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No amor e na guerra vale tudo

Andrade

No amor e na guerra vale tudo, se for para ficarmos juntas, nossos caminhos irão se cruzar novamente. Minha passagem foi comprada, hoje ela se encontra em outro continente. Hoje eu me encontro no embarque de um avião. Talvez fosse isso, eu precisava da vivência de caminhos novos. Viajo para o meu primeiro estado hoje, estado esse que abre as portas para o meu caminho ao mundo, aqui eu começo pelo sudestes. Eu quero e eu vou conhecer os quatro cantos do mundo, meu sonho dessa vez não vai levada pela maré de intensidade. - Thata, pelo amor de deus, não chora.

- Você sabe que eu sou emotiva. - Ela suspira secando o rosto. - Quero que seja feliz e eu quero um presente de cada país.

- Garota. - Eu solto uma risada e ela me abraça. - Pode deixar serzinho.

- Me avisa quando chegar no Rio7uuuuuuy. - Eu balanço a cabeça e me despeço do meu sobrinho.
Entro finalmente no corredor que engole filhos, namorados, maridos, irmãos, amigos, vocês entenderam. Me acomodo no meu acento e ponho os meus fones de ouvido, logo começando a ouvir algumas músicas. não era pra ser um voou longo, era para ser algo rápido, mas eu demorei um pouco para chegar em terras cariocas. Meu plano era fácil, faria uma rota pelo meu país. Em seguida, as Américas, os polos, a Europa, África, Ásia, Oceania e finalmente voltarei para casa, ou talvez eu encontre minha casa em outro lugar.
Viajar pelo Brasil me fez conhecer tantas coisas que nem eu mesma sabia sobre o meu país, sobre a minha terra natal. Percorrer por esse mundo, conhecendo línguas novas, as culturas, se tornou cada vez mais lindo. Eu fiquei apaixonada por tudo o que aprendi. Minha próxima parada era o Canadá, estava ansiosa para conhecer Toronto.
Eu não imaginei que minha vida fosse mudar, foi lá que nos conhecemos. Após o jantar, com um date ruim, recebi um drink em minha mesa, olhei curiosa, até ver o homem bem vestido que acenou para mim sorrindo. Logo balbuciou em inglês, "posso me sentar aí?", eu ri suavemente e balancei a cabeça, senti o perfume másculo se aproximar, ele era bem vestido, de uma forma até meio formal. Assim que se aproximou da minha mesa, eu o reconheci. Ele era um cantor, brasileiro, Deus como uma pessoa desse porte ia fazer isso comigo? Como eu deveria me comportar? Ele se aproxima e puxa a cadeira.

- Hi, I- Eu o interrompo

- Eu sou brasileira. - Digo e ele deu sorriso risonho.

- Um brasileiro reconhece outro. - Tivemos uma noite agradável. Ele me deixou no hotel e me deu seu número de telefone. - Não quero perder o contato com você, Sarah.

- Eu disse que vou mandar mensagem. As vezes quem não vai me responder é você. - Dou os ombros. Ele dá um sorriso, mas um sorriso, abateria qualquer um.

- Eu quero te beijar. - Diz e suas mãos tocam o meu rosto. Seus lábios são umedecidos, os seus olhos estavam posicionados sobre os meus, eu dei um sorriso suave antes de senti-lo pela primeira vez. Seus lábios eram doces, a língua tinha o leve gosto de vinho seco, o dela era suave, não eram tão gentis, era o primeiro homem desde que ela foi embora...O primeiro homem desde que o meu grande amor partiu. Não sabia bem onde localizar as minhas mãos, e então ele as coloca na sua cintura. Foi ficando cada vez mais profundo, mas minha cabeça não conseguia bloquear as lembranças, por quê? Por que tinha que ser assim? Senti uma lágrima descer pelo meu rosto, mas isso não fez com que eu o soltasse, ele nos separou, o seu polegar esquerdo passou pela minha lágrima, não poderia acreditar que isso estava acontecendo, eu mal o conhecia e estava chorando na sua frente. - O que aconteceu?

- Nada...Eu sinto muito. - Me afastei.

- Eu te machuquei ou algo do tipo?

- Não, você não tem culpa disso. - Apontei para com as minhas mãos o meu rosto e ele se aproximou.

- Você pode falar comigo, acabamos de nos conhecer, mas nós podemos ser amigos se não tiver gostado do beijo. - Eu dou uma pequena risada secando minha face.

- É meio ridículo, ou não, acho que não sei... - Dou os ombros. Isaac se sentou na ponta do degrau.

- Eu tenho todo tempo para te ouvir. - Ele me olhou de forma que eu entendesse para me sentar ao seu lado.

- Bom, eu a alguns meses atrás namorava uma pessoa...Ela teve que ir embora, mas ela foi o meu grande amor, sabe? - Me sento ao seu lado e ele põem sua jaqueta sobre as minhas pernas, eu estava de vestido.

- Por que ela foi embora?

-Trabalho, oportunidade rara, eu não queria que ela desistisse. - Sua mão toca minha coxa.

- Eu entendo, passei por isso. - Diz sorrindo suavemente. - Oportunidade de trabalho. Foi duro, ter que deixar minha vida para trás e que bom que ela teve você que deu suporte para não desistir. - Eu me senti cuidada, por um estranho, ele ainda era um estranho.

- Eu sei, estou tentando seguir minha vida... Quero dizer, ela está vivendo a dela, nós nos falamos por mensagem, sempre e ela aparenta estar feliz, eu quero seguir o mesmo caminho. - Digo soltando um suspiro suave.

- Acho que se tiver que ser, será. - O que tiver que acontecer, acontecerá e não será o tempo que irá nos impedir.

Eu ainda te procuroOnde histórias criam vida. Descubra agora