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Apenas você

Andrade

Acordei pela manhã com um pouco de dor de cabeça, não estava tendo uma boa semana, eu estava terminando o meu café quando ouvi a voz insuportável falando ao lado de fora da minha sala, os cachorros estavam dormindo nos meus pés, era um dia calmo, eu tenho que escolher coisas da minha nova coleção, mas parece estar tão difícil, quero fazer uma coleção para o dia dos namorados. Algo romântico, para que namorados presenteie a sua namorada, mas não era uma tarefa fácil. - E então ela oficializou nosso namoro. - Ouvi do lado de fora e parecia que meu coração tinha sido partido, okay, mas logo os meus ouvidos foram atentos para outra fala, eram falas improprias, dentro da minha empresa, contando em maiores detalhes, o que aquela biscate, esnobe e desgraçada fazia com a Juh dentro de um quarto não me interessava, nesse momento eu me levantei e abri a minha porta com tudo, o que fez a Larissa se assustar, mais uma vez o cheiro de perfume barato invadiu minhas narinas.

- Na minha sala agora, eu acho bom começarem a trabalhar se ainda quiserem ter emprego no final do dia! - Eu disse de forma irritada e elas se entre olharam correndo para começarem a trabalhar. - Onde já se viu, falar isso dentro da minha empresa, você só está aqui porque sua namorada pediu, se não você já estaria no olho da rua! Você e tudo a sua inconveniência! - Gritei enquanto bati com as pastas em sua mesa.
Eu tive um dia tão estressante, estava cansada demais, eu tinha ido a uma reunião, enquanto deixei a Larissa na sala trabalhando, mas a hora que eu cheguei, escutei aquela inconveniente brigar com os meus cachorros, você pode fazer o que quiser, falar mal de mim, brigar comigo, me xingar de forma que eu fiquei chorando por dias, mas nunca faça isso com o meu cachorro. No momento em que eu abri a porta, a aquela infeliz empurrou o meu cachorro do meu sofá.

- Reclama tanto para no final trazer duas bolas de pelo, que sujam e estragam todo o escritório! - Ela os jogou no chão. - Coisas igual a vocês poderiam não existir.

- Você ficou maluca?! - Eu peguei o Ralph e a Rihanna. - A próxima vez que encostar neles eu corto todos os seus dedos.

- Sarah?! - Seus olhos se arregalaram. - Me desculpa...

- Você fala sobre sua vida íntima dentro do meu escritório, eu não quero saber, não quero ouvir ou ao menos imaginar da sua vida íntima, com a minha melhor amiga! Se não se dá ao respeito, ao menos respeite ela! Ninguém precisa saber quantas vezes fizeram em uma noite! - Eu falei alto e soltei os meus bebês no chão que não saíram do meu lado. - Você chega atrasada, faz as coisas que eu mando de forma errada e ainda por cima você espalha sua vida íntima!

- Eu sou uma ótima funcionária, fiz isso apenas uma vez, se a minha namorada não te conta sobre nós, eu não posso fazer nada, você só sabe reclamar, não olha para os seus funcionários, se a sua vida é uma merda não temos culpa, se continuar desse jeito, ninguém nunca vai te querer, quem ficaria com uma pessoa amarga assim. - Ela cruzou os braços. - Foi por isso que seu marido te abandonou, nem ele, sua família e nem mesmo sua filha te quiseram. - Nesse momento em que ela parou de falar, eu estava em puro choque.

- SAI DA MINHA EMPRESA! SE DEPENDER DE MIM VOCÊ NÃO VAI ARRUMAR TÃO CEDO OUTRO TRABALHO! - Eu gritei enquanto ia para cima dela até eu senti alguém me segurar, aquele toque.

- Sarah! - Aquela voz, com aquele sotaque. - Não bate nela!

- Nossa, você é mais descontrolada do que a Juh me falou.

- Larissa cala a boca! - Eu olhei nos olhos castanhos e era como se eu fosse indefesa. - Ela mandou sair daqui, me espera lá fora! - A garota esnobe passou esbarrando em mim. - Sarah, eu.. Eu sinto muito, não queria que ela fizesse isso. - Eu apenas a abracei e senti sua pele molhar com as minhas lágrimas. - Me desculpa por te fazer passar por isso..

- Não... Não é sua culpa... - Eu falo enquanto seco o meu rosto.

- Eu não vou deixar que ela fale com você novamente, okay? - Eu balanço a cabeça. Assim que a Juh me deixou calma pressionou o um beijo suave na minha testa e saiu da sala, eu poderia ouvir os seus gritos mesmo com a porta fechada, uma das partes que ouvi foi, você nunca me defende, prefere a pessoa que conheceu ontem, aquilo tudo me deixou baqueada, mas só sai do meu escritório, quando não ouvi mais ninguém. Quando o silêncio absoluto se instalou, o dia virou noite, as horas passaram tão rápidas que eu nem percebi. Entrei no meu carro com os cachorros, dei partida, mas eu não conseguia sair do lugar. Mais algumas horas se passaram e eu comecei a dirigir, em até pouco tempo, eu estacionei na porta de casa. Sai do carro e a vi sentada na escada, a mesma roupa de mais cedo.

- O que faz aqui..? - Eu perguntei me sentindo triste. - Sua namorada não vai gostar de te ver aqui.. - Eu falei passando por ela.

- Queria ver como estava, como ainda não tinha chego resolvi esperar.

- Como acha que eu estou? - Abri a porta e soltei os cachorros no chão.

- Sarah desculpa, eu peço desculpa por mim e por ela. - A Juh encostou a porta.

- Não precisa, eu vou superar, já superei outras vezes, não vai ser por uma biscate que e- Parei de falar e minhas bochechas coraram. - Desculpa, ela é sua namorada.

- Tudo bem. - A mesma sorriu. - Você é forte Sarah, uma mulher incrível. - Eu sabia o que eu queria, eu estava mal mas nada disso afetou minhas ideias. Estávamos a poucos centímetros, menos de uma régua, eu olhava nos seus olhos e ela olhava diretamente nos meus. Sua mão tocou a minha e eu suspirei, me aproximei um pouco mais, senti sua respiração na altura do meu pescoço. Eu estava fora de órbita, meus lábios encostaram nos seus e logo senti a mesma começando a me beijar, no início foi sem movimento algum, apenas alguns segundos, logo ela tomou iniciativa, sua mão direita subiu até a minha nuca e abriu um pouco mais os lábios, eu acompanhei os seus movimentos, minha mão esquerda pousou na sua cintura, aprofundando um pouco mais o beijo, de forma que nossas línguas se tocassem, parecia existir uma tensão tão grande entre nós, minha língua tocou a sua, uma das suas mãos, pousaram em baixo da minha camisa, tocando a minha pele, mais precisamente um dos meus seios. Quando o ar se tornou nosso inimigo sua testa colou na minha e ainda mantinha sua mão no meu seio. - Melhor pararmos... Isso é errado... Eu não vou me aguentar...

- Eu não sou ciumenta... - Eu falei e logo iniciei outro beijo, lentamente fomos andando até ela me encostar na bancada, mas logo, continuamos andando sem nossos lábios deixarem de se tocar, logo eu caí na cama, meu batom vermelho tinha se espalhado por toda a sua boca. - Eu... Juh, eu nunca fiz isso...

- Não vou continuar se não quiser... - Ela deixou um beijo doce e suave nos meus lábios. - Hoje, podemos ficar aqui... Apenas eu e você...

- Mas e sua namorada..? - Eu olhei para a mesma que tocou o meu rosto.

- Ela não me importa nesse momento, apenas você.

Eu ainda te procuroOnde histórias criam vida. Descubra agora