cap.28, cap.29. cap.30. cap.31

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Cap. 28: Buscando informações.
Luna engoliu em seco quando viu Lilith, a menina agora com onze anos não temia mais Cassius do que Lilith assim como todos ali.
Fany, Eloy e Kitty ficaram surpresas como o ambiente ficou ainda mais tenso do que costuma ser quando alguém chega.
— Está na hora de conversarmos um pouco, não é? — perguntou Lilith a Filipe, que engoliu em seco demonstrando medo, ainda mais quando seus olhos se cruzaram com os de Kitty, foi então que ele sentiu pânico e se levantou do chão com muito esforço, caindo sentado sobre a cadeira, em seguida desviando o olhar de forma que evitava encarar a menina que ele sabia que ajudou a arruinar a vida.
— Não temos nada que conversar, além disso, eu tenho fisioterapia agora. — avisou ele com rigidez, contudo, Lili travou sua cadeira com o pé.
— Não é você quem decide isso, além disso, só queremos conversar, por que está tão na defensiva? — perguntou desconfiada.
— Não estou na defensiva, apenas não quero conversar com você, ainda mais sabendo que é uma esquentadinha que resolve tudo com agressão.
— Essa é nova para mim, é como se eu saísse metendo o pé em tudo que acho pela frente. — sorriu com ironia não achando nada ofensivo. — Mas não é sobre isso que quero falar, sei que o assunto sobre mim parece ser muito atraente, mas é sobre você que quero saber, de onde você veio? Qual sua história? — perguntou ela agachando-se na frente do menino que mantinha a cabeça baixa e os olhos fechados.
— Menino… — ele ouviu a voz mansa e calma. — Queremos apenas saber quem você é, basta dizer e Lilith vai embora, ela não resolve as coisas na agressão como você diz, ela só tem um gênio forte e persistente quando não gosta de alguém e… meio que ela não gosta de você, até que saiba da sua história. — sorriu Kitty desconcertada ao tentar explicar.
Os lábios de Filipe tremeram com culpa e o peito apertado, a última coisa que ele queria era que aquela menina descobrisse quem ele é.
— Eu… não sou ninguém, fui abandonado nas ruas e por isso estou com a perna assim, Cassius me encontrou na rua e me trouxe para a academia. — disse ele de forma abrupta em seguida se retirando dali deixando as meninas confusas.
Lilith sorriu de forma leviana percebendo a mentira.
— Nem fodendo! — resmungou Lilith enquanto Filipe seguia para a cabine do elevador. — Já vi pessoas em situações piores que esse cara e meu pai, ele nunca trouxe ninguém sem um motivo, algo me diz que tem uma história por trás dele. Tem algo me deixando tão inquieta quanto ele.
— Lili… ele disse que foi abandonado… — contou Fany com remorso.
— Você tem mesmo que perseguir ele? — perguntou Luna, se aproximando de Lilith. — O que ele disse não é mentira, ele disse que seu irmão o abandonou e ele estava dias sem comer e sem conseguir se mexer, quase ficou sem conseguir andar, se Nate não tivesse salvo ele a tempo.
— Uhm… vamos até Nate! — anunciou Lilith.
Então, seguiram as quatro para o andar de cima e, como esperado, Filipe estava lá.
— Vamos esperar ele sair e assim eu interrogo Nate. — sugeriu ela enquanto as meninas observavam tão curiosas quanto ela.
— Do jeito que as coisas estão indo, estou começando a sentir que realmente tem algo suspeito sobre esse menino, ainda mais depois da forma como ele reagiu. — sussurrou Eloy para Fany mais Kitty.
— Sim… estou cada vez mais empolgada com essa investigação, quem sabe com Lilith a gente consiga descobrir algo. — sorriu Eloy empolgada.
Contudo, Kitty mantinha em sua mente a forma como aquele menino a encarou, era como se a conhecesse e não tivesse gostado nem um pouco de a ver, por isso acabou também ficando curiosa.
Assim que Filipe saiu, Lilith entrou sem que ele a visse, pegando Nate mais uma vez desprevenido.
— O que é agora? — perguntou ele, já percebendo naquela cara astuta algum interesse que não estava ao seu alcance.
— Eu quero todas as informações que você tem de Filipe.
Nate ergueu as sobrancelhas com surpresa, em seguida pigarreou, disfarçando.
— Se você, que é uma mestra em tecnologia da informação, não conseguiu, imagina eu, um mero mortal que está tentando ter sucesso na medicina.
— Qual é? Lá fora todos sabem quem você é, doutor Natanael, e seria um problema sua vida mafiosa se misturar ao seu nome de prestígio lá fora, não é? Enfim… não é disso que queremos falar, mas de… alguém que meu pai trouxe, contudo não tem nada no sistema sobre a vida dele, o que você sabe?
— Sei apenas dos seus exames médicos. — respondeu ele secamente.
— De onde meu pai trouxe ele, de qual máfia ele foi, quem é o irmão dele, de que família ele vem, quais acordos? — perguntava ansiosa, atropelando as palavras.
— Não tenho nada disso! Sabe que não faço nada além de tratar os mafiosos que chegam! — respondeu de forma severa, mas ela apenas se ergueu ainda mais autoritária.
— Lili… — suspirou ele, apreensivo. — Compreenda, eu valorizo muito a sua ajuda, você tem feito por mim o que seu pai não faria nem em mil anos, mas existem coisas que eu, como médico, não tenho acesso e quer saber? Você só tem duas pessoas com quem pode investigar isso, Cassius e Ramis, seu marido. Faça da vida deles um inferno, atormente-os e descubra o que quiser, mas não eu, está bem? — pediu aflito.
Lilith apenas encarou o relógio de pulso e suspirou profundamente.
— Está na hora do almoço, depois que cheguei daquela missão ainda não me alimentei adequadamente, não posso enfrentar um dos líderes do conselho e um dono de barriga vazia. — suspirou impaciente.
Nate caiu sobre a cadeira, aliviado por ter escapado, ainda assim não tinha acabado, ele sabia que Cassius ainda estava na sala de reunião, então se levantou e subiu rapidamente ao encontro de Cassius.

Cassius. vol.4 A queda das potências. Ato fina.Onde histórias criam vida. Descubra agora