiser. — sugere indiferente.
— Não quero comprar uma loja, meu dinheiro não dá.
— Você tem o meu.
— Não… eu tenho que esfregar na cara de meu pai que eu consigo viver com meu próprio dinheiro! — diz determinada, Ramis a encara sem reação.
— E quando foi que você decidiu isso?
— agorinha, ele me humilhou e disse que dependo do dinheiro dos outros, mas enquanto não herdarei todo patrimônio dele, eu realmente estou precisando trabalhar para esfregar meu primeiro salário na cara de meu pai, meu primeiro salário que ele não me pagou.
Ramis continua a observá-la pensando sobre sua nova ideia, sabia que aquilo não sairia de sua cabeça tão cedo.
— OK… então você tem que fazer seu currículo e entregar em algumas empresas que não tenha haver com as empresas de seu pai.
— O que eu coloco? — pergunta ansiosa.
— Talvez que você seja filha do Don, eles vão aceitar em dois segundos, levando em conta que você virou uma enciclopédia ambulante e rebelde, qualquer empresa vai te contratar.
— Ok, vou tentar colocar todas as minhas habilidades e… quantas folhas seria?
— uma folha.
— Quem consegue preencher um currículo de apenas uma folha?
— pessoas normais, mas você é perfeita demais para isso, certo?
— certo, então em dez folhas, acredito que seja suficiente. — diz na maior normalidade enquanto ramis fica sem reação.
Ele a obriga a sair apenas com seu vestido sem uma peça íntima por baixo, seguiu viagem totalmente desconfortável, assim que chegaram ao apartamento ela se trocou, pegou seu celular que havia esquecido de levar na noite anterior em que foi para o Al-stone
Ele a levou para casa e durante todo percurso a percebeu séria e bastante pensativa enquanto está retraída no banco abraçando o próprio corpo com a cabeça baixa.
— Está nervosa? — pergunta Ramis.
— Um pouco, não sei… — suspira confusa.
— Está tudo bem, apenas respire e se acalme, não há nada de errado. — diz calmamente ao estacionar em frente ao grande portão de ferro.
— tudo bem, eu vou entrar agora… — diz ainda mais insegura, cambaleia para fora do carro e segue até o portão enquanto ele a observa, ela se vira por uma última vez o encarando por cima do ombro e o portão se abre.
Assim que os portões se fecham, ele vai embora.
Cassius por sua vez foi avisado pelo zelador antes mesmo que ela entrasse, então se sentou no sofá de sua sala ao lado de Laysa, ambos apreensivos e ansiosos, já que o mesmo tinha ido até a casa de Ramis a buscar e não a encontrou.
— O que vai fazer? — pergunta Laysa.
— Não sei… depois de não encontrá-la , fiquei preocupado por ela não voltar para casa… — suspira enquanto finge ler o jornal, assim que a maçaneta abriu ambos fingiram estar distraídos.
Ela segue até a escada insegura após observar os dois, a sua única vontade era de subir a escada correndo, porém petrificou com um dos pés ainda no primeiro degrau, encarou os pais que continuavam a fingir ler.
— Oi… — murmura baixinho.
— Onde esteve? — pergunta Cassius fingindo indiferença.
— Na casa de Ramis, depois fomos ao Al-stone.
— Ah… tudo bem. — ele se esforça a não lhe fuzilar com perguntas, mas ela hesita várias vezes sem saber se sobe ou não.
— Como assim? — pergunta desconcertada o encarando, então ele deixa o jornal sobre o colo e fixa sua atenção a ela.
— Então, o que você estava fazendo no Al-stone?
— Eu fui dançar… — diz de repente colocando a mão sobre a boca, Cassius junta as sobrancelhas estranhando seu gesto. — ah… eu não estava pensando… — resmunga e seus olhos marejam.
— Algum problema?
— pai, todos! — diz histérica.
— o que aconteceu?
— Eu não estava pensando, como eu pude me deixar levar? — resmunga agora encarando as palmas das mãos como se tivesse perdido algo. — Eu abri mão de toda a minha integridade e me tornei uma pessoa impura!
— Lilith… o que está dizendo? — pergunta Cassius sem querer acreditar, mas Laysa já estava sem reação com as mãos sobre a boca.
— Eu tive minha primeira vez. — diz com a cabeça baixa a balançado em positiva em seguida subindo a escada correndo.
— ela disse isso? — pergunta Cassius sem reação.
— O que? Depende do que você ouviu… — murmurou Laysa insegura.
— Você sabe muito bem.
— eu vou subir e conversar com ela. — avisa, mas ele a impede assim que se levanta a fazendo se sentar novamente.
— Parece que Ramis fez algo… se ele fez, então ele pode esquecer tudo que eu disse antes!
— Cassius…
— Não me siga, eu quero conversar com Lilith sozinho, só eu e ela. — assevera em seguida seguindo escada acima rapidamente.
Entra no quarto dela sem bater a encontrando sentada na beira da cama abraçando o próprio corpo enquanto algumas lágrimas pingam sobre seu colo.
— Vamos conversar. — pede se aproximando com cautela em seguida se agachando em sua frente. — O que aconteceu?
— pai! Porque eu me tornei impura? — diz colocando as mãos sobre a cabeça.
— Se acalme, me diga exatamente o que aconteceu? Digo… não exatamente, mas… — diz cada vez mais embaraçado.
— Eu queria muito que esse momento chegasse, mas agora não estou mais feliz.
— ele te machucou? — pergunta ansioso, suas mãos tremem enquanto encara Lilith fixamente demonstrando receio porque dessa vez as coisas não teriam solução.
— Não, pai! Deixa de ser doido.
— Porra, Lilith, não me fode o juízo, eu juro que estava pronto para matar se fosse preciso. — rosna cético em seguida tenta recuperar a calma e conversar com ela. — Então… ele naao fez nada de errado, certo?
— Não. — contorce a cara ao encará-lo. — Você está falando do meu Ramis, quando ele é desrespeitoso? Além disso foi muito bom… — seus lábios tremem. — mas…
— Você não está mais feliz que agora não é mais uma mocinha? — pergunta com serenidade enquanto ela está prestes a colapsar. — Ainda assim é meu bebe, tudo bem? — pergunta a puxando para seus braços a apertando com aflição, ele estava tentando ser compreensivo, mas por dentro está surtando, Lilith afasta o rosto para o encara, ele força um sorriso, mas suas mãos tremem.
— Vamos para a cademia? — sugere ao perceber.
— Você quer?
— Sim, você quer?
— preciso.
— vai ser bom, drenar todo esse ódio que um homem grande pode acumular, ainda mais sendo doido.
— Do que está falando, você também não quer?
— sim… — lamenta cabisbaixa.
Saem do quarto, Laysa rapidamente se afasta da porta disfarçadamente e os dois seguem com os braços entrelaçados seguindo lado a lado, Laysa suspira aliviada.
— eles são completamente doidos igualmente.
— Quem faz essas coisas antes do casamento? — surta ela de repente.
— concordo, você é uma irresposavel! — rosna casius. — porra, Lilith, eu te criei taao bem e você enfia o pé no jacá? Merda! — entram na academia, mas nem mesmo é o suficiente para Cassius sanar a raiva e a frustração. — eu estou ficando velho… — murmura colando a testa contra o saco de areia.
O surto dura por minutos até ambos estarem exaustos jogados sobre o colchonete.
Enquanto isso no apartamento de Brady os outros herdeiros já estavam a caminho para saber a novidade, Fany, Eloy, Sandres, Samir, Lilith havia sido convidada mas nem mesmo viu a mensagem enquanto continuava com seu pai.

Cassius. vol.4 A queda das potências. Ato fina.Onde histórias criam vida. Descubra agora