Cassius. vol.4 A queda das potências. Ato fina.

58: prevendo problemas

cap. 58: prevendo problemas

— Não estou pensando em fugir, não é tão fácil assim —, explicou ele com convicção. — Mas quero garantir que os mais vulneráveis saiam antes que aconteça o pior.

— Espero que eu não esteja incluída nisso —, resmungou Lilith emburrada.

— Só devem ficar os administradores das potências, ou seja, os donos —, disse Cassius.

— Então... Ramis também ficaria? Eu não vou embora! —, asseverou ela se levantando determinada até Ramis estender o dedo pensativo na intenção de falar.

— Ele disse que temos dois dias para decidir... —, suspirou Ramis apreensivo.

— Exatamente, ele vai aprontar alguma coisa mesmo que a gente saia ou não —, Cassius se mantinha pensativo como se tentasse adivinhar o que poderia acontecer, mas ele não tinha ideia. Por enquanto, parecia que estava tudo em paz e seu plano estava dando certo. Como esperado, Ofélio não desconfiava que Cassius poderia fazer algo tão bem elaborado, mas ninguém além dele sabia daquilo que ele estava fazendo, a não ser seus irmãos.

— O que você usou na sala? —, perguntou Ramis observando Lilith.

— Um aparelho que causa interferência e queima aparelhos —, comentou Lilith deixando Ramis e Cassius surpresos. — Nenhum dos nossos protótipos escapou desse aparelho, dos mais simples aos mais discretos e sofisticados. Ele pode destruir qualquer aparelho escondido.

— Quantas surpresas você e Brady têm? —, perguntou Cassius surpreso.

— Muita coisa importante —, respondeu ela.

— Onde estão essas coisas? —, perguntou Cassius demonstrando curiosidade.

— Bom... estão aqui na academia alguns e os mais importantes estão no laboratório de Brady em seu apartamento —, disse Lilith.

— Em quantos dias vocês conseguem arrumar tudo e trazer com segurança para cá? —, perguntou Cassius demonstrando preocupação.

— Pai... é muita coisa, praticamente dois dias —, protestou Lilith. — Ainda assim... ele tem um prédio inteiro à sua disposição. Aqui na academia seria difícil armazenar.

— Ele tem que esvaziar aquele lugar e seguir para a casa de Braston —, disse ele com urgência. — Todos devem estar juntos. Neste momento, ele corre muito risco ao ficar ali. Então, avise-o, peça ajuda a Ayrlon, Brendo e outros rapazes, e façam essa mudança o mais rápido possível.

— E mais uma coisa... —, suspirou ele com pesar. — Infelizmente, não confie em nenhuma pessoa além de vocês entrando e saindo com as coisas. Terão seguranças, homens de confiança realmente, mas vocês devem manter a cautela para que consigam sair. Ou, se não for importante o suficiente, vocês podem largar tudo lá e ele apenas se muda.

— Não dá! —, Lilith asseverou preocupada. — Infelizmente... tem anotações da pesquisa de Nate, aquilo é algo muito importante e caro. Vamos trazer tudo para cá.

— Ok... pelo menos Braston vai estar com vocês —, disse ele. — Eu tenho que continuar acompanhando enquanto meus capangas conseguem se infiltrar nos limites da cidade. Não posso deixar nenhum detalhe passar para não corrermos o risco e perdermos alguém. Braston e talvez Frederick também possam ir, apesar de estarmos todos empenhados em nossas posições.

— Você acha que já devemos começar com as mudanças? —, perguntou Lilith.

— Vocês têm esses dois dias! —, avisou ele com a voz firme.

Então, Lilith se levantou e seguiu para a saída, mas antes de sair, encarou seu pai.

— Já terminei de enviar os arquivos para Filipe —, disse ela. — Mantenha os olhos no que ele está fazendo, afinal... até onde sei, tem um hacker muito bom junto com Ofélio.