cap.261, cap.262

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Capítulo 261
Os rapazes já estavam todos sem camisa e dançando no palco com as dançarinas. Leydi, por sua vez, acabou vendo Brendo de relance e ficou confusa.
— Isso não pode ser... — Murmurou cética. Ela se levantou e voltou para o salão, petrificada enquanto pensava no que havia visto e em como contar para as meninas o que viu. Sua primeira suspeita e medo era que Ayrlon estivesse ali.
— Pessoal! — Gritou Brendo, parando o som e interrompendo os rapazes.
— Que diabos você está fazendo? — Perguntou Ramis.
— Estamos encrencados! — Gritou, com a mão na cabeça.
— Encrencados? — Perguntou Ayrlon com a voz calma, usando um colar de flores no pescoço.
— É isso aí, eu vi a sua esposa do lado de fora! E... ela estava em frente à porta onde aqueles caras entraram. Eu acho que... estou achando que é! — Comentou, com hesitação.
— Espera... repete com calma e me explica direito. — Pediu Ayrlon, confuso.
— Certo... eu vi Leydi do lado de fora, ela estava em frente à porta onde está acontecendo a despedida de solteiro para mulheres...
Ele nem completou, Ramis saiu pela porta rapidamente, e os rapazes o seguiram.
— Ramis! Espera! — Pediu Brady, temeroso, segurando Ramis.
— Ela está aí dentro com aqueles homens? Se a sua esposa está, tenho certeza de que Lilith também está lá. Ela vai se arrepender...
— Droga! — Rosnou Ayrlon, ajudado pelos outros rapazes, enquanto tapavam a boca de Ramis. — Olha, segure seu ciúme. Não sabemos se é verdade ou não.
— Meninas, eles estão aqui, na sala com aquelas mulheres seminuas que vimos! — Gritou Leydi, desesperada.
De repente, a música na sala silenciou, os rapazes ficaram em silêncio e Ramis se acalmou.
— Não é possível, isso não! — resmungou Fany.
— Eu vou matar Ramis! — Os meninos ouviram Lilith esbravejar e recuaram, demonstrando pânico.
— Cara... é a Lilith... — suspirou Ayrlon, temeroso.
— Por que estão com medo de uma garota? — perguntou Samir.
— Essa garota, que você diz ser só uma garota, matou um cara a sangue frio só por tê-la tocado em um elevador. Eu me prometi que nunca deixaria essa aí irritada. —
Samir sorriu desconcertado ao se lembrar de algumas situações, e por alguns segundos, eles se prestaram a ouvir o que elas falavam.
— Eu apoio. O que você quiser fazer, eu apoio! — gritou Eloy. — Como ele se atreve a me trair? — choramingou em seguida, junto com as outras meninas.
— Vamos! — gritou Lilith, enfurecida.
Os rapazes se chocaram e tentaram correr. Eles nem mesmo estavam pensando direito, seguiram para dentro da sala para se esconder. Até que Ramis voltou a si, encarando-os após ter sido arrastado para a sala novamente.
— Espera... se estamos jurados de morte, por que corremos para a sala do crime novamente? — perguntou Ramis cético.
— Droga... — resmungou Brady, batendo a palma na testa, assim como os outros rapazes.
— Talvez... — Resmungou Ayrlon, pensando. — Se a gente usar as mulheres como barreira e fugir enquanto ela os enfrenta...
— Não, droga! E vistam as roupas! Nossas esposas estão na sala ao lado. — Avisou Ramis, tentando pensar. — Vocês devem estar com medo, porque eu estaria com medo. Eu controlo Lilith.
Ele disse isso com tanta segurança que os meninos o encararam rapidamente e riram, esquecendo o que estava por vir.
— Ok... resolva isso para a gente. — Sugeriu Brendo. — Mas lembrem-se de que nós três basicamente carregamos esse "demônio" nas costas, e nem gostamos de ir contra as ordens dela.
— Bando de covardes, ela é minha esposa, eu tenho que dominá-la, não o contrário. — Continuou, confiante.
— Desculpe, Ramis, mas... nem Cassius consegue controlar Laysa quando ela não está de bom humor, e ela nem está cem por cento de saúde. Imagine você tentando controlar uma amostra grátis de Cassius e todos os seus tios juntos.
— Eu já disse! — Vociferou Ramis de costas para a porta, encarando os rapazes enquanto as moças se vestiam, ou pelo menos tentavam, pois já tinham entrado na sala de forma um tanto quanto reveladora.
— Quem concorda que eu consigo controlar Lilith? — Perguntou Ramis.
— Você só deve estar muito bêbado. — Comentou Brady.
Ninguém levantou a mão, nem seus irmãos.
— Vocês são um bando de traidores! Lilith não manda em mim, e ela não tem o direito de pedir satisfações.
— Cara... Lilith evita contato com qualquer pessoa desconhecida, será que você realmente a conhece? Você bebeu quantas garrafas de uísque? — Perguntou Brady, alterado.
— Ele está bêbado. — Constou Samir, analisando Ramis.
— Eu não estou bêbado, vocês vão ver, ela não me domina. Lilith é mais submissa do que vocês pensam...
— Ramis! — Ouviu a voz dela ao abrir a porta. — Nem pense que você manda em mim, seu traidor! — Rosnou, avançando contra Ramis, mas ele conseguiu desviar.
Os rapazes tentaram fugir, mas suas namoradas bloquearam a entrada.
— Se vocês ousarem tocar em qualquer uma de nós, eu juro que vou mostrar do que sou capaz. — Fany, ao lado de Eloy, ameaçou os
rapazes.
— Por favor! — Suplicou Sandres, ficando de joelhos. — Não fizemos nada, apenas deixem a gente sair antes que Lilith nos mate por traição. — Suplicou, junto com os outros rapazes.
— Matar por traição? — Perguntou Eloy. — Isso significa que eles traíram vocês! — Disse, com lágrimas nos olhos.
— Leydi! Isso não é verdade! — Gritou Ayrlon, tentando se aproximar dela, mas ela virou o rosto e o ignorou. — Olhem, Lilith...
— Nós sabemos e permitimos. Como nosso pai diz, é melhor ser viúva do que traída, é muito melhor... — Suspirou Fany, indiferente.
— Droga! Liz... — Suplicou Brady, mas ela nem olhava para ele.
Enquanto Lilith destruía parte da sala, tentando atacar Ramis, cadeiras e mesas voavam, enquanto as mulheres estavam encolhidas em um canto, tentando se esconder.
— Você escondeu isso porque queria nos trair, não é? Enquanto estávamos apenas aqui para beber e receber massagens nos pés!? — Continuou a perseguir Ramis, enquanto os rapazes observavam, céticos.
— Ok... enquanto ele estiver correndo e não for morto, estamos a salvo. — Comentou Brady, observando Ramis.
— A salvo de quê?
— Vamos tentar reconquistar nossas esposas! Lilith está um pouco bêbada, então não conseguirá pensar com clareza.
— Lilith! — Gritou Fany de repente, chamando a atenção da garota que parou com uma cadeira no ar, prestes a lançá-la contra Ramis. — Você disse que ensinaria uma lição a todos eles. Por que ainda estão aqui, mentindo e tentando nos convencer? — Perguntou com firmeza.
Capítulo 262
os meninos engolem em seco percebendo que as coisas iriam mudar antes deles conseguirem convencer as meninas a liberarem a porta.
— É... eu esqueci que hoje estou com sorte.
Em poucos segundos, eram os rapazes que estavam tentando escapar de Lilith, junto com Ramis.
— Nem um tranquilizante? Nada? — Perguntou Brady, escondido atrás do sofá com Brendo.
— Lilith! Atrás do sofá! — Alertou Liz.
— Droga, Liz! Isso é um pega-pega da morte? — Perguntou em seguida, vendo Ayrlon jogado no chão com as mãos na barriga, após ser golpeado, se arrastando para baixo da mesa.
— Ramis, é sua esposa. Apenas encare-a e faça ela parar, porque além de ser filha do Don, ela... bem... ela é louca! — Acusou Samir, desviando da garrafa de vidro.
— Caramba, eles já apanharam bastante, o que vocês acham? — Perguntou Kity, enquanto Lilith tentava arrancar o cabelo de Brady usando as mãos.
— Na verdade, ainda não. Lilith está bêbada e desarmada. — Comentou Fany.
— Mas já tem cacos...
— Lilith! — Esbravejou Ramis em seguida, soluçando. — Droga, estou quase voltando a mim. — Comentou, encarando Lilith, demonstrando irritação. — Por que você está brigando?
— Você me traiu!
— Eu não te traí, é apenas uma inocente despedida de solteiro.
— Com uma dezena de mulheres seminuas?
— Nada aconteceu além de dança.
— Vai dizer que elas não tentam beijar você? — Perguntou, e ele manteve o silêncio.
— Tentam beijar eles? — Perguntou Lilith às meninas, que tiveram a audácia de confirmar com a cabeça enquanto estão encolhidas no canto.
Ramis encarou cético as mulheres.
— Eu não beijaria nenhuma delas. Só estávamos aqui pela festa, estávamos nos divertindo. Além disso, você estava em uma sala cheia de homens, o que acha que está fazendo? E assim que uma moça deve se portar? Você destruiu uma sala inteira por causa de seu ciúme, sendo que você estava fazendo a mesma coisa debaixo do meu nariz. Eu posso mesmo confiar em você? Olha, Lilith, você me desapontou muito.
Assim que Ramis disse isso, as meninas levaram as mãos ao rosto, sem acreditar que ele realmente disse isso.
Lilith ficou em silêncio, desviando o olhar em direção à porta com um olhar sério. Porém, as lágrimas começaram a cair. Ela vasculhou o bolso, tirando seu celular.
— O que está fazendo? — Perguntou Ramis, franzindo o cenho.
/ Pai... — Choramingou, deixando as lágrimas jorrarem.
/ O que deu errado? Você disse que eu podia confiar! — Esbravejou Cassius em seu escritório, e por estranho que pareça, Braston e Frederick estavam ao seu lado.
/ Você sabia que Ramis estava fazendo uma despedida de solteiro? — Perguntou com a voz embargada.
/ Não, por que você está chorando assim?
/ Você disse que eu podia fazer a festa... e eu fiz... mas Ramis, ele fez também e escondeu... e agora está aqui dizendo que eu desapontei ele e que sou uma péssima esposa! — Ela se agachou no chão, encolhida, começando a chorar.
/ Não deixe ninguém sair, estou chegando. — Avisou com a voz calma, mas seu olhar indicava que uma nuvem negra estava sobre a cabeça de Cassius.
— Não! Eu não disse isso! — Confessou Ramis, pegando o celular dela, mas Cassius já havia encerrado a ligação.
— Você insinuou isso sim, e agora Cassius está vindo e vai fazer ela desistir do casamento, porque vocês mentiram e traíram a gente! — Exclamou Fany, enquanto Lilith permanecia encolhida no chão, ainda chorando.
— Ok, Lilith... que tal... pode matar todo mundo. — Sugeriu Samir.
— O quê? — Protestou Sandres.
— Cara, não dá. Se Cassius vier, Braston e Frederick também virão. Vamos tentar mantê-la calma até Cassius chegar, caso contrário...
— Estamos ferrados, e ferrados de verdade, graças a Ramis. Ele foi quem inventou isso! — Acusou Ayrlon.
— Eu? Não fui só eu, todos concordaram. Eu não vou assumir a responsabilidade sozinho.
— Alguém precisa se sacrificar para que os outros sobrevivam...
— Façam o que acharem melhor, vocês não podem sair até que o tio Cassius chegue. — Anunciou Fany, indiferente.
— Nem Judas! — Resmungou Sandres.
— É verdade. Tudo porque decidimos nos apaixonar pelas filhas de mercenários. — Resmungou Samir.
— Vocês estão reclamando, eu ainda estou torcendo para que meu pai não venha, e pior, que Caio não venha. Aquele pode até ter voltado ao normal, mas quem sabe... são as filhas dele.
Eles se sentaram e aguardaram a chegada de Cassius, enquanto as meninas continuavam vigiando a porta, prontas para atacar a qualquer momento.

Cassius. vol.4 A queda das potências. Ato fina.Onde histórias criam vida. Descubra agora