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Sentir perdeu a graça

Me estiquei, estralando todos os meus ossos do corpo, era o meu primeiro dia de trabalho, desde que meus pais tinham ido embora eu não falo com eles, estava tendo um dia cheio de reuniões, os cachorros estavam deitados no sofá um ao lado do outro. Eu sorri para as minhas bolinhas fofas de pelo, tinha acabado de desligar uma reunião por vídeo chamada. - Sarah. - Uma funcionaria abriu a porta. - As peças chegaram, mas, tivemos um pequeno problema, algumas estão com defeito. - Eu me levanto, vou juntamente com ela até onde está as peças, com aqueles defeitos eu não conseguiria vender.

- Tudo bem, mande de volta o que está com defeito e os outros arrume para vendê-los. - Eu digo e suspiro pegando as peças boas. - Quero que agende com as modelos.

- Okay farei isso. - Eu a deixo fazendo o trabalho dela e olho o meu relógio, já poderia guardar minhas coisas para voltar a minha casa, finalmente, minha cabeça estava explodindo, uma coisa boa, hoje eu teria minha sessão de terapia, eu passei um mês sem ir porque estava arrumando as coisas da mudança. Coloquei todas as coisas de trabalho e as minhas crianças. A festa ia ser no próximo sábado, eu estava mais animada, falaria hoje com a minha psicóloga sobre ocorrido das semanas. Entro no meu carro, movo minha cabeça de um lado para o outro, dirijo até a minha casa lentamente escutando música baixa e com todos os vidros e os cachorros estavam presos da bolsa deles. O vento fazia meu cabelo movimentar, a música tocava enquanto prestava atenção no trânsito e a letrava ecoava da minha boca.
-  Um corpo jovem - A melodia tocava.
- Aqueles tônus, aquele brilho. - Meus dedos batiam no volante acompanhando a letra.
- Um corpo pronto pro verão;
é ofensivo ao coração.
Uma menina;
naquele shorts;
tal criatura inumada;
a minha solidão. - Eu cantarolava.
- Tá assim;
é a vida;
gratidão pela infinitude que me trouxe até aqui;
bom saber que vai-se o viço;
eu conheço a infinitude sim. - O meu óculos de sol subiu para a minha cabeça.
- Um corpo jovem;
aquele bônus;
aquele aviso;
aquele corpo aflito pro verão;
é ostensivo ao coração;
uma menina; naquela sorte;
naquela bunda;
tal criatura;
afunda a minha solidão. - Sem errar um trecho eu cantava sem parar, acompanhando toda a melodia.
- É assim, é a vida; 
gratidão pela infinitude que me trouxe até aqui;
bom saber que vai-se o viço, eu conheço a finitude  sim. - O instrumental tocava, até a acabar, logo inicio a música francesa da minha playlist aleatória. Eu canto errado, não sabia francês mas eu amava essa música, depois passou para uma em inglês, sertanejo, mais músicas, até chegar naquela música, a letra que eu sabia de cor e salteado.
- Vai ficar tudo bem;
vai ficar tudo bem, tudo bem;
tudo bem, bem, bem. - Eu começo a cantar juntamente com a cantora. -
Você chegou, tudo era escuro;
me fez pensar que eu te daria o mundo;
e algo mudou;
mas algo mudou. - Meus dedos batiam contra o volante enquanto cantava e trocava a marcha. - Só esperava uma resposta;
você era um sonho sem dormir;
mas agora já deu minha hora;
e eu preciso ir. - Essa música me remete ao que eu sinto. - Acaba, nada é pra sempre;
ser só e só melhor que sentir;
me deixa aqui, pode fugir;
sentir perdeu a graça. - Eu estava me sentindo feliz, em 3 anos eu nunca tinha me sentindo assim. - Acaba, nada é pra sempre; ser só e só melhor que sentir;
me deixa aqui, pode fugir;
sentir perdeu a graça;
perdeu a graça;
te encontro em sons, te encontro em tudo; viramos dois estranhos eu não acho justo; ascendendo o isqueiro, dói pensar em você; por que deixar no dedo o anel que eu te dei?
Só esperava uma resposta;
você era um sonho sem dormir;
mas agora já deu minha hora;
e eu preciso ir.
Acaba, nada é pra sempre;
ser só e só melhor que sentir;
me deixa aqui, pode fugir;
sentir perdeu a graça;
Vai ficar tudo bem;
vai ficar tudo bem;
vai ficar tudo bem, tudo bem;
tudo bem, bem, bem;
Vai ficar tudo bem;
vai ficar tudo bem;
vai ficar tudo bem, tudo bem;
tudo bem, bem, bem. - Minha respiração cansada por eu não parar de cantar, se acalmou e eu bebi um gole de água, continuei cantando a minha playlist aleatória, cheguei em casa e mal deu de tempo de fazer algo, eu logo liguei meu laptop e minha sessão de terapia tinha começado, bem, após uma hora foi uma boa consulta, ela disse que era uma boa ideia eu ir a festa da cidade, quando a sessão terminou, eu peguei um lanche natural juntamente com uma taça de vinho. Comi, bebi, retirei minhas roupas e caiu dentro do chuveiro, tomei um banho relaxante e quente, quando sai, me sequei, vesti roupas leves e liguei na televisão o youtube, colocando uma música relaxante, coloquei meu tapete de yoga na sala e me sentei fazendo meditação guiada. Após trinta minutos, eu me levantei e me senti completamente relaxada. Suspirei e peguei o meu celular, o meu cartão e um papel. " Oi! É a Sarah, bem, eu resolvi aceitar o seu convite, desculpa pela demora, mas, eu estou te mandando o meu cartão, com o meu telefone, anotei meu contato pessoal nele, então pode me enviar uma mensagem ;) " eu escrevi, coloquei em um envelope não muito grande e sai da casa, fui até a casa da Juliette e deixei dentro da caixa de correio dela. Antes de eu voltar para a minha casa fiquei olhando o lago por um tempo, era tão bonito ali, isso poderia ser considerado paz.

- Por que não bateu na porta? - Escutei a voz dela, quando me viro o envelope estava no meio do dedo do meio e o indicador.

- Achei que não estava em casa. - Eu sorri e ela se aproximou de mim. - Eu aceito o seu convite, de ir com você na festa.

- Ótimo, posso te encontrar sábado em qual horário?

- Hm, pode ser 18:30? Eu vi que começa às 18:00. - Eu sorrio e ela balança a cabeça.

- Okay, te busco na sua casa então. - Ela sorriu e eu dei alguns passos andando de costas.

- Te encontro sábado, oh, por favor me ajude em como eu devo me vestir, é o primeiro evento em cidade pequena que eu vou. - Ela deu uma risada nasalada e eu sorri.

- Pode deixar Cheer. - No início eu demorei alguns segundos para entender, isso fez com que ela caísse na risada. - Não se preocupa, eu vou te ajudar com isso. - O silêncio pairou no ar e eu sorri suavemente.

- Okay, eu vou para casa, de todo o modo abra o envelope. - Eu deixei um sorriso amarelo e acenei para ela enquanto me afastei, andei até a minha casa, quando cheguei o Ralph e a Riri estavam na porta chorando. - Meu deus o que houve? - Eu me sento perto deles, a animação toma conta dos meus bebês de quatro patas, eles pulam em cima de mim e lambem o meu rosto e disputam pela minha atenção, brinco com os dois pequenos e logo depois faço o meu jantar, sim, eu cozinhei. Fiz risoto de camarão, bebi vinho branco seco, deixo a música rolando na minha televisão, enquanto cozinho, como e ainda como uma sobremesa.
Eu finalmente estava me recuperando.

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Músicas do capítulo

Tônus- Carne Doce
Déçue - Vendredi sur Mer
Sen(ti)r perdeu a graça - Lou Garcia

Eu ainda te procuroOnde histórias criam vida. Descubra agora